Willian foi o melhor da seleção e do jogo nesta vitória sem transtornos de 2 a 1 sobre a Venezuela

Agora Dunga e cia., enfrentarão o Paraguai, na cidade de Concepción, sábado, às 18h30. O Paraguai, segundo colocado do Grupo A, foi quem eliminou o Brasil na Copa América de 2011, nos pênaltis, quando o técnico era o Mano Menezes. Mas o maior prazer que tive hoje no Estádio Monumental foi outro: pensei que nunca fosse ver uma área VIP da Conmebol ou FIFA com ares de simplicidade e normalidade como estou vendo nesta Copa América. Com muitos dos principais figurões presos ou foragidos da Justiça e outros que não se arriscaram a sair de seus países de origem, os ambientes exclusivos da Confederação Sul-Americana de futebol e seus convidados vivem clima quase de velório aqui no Chile, nos estádios e eventos paralelos, muitos inclusive cancelados. A arrogância típica desses cartolas e a dificuldade de acesso a qualquer um deles, que antes se sentiam seres especiais e intocáveis, se tornaram locais normais, como sempre deveria ser, apesar de reservados a eles.

Essas áreas VIPS tinham sempre lotação completa, cheia de políticos do primeiro escalão de várias partes do mundo, presidentes das empresas patrocinadoras, figuras como Joseph Blatter, Ricardo Teixeira, Nicolas Leoz, Julio Grondona (que morreu na hora certa), seguranças armados até os dentes e até o exército para protegê-los e mantê-los inacessíveis aos mortais comuns. Aqui em Santiago, ao invés disso, gatos pingados, nenhuma estrela de primeira grandeza e representantes da prateleira de baixo no lugar dos titulares dos cargos, que estão sendo desmascarados pelas investigações do FBI. Pela CBF, discreto, entrando mudo e saindo calado, o ex-deputado federal paulista, Walter Feldman, completamente desconhecido do meio futebolístico, já que foi nomeado secretário-geral da entidade por ser amigo do Marco Polo Del Nero. Quem te viu e quem te vê CBF e Conmebol!

Do antigo glamour, pelo menos sobraram as belíssimas recepcionistas

Também presente na área VIP da Conmebol o eterno representante da CBF na entidade, Ildo Nejar, cujas atribuições até hoje ninguém consegue explicar para que servem. No mais, belíssimas recepcionistas, comes e bebes em grande quantidade, mas faltando graúdos para desfrutar de tudo. A maioria está entocada, conversando com seus caros advogados, morrendo de medo de serem presos a qualquer momento e pesquisando questões diplomáticas, em que países podem ou não entrar, sem o risco de uma detenção e deportação.

Este medo todo dos cartolas metidos em corrupção aumentou depois do dia 11 quando o Senado do Paraguai revogou a lei que garantia imunidade diplomática à sede da Conmebol, que está em Luque, na Grande Assunção, desde 1997. Com isso ela perdeu as proteções reservadas normalmente às embaixadas estrangeiras, tipo, a inviolabilidade das instalações, incluindo seus arquivos, documentos e papéis existentes. Ou seja, a qualquer momento poderá haver uma devassa lá e mais provas surgirão contra esta turma.

Dentro da área VIP tem até um cronômetro alertando aos comensais quanto tempo falta para começar o jogo.