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Já que não conseguiu salvar o traficante na Indonésia o governo pode tentar salvar Jobson da FIFA

Já que não conseguiu salvar da pena de morte na Indonésia o traficante paranaense Rodrigo Muxfeldt Gularte, o governo brasileiro bem que poderia tentar salvar de pena quase tão rigorosa o jogador de futebol Jobson, do Botafogo. O crime dele foi na esfera esportiva, doping, que lhe valeu absurdos quatro anos de suspensão, da Fifa, cujos cartolas são amigos quase íntimos tanto do  governo quanto dos políticos da oposição no Brasil. E o mais impressionante: Jobson não pode nem treinar junto com os seus companheiros no Botafogo. Se quiser que treine à parte, jogue peladas longe de estádios oficiais de treinos e partidas de qualquer competição oficial. Na prática é a morte do futebol do atleta, que vive disso. De repente, ele que já teve graves problemas com as drogas, pode até voltar à sarjeta e até morrer fisicamente.

Inquisição

A Fifa faz lembrar a Santa Inquisição, da Idade Média, e as suas determinações são cumpridas cordeiramente no mundo todo. Mas, diferentemente do governo indonésio ela negocia, principalmente com quem enche os seus cofres, e nisso, está muito grata ao Brasil que lhe proporcionou os maiores lucros da história das Copas do Mundo, já que os nossos governos estaduais e federal dos mais variados partidos fizeram o que ela bem quis por aqui.


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Comentários:
7
  • Rafael disse:

    Que vá fazer outra atividade, teve várias chances no futebol e não soube aproveitar. Dependência química pode dar doping e isso vai contra os princípios da atividade esportiva.

  • Marcão de Varginha disse:

    Qualquer pessoa do povo sabe de antemão que a droga destrói não só a vida de quem consome como das pessoas que lhes cercam; o atleta, que tem seu corpo como “instrumento de trabalho”, jamais poderia ser refém dessa situação, pois, além de ter todo acompanhamento necessário para desenvolver sua profissão que lhe poderá possuir vultuoso patrimônio, ainda é visto como exemplo à pelos adolescentes que sonham em ser atleta profissional, precisamente jogador de futebol… a pena pode ter sido dura, porém, jamais ser vista como (sic) ” … quase tão rigorosa”, pois, à ele foi dado inúmeras oportunidades e não soube aproveitar, infelizmente!
    – Que o cidadão Jobson e outros que estão no mesmo “caminho” consigam dar a volta por cima, pois, a vida ensina… e como ensina!

  • Alisson Sol disse:

    Este aí é aquele mesmo Jobson que:
    – Foi contratado pelo Cruzeiro, mas o contrato foi desfeito, por ele ter assumido consumo de drogas;
    – Depois, veio para o Atlético-MG, passou uns meses em BH, e foi embora por “não se adaptar”.
    – Foi pego em anti-doping, suspenso por 4 anos, mas “cumpriu” um pouco e a pena foi suspensa.
    – Aí foi para a Arábia Saudita, e se recusou a fazer um anti-doping, e foi novamente suspenso.
    Se for, eu sinto muito por não ter qualquer empatia com a causa do rapaz.

    Eu assisto às vezes noticiários e fico vendo referências à diplomacia brasileira estar consternada com a Indonésia estar executando traficantes confessos, que sabiam das leis do país antes de tentar lá entrar com drogas que lhes dariam enormes lucros. Estranho é a falta de notícias sobre a consternação na Indonésia com ter de dar cadeia, comida, defensoria pública e todas as outras despesas com todos estes estrangeiros que vão para lá tentar ganhar dinheiro com algo que sabem ser ilegal. Independente da minha posição pessoal contra a pena de morte, não consigo ter muita empatia por sujeito contrabandeando droga em prancha de surfe. É meio que reversão dos valores da sociedade: tem sujeito que já vi ser tirado de fila em aeroporto por suspeita de querer entrar em país para trabalhar, ao invés de turismo. O outro, tem a liberdade de “viver surfando”, mas não acha o suficiente…

    • Frederico disse:

      Posso até não gostar do cara, mas a FIFA está confundindo doping com dependência química. Isso é doença e deve ser tratada e o esporte é um caminho. Estão entregando a ele uma passagem de retorno visto que se está jogando pode estar limpo e em recuperação. Ele não usa droga para ter rendimento e sim por dependência química. Era o exemplo que teríamos que o esporte retirou um caso perdido.

    • Márcio Amorim disse:

      Caro Alisson!
      Falar sobre tudo isto é muito complicado. Não acho que a pena de morte seja solução em nenhum caso. Mesmo considerando a gravidade de qualquer crime, o criminoso é eliminado mas não paga pelo que fez. Apenas fica-se livre dele. Acho que ele deve “sofrer” até se arrepender. Não sei se dá para entender. Como disse, é complicado. O que me faz ser contra é o fato de que as penas são dadas por humanos suscetíveis a erros e, muitas vezes, em cima de provas forjadas. A Indonésia é um país de corruptos. Li, ontem, um artigo de um jornalista que viveu lá, em que dizia horrores da justiça. Tudo tem preço. Ele dizia que o primeiro brasileiro executado tentou de todas as formas levantar um milhão de dólares para comprar a sua liberdade. Veja bem, não apenas a comutação da pena de morte. A liberdade. Uma mulher que teve suspensa a sua execução ontem é inocente. “Colocaram” drogas na sua bagagem. É um país sem a menor condição de condenar ninguém à morte. Estou dizendo tudo isto, porque sou contra a pena de morte. Não entro no mérito de terem sido traficantes ou assassinos os executados. Já imaginou, aqui no Brasil, um processo de pena de morte nas mãos de um STF, supondo que tivesse de dar a palavra final, que trabalha para o executivo? Alguns são acabados canalhas. Não dá para confiar. Grande abraço.

      • Alisson Sol disse:

        Márcio Amorim,

        Eu já escrevi claramente: pessoalmente, sou contra a pena de morte, por razões bem semelhantes às que todos já citaram. Ou seja: se eu votasse numa eleição questionando se deve haver ou não pena de morte, votaria contra. Dito isto, moro em um estado nos EUA onde há pena de morte. Praticamente não matam ninguém. Por que? Porque por aqui a polícia “geralmente” funciona, e o sujeito fica com medo de fazer a besteira que o leve a esta pena. Há também o fato de que a pena de morte tem tantos recursos, que duram tantos anos, que se você acompanhar o caso do sujeito que detonou a bomba na maratona de Boston, verá familiares das vítimas pedindo que ele seja condenado à prisão perpétua. Isto porque, como ele é réu confesso, neste caso acaba o processo, e as pessoas voltam a viver, sem ter de volta a tribunais durante anos e depor sobre a perda de familiares.

        Já o caso do Jobson é um problema do ambiente do futebol: o dinheiro que ele já recebeu na vida daria para alguém fazer uma “intervenção” e coloca-lo em tratamento. Por exemplo, durante o longo período em que já teve mesmo de ficar fora do futebol devido à primeira punição. Passar a mão na cabeça uma vez: certo. Outra vez: vá lá. Toda hora: lembra do Bruno?

      • Frederico disse:

        Antes de discutirmos penas primeiro temos que ter a policia funcionando com todas as condições. A maioria dos crimes não são solucionados. É o velho costume brasileiro de criar leis. Que adianta lei se não tem instrumento pra cumprir? Pena de morte em um pais como nosso ia matar muitos inocentes e deixar os culpados impunes como vemos diariamente.