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A nova CPI do futebol e a volta da cerveja aos estádios

Romero Jucá, relator, e Romário, presidente da CPI. Pelas amizades e ligações políticas de ambos, fica difícil  acreditar nessa CPI.

* * *

Como sempre ótima a oluna do Fernando Rocha no Diário do Aço, de Ipatinga. Na íntegra:

* “Sem mocinhos”

A criação da nova CPI do Futebol foi assunto dominante nos noticiários esportivos e políticos nacionais na semana passada, com destaque para as escolhas do ex-jogador e senador Romário (PDT-RJ) para presidi-la e do Senador Romero Jucá (PMDB-RR) no cargo de relator.

Para início de conversa vale dizer que nesta CPI o relator tem função mais importante do que o presidente, portanto, o peemedebista Jucá, senador do grupo de José Sarney, dificilmente vai deixar passar alguma denúncia que prejudique o filho do ex-presidente, Fernando Sarney, um dos atuais  vice-presidentes da CBF, alvo de  outras inúmeras acusações, que podem ser vistas nesta matéria da “Folha de SP”:http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u711780.shtml.

O filho de Sarney também é um “chegado” do Senador Romário, que por sua vez anda sedento de holofotes, interessado em manter ativo seu projeto de sentar na cadeira de governador do Rio de Janeiro, já nas próximas eleições.

Então, a pergunta que não quer calar é a seguinte: a nova CPI da CBF vai apurar o quê? Vai sobrar para quem? Embora a entidade tenha emitido uma nota dizendo que “apóia” e vai colaborar com a nova CPI, nota-se claramente que neste imblóglio não existe mocinhos e o principal alvo certamente será o presidente da CBF,  Marco Pólo Del Nero.

A volta

Os deputados estaduais aqui dos nossos grotões jogaram literalmente para a galera ao aprovarem em dois turnos ,  projeto que libera a venda de bebidas alcoólicas nos estádios, proibida desde 2003 em todo o país, quando entrou em vigor a Lei Federal 10.671, mais conhecida por “Estatuto do Torcedor”.

Entrou em cena o lobby capitaneado pelas cervejarias, que já conseguiu êxito semelhante na Bahia e Rio grande do Norte, no nosso caso com o apoio dos três “grandes”, – Atlético, Cruzeiro e América -, sendo autor da proposição um deputado que é também presidente do Coelho.

De fato, na prática, a proibição nunca foi cumprida à risca, pois no entorno dos estádios a venda de bebidas corre solta e, o torcedor já entra  turbinado para assistir as partidas, além de ter sido liberada durante a Copa do Mundo, em 2014.

Se virar lei, após sanção do governador, ainda terá oposição do Ministério Público, que deve recorrer alegando inconstitucionalidade, pois uma lei estadual não pode sobrepor à outra de cunho federal.

Mas, sem dúvida seria uma boa para os torcedores do bem, que os bares dos estádios voltassem a vender “cervejinha”, agora só até o fim do intervalo das partidas e, o torcedor não poderá acessar as cadeiras portando bebidas.

Sempre achei que a violência nos estádios de futebol seja fruto principalmente da impunidade e não tanto pelo consumo de álcool, mas reconheço que nossas leis punitivas para coibir os excessos são demasiadamente brandas.

Sou favorável à volta da “cervejinha”, mas que se adote penas mais severas para os vândalos, marginais, que se infiltram nas tais torcidas organizadas, somente para brigar e promover badernas, afastando as famílias e o torcedor do bem, que deseja apenas torcer e incentivar o seu clube do coração.

  • O diretor jurídico do Galo, Dr. Lásaro Cunha, diz que os dados da Polícia Militar, dando conta de que a violência entre torcedores diminuiu após a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, tem dois lados. Segundo Cunha, é preciso “contextualizar as estatísticas de violência, já  que não estamos mais falando de estádios antigos, sem monitoramento, sem câmeras”. Disse ainda que “é um erro fixar estes parâmetros em um novo contexto, além do quê hoje a cerveja é liberada em todos os lugares do mundo, por que aqui não?”. Vamos aguardar!
  • Muito bonito, muito bacana o discurso de Carlitos Tevez ao retornar à Argentina e ao Boca Juniors, clube que o revelou, depois de dez anos jogando e  fazendo fortuna no exterior:”Um dia como este não se compara com nada. Estou com minha gente. Não tenho que falar inglês, nem italiano. Estou em família. O dinheiro não compra a felicidade, disse Carlitos”. O  hermano só se esqueceu de dizer o quanto vai ganhar agora no clube do coração, algo em torno de R$ 700 mil mensais, o que não deixa um exepcional salário para os padrões argentinos e do futebol continental. E não vai precisar alugar jatinho, mansão, gastar milhares de dólares para levar regularmente sua galera para as resenhas no exterior , prática recorrente entre a maioria dos mais bem pagos jogadores de futebol do mundo, como é o seu caso. Um “ídolo exemplar”? Si, pero no mucho!
  • Se fosse aqui nos nossos grotões duvido que alguém ousaria bancar isso. Na Inglaterra, obicampeão mundial de F-1, o piloto Lewis Hamilton,  pagou mico ao ser barrado na final de Wimbledon. Hamilton foi convidado para assistir ao duelo na final entre Djokovic x Federer, mas como estava trajando bermuda e uma camisa colorida, não pode entrar no camorote reservado à realeza, onde o acesso só era permitido de terno e gravata.
  • Depois da volta da “cervejinha”, tomara que outra situação absurda do nosso futebol tupiniquim seja também revertida,  que é este negócio de clássico com torcida única. No Rio de Janeiro,o presidente de um clube — ainda mais o Vasco, com sua História de democracia — queria  o clássico de hoje no Maracanã contra o Fluminense , sem a presença das duas torcidas.
  • Alegava os mesmos motivos dos cartolas e autoridades de segurança daqui,  ou seja, perigo de confronto e violência  entre as torcidas.  Felizmente o Ministério Público de lá entrou no meio e todos entenderam que sem as duas torcidas, seria como decretar o fim do futebol . Aliás, já deveriam saber disso, que o futebol é  feito justamente para elas, as torcidas de cada um dos times no campo. Se não pode, ou não quer, ou não se sabe, como  controlar a violência no estádio, nas redondezas,  então a culpa não é do futebol, não é mesmo? Neste caso o problema não é do futebol. Definitivamente, não é. (Fecha o pano!)
  • * Fernando Rocha

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Comentários:
2
  • Paulo Afonso disse:

    Sei não… Nem tudo no Brasil acaba em Pizza… Acho que esta CPI vai terminar é em linguiça e pó!

  • Jorge Moreira disse:

    Sabem o motivo de violencia nos estadios(não contem para niguem,muito menos pro Ministerio Publico e um promotor que se preocupa muito com o GALO) SIMPLES PRA QUE SERVEM AS TORCIDAS(ORGANIZADAS) ESTES NENHUMA DAS PESSOAS CITADAS TEM CORAGEM DE ENCARAR