As principais cidades do Chile são palco de protestos permanentemente, todos os dias, com hora e locais marcados.
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Este Brasil x Paraguai será um bom jogo para se assistir e avaliar a nova seleção brasileira que está sendo montada pelo Dunga. Principalmente sem Neymar, que quando está em campo, a bola tem que, obrigatoriamente, passar por ele. Trata-se de uma renovação plena, e salvo uma convocação ou outra, tida como suspeita, para alavancar vendas e encher o bolso de empresários, este grupo é o que há de melhor da nova safra do futebol verde e amarelo. E vai enfrentar um adversário que não tem grandes jogadores, mas muita garra.
Faz lembrar o trabalho feito pelo técnico mineiro Carlos Alberto Silva, pós-geração Telê Santana, que disputou a Copa do México em 1986, quando Zico, Cerezo, Sócrates, Falcão e cia. Ltda., davam seus últimos suspiros no escrete nacional, Telê inclusive, e a CBF resolveu iniciar uma renovação, tanto na comissão técnica quanto nas convocações. Carlos Alberto foi corajoso, deixou de convocar os já veteranos craques que encantaram o mundo na Copa da Espanha em 1982 e lançou jovens pouco ou nada conhecidos, sob o argumento de que preparava o time para a Copa América de 1987 e os Jogos Olímpicos de Seul de 1988. Chamou gente que o mundo do futebol não conhecia como o goleiro Taffarel, laterais Branco e Jorginho, zagueiro Ricardo Rocha, volante Dunga, meio campistas e atacantes Neto, Bebeto, Romário e muitos outros que não fizeram tanta fama como estes, porém, foram medalha de prata em Seul e base das seleções de Lazaroni e Carlos Alberto Parreira nas Copas de 1990 e 1994.
Protesta-se contra tudo, e sempre contra o governo e contra os patrões da iniciativa privada. Governo federal, governos provinciais e municipais. Mas, diferente de Belo Horizonte, raramente prejudicam o direito de ir e vir da maioria da população. Milhares de manifestantes fecham praças ou avenidas que não param o trânsito, com suas bandeiras, faixas, megafones, carros de som.
Os manifestantes gritam palavras de ordem e enfrentam a polícia com pedras e jatos de tinta. Esta por sua vez age com rigor. Normalmente os confrontos não são violentos, mas quando o pau quebra a situação se complica gravemente, como no caso do estudante universitário Rodrigo Avilês, que foi impactado na cabeça por um jato d’água que o deixou em coma durante todo o mês de maio, e cujas consequências das sequelas são imprevisíveis.
O mais importante é que nenhum dos lados fala em atentado à democracia.
Protesto dos professores na tarde de sexta-feira na Praça das Armas no coração de Santiago. Manifestantes e polícia frente a frente, normalmente sem prejudicar o ir e vir dos chilenos.
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