O que foi feito com a torcida do Atlético sábado no Itaquerão não foi novidade já que várias outras torcidas adversárias passaram pelo mesmo problema, que não se restringe à falta de ingressos. A violência está no pacote e por isso o advogado Custódio Neto, mineiro que mora em São Paulo, um dos fundadores da “Cariogalo”, que reúne torcedores do Atlético no Rio de Janeiro, está agindo judicialmente para que esta prática corintiana tenha fim.

Na íntegra, a exposição de motivos feita pelo Custódio que enviou à imprensa do país inteiro cópia da ação e exposição de motivos:

… “- Segue uma Representação Extrajudicial à CBF, STJD, Ministério Público do Estado do Rio e de São Paulo, presidente do TJ/SP e Secretário de Segurança Pública de SP, com pedido de interdição da arena corinthians, por ausência de segurança aos torcedores visitantes, conforme abaixo está bem relatado.

3 – Ocorreram graves problemas no último sábado no estádio quando lá estávamos e vivenciamos tudo. E somente se falou na imprensa de reserva de 10% de ingressos. Muito superficial para um lugar que expôs a nossa vida o tempo inteiro.

4 – Embora o futebol movimente milhões e milhões no mundo todo, explorando a paixão do torcedor, que é o financiador do espetáculo, no Brasil tratam o pleito que ora faço sempre como “mais um advogado querendo minutos de fama”.

5 – E vamos deixando para lá, o fato se repete, e o torcedor segue em perigo nos estádios. Até quando?

6 – Tive o cuidado de telefonar para cada órgão indicado no documento abaixo. Todos eles receberão ainda cópias físicas, com fotos, vídeos e documentos comprovando o ocorrido.

7 – Começo aqui uma cruzada para que o torcedor de futebol tenha o seu Estatuto, a sua lei, os seus direitos devidamente cumpridos.

8 – Encareço aos torcedores atleticanos que tiveram o mesmo problema, que ajam da mesma forma, intolerantes com o descaso a que submetidos. Divulguem, façam suas REPRESENTAÇÕES, entrem com processos judiciais.

9 – Não faço questão de aparecer. Nem papel timbrado do Escritório usei. Não há restrição que publiquem todo o teor. Quero mesmo é a apuração ampla e irrestrita dos graves fatos relatados. Ainda que a  “minha alma seja a lenha desse fogo”, parodiando Fernando Pessoa.

10 – Convoco cada jornalista, desportivo ou não, que recebe o e-mail, a tirar um tempo, ler a REPRESENTAÇÃO, que é longa, com termos jurídicos, mas não havia alternativas. Os destinatários são juristas, que precisam de detalhes do ocorrido, para tomarem pleno conhecimento e adequadas providências.

11 – Por fim, reforço uma vez mais o pedido para que cada uma das autoridades destinatárias leia, apure e aprofunde as providências e punições severas.

12 – O futebol brasileiro pode ser melhor do que isso. Precisa ser melhor do que isso. Precisamos fazer melhor do que isso.

13 – Seguem meus contatos. Logo após, o inteiro teor da REPRESENTAÇÃO.

Com distinta consideração.

Custodio Pereira Neto

OAB/RJ

Eu, CUSTODIO PEREIRA NETO, brasileiro, solteiro, advogado, com escritório profissional no centro do Rio de Janeiro, no pleno exercício do meu direito de torcedor, consumidor e dever de cidadão, amparado no Direito de Petição, previsto nos incisos XXXIII e XXXIV do art. 5^o da Constituição Federal, bem como no art. 133 da mesma Constituição, que assegura que o “advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão”, com as prerrogativas da Lei 8.906/94, venho oferecer

REPRESENTAÇÃO

Individualizando os pedidos a cada órgão ao final dessa missiva, amparando as pretensões em todos os termos da legislação vigente e conforme os fatos seguintes.

 

1.       Primeiro, constitui-se a presente em NOTA DE REPÚDIO AOS PROBLEMAS VIVENCIADOS NA ARENA CORINTHIANS, EM 18/07/2015, DURANTE A VENDA DE INGRESSOS PARA O JOGO ENTRE ATLÉTICO-MG X CORINTHIANS.

 

2.       Não se cuida de demanda clubística, oportunista ou tola bajulice. Não se pode expor a vida de ninguém, por qualquer motivo, pior ainda por omissão, como fez o Corinthians no sábado passado e como faz outros clubes, insistentes em descumprirem o direito dos torcedores, cuja paixão é que financia o espetáculo.

 

3.       Por isso mesmo, estou disponível para quaisquer dúvidas e todos os respectivos órgãos receberão cópia impressa, protocolada ou via sedex, com fotos, vídeos e outros documentos probatórios de tudo que vai relatado.

 

4. Isto posto, conforme art. 1º do Estatuto, Lei nº 10.671/03, sou TORCEDORdo CLUBE ATLÉTICO MINEIRO, morador do Rio de Janeiro, de onde viajei para a Arena Corinthians no sábado passado, 18/07/2015, só para ver o jogo. Porém, nem eu, nem outros 1.500 torcedores do Atlético-MG conseguimos entrar no estádio.

 

5.       Segundo a imprensa, e só após toda a confusão ocorrida, o Corinthians dispôs apenas 1.000 ingressos para o visitante. O Atlético-MG pagou, para uso próprio, 170 unidades e a diferença teria sido vendida pelo Corinthians aos atleticanos.

 

6.       A diretoria do Corinthians se limitou a dizer que a o Atlético não reservou os 10% dos ingressos (compra antecipada), conforme o art. 80 do Regulamento Geral de Competições da CBF (RGC). E a diretoria do Atlético informou que sempre que os clubes se enfrentam em BH, o clube paulista não precisa exercer a compra prévia, pois são destinados 2.000 ingressos aos corintianos. Esperava reciprocidade.

 

7.       PORÉM, O CENTRO DA QUESTÃO NÃO É ESSE. QUE O CORINTHIANS VENDESSE NADA AO VISITANTE.Mas ao vender um ingresso que seja, tem que fazê-lo respeitando o Estatuto do Torcedor e o Código de Defesa do Consumidor, pois há uma RELAÇÃO DE CONSUMO EM QUE VIGE A REGRA DA CLAREZA, DA TRANSPARÊNCIA, DA BOA-FÉ, DA NÃO INDUÇÃO EM ERRO, ETC.

 

8.       Note-se que em 14/07/2015 o Corinthians divulgou que a venda de ingressos começaria em 15/07/2015, mas o VISITANTE somente poderia comprá-lo, em dinheiro, às 18 horas, no estádio, no dia do jogo, em única bilheteria, conforme http://www.corinthians.com.br/noticias/ver/56571#.Va1-pPlVikp.

 

9.       Ora, o art. 20 do Estatuto do Torcedor (Lei Federal, diferente do RGC, que sequer é lei), determina que “É direito do torcedor partícipe que os ingressos para as partidas integrantes de competições profissionais sejam colocados à venda até setenta e duas horas antes do início da partida correspondente”’.

 

10.       E no parágrafo 2^oestipula que “A venda deverá ser realizada por sistema que assegure a sua AGILIDADE e AMPLO ACESSO À INFORMAÇÃO”.

 

11.       E o parágrafo 5^oestabelece que no Campeonato Brasileiro, “a venda de ingressos será realizada em, pelo menos, cinco postos de venda localizados em distritos diferentes da cidade”.

 

12.       De igual modo, o art. 3º do Estatuto do Torcedor prevê que “Para todos os efeitos legais, equiparam-se a fornecedor, nos termos do Código de Defesa do Consumidor, a entidade responsável pela organização da competição (CBF), e a entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo (Corinthians).

 

13.       O Poder Judiciário (STJ) já reconheceu haver relação de consumo em processo movido contra a CBF, por erro de arbitragem, no Recurso Especial nº 1.296.944, RJ.

 

14.       Com certeza o Corinthians alegará que vende só vende no dia por segurança. Mas lei é lei. E, conforme será visto adiante, não houve segurança para visitantes. Em verdade, vender ingresso ao visitante só na hora do jogo, em dinheiro, em única bilheteria descumpre o Estatuto e dificulta a segurança pública pois aglomera muitos torcedores, em um único local, ávidos por ingressos, diferente do torcedor do time mandante, que compra antes, em vários locais e formas de pagamento.

 

15.       E, por um lado, se iniciada a venda para os visitantes com 72 horas de antecedência, os ingressos acabariam rápido, a pouca quantidade seria descoberta muito antes do jogo. Por outro, faltou clareza e boa-fépois se o Corinthians, no momento em que iniciou a venda, informasse haver só 830 ingressos para o visitante, sendo mais da metade para organizadas, o “avulso” não viajaria quilômetros na incerteza de tê-los.

 

16.       Em ambos os casos, cumprisse a lei, o Corinthians evitaria que mais de 1.500 Atleticanos fossem para a o estádio e ficassem na porta, sem ingresso.

 

17.       Ademais, havia ninguém do Corinthians no local para esclarecer o que estava ocorrendo, expondo visitantes ao tratamento rude e violento, não raro cínico, de alguns policiais. Somente após denunciarmos ao vivo em rádios, a PM passou a dizer que aguardaria as organizadas chegarem e rateariam o que sobrar.

 

18.       Tal realidade viola o art. 14 do Estatuto do Torcedor que é claro ao garantir que, “a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes, que deverá”:

 

(i) – solicitar (…) a presença de agentes públicos de segurança, devidamente identificados, responsáveis pela segurança dos torcedores dentro e fora dos estádios e demais locais de realização de eventos esportivos;

 

(iii) – colocar à disposição do torcedor orientadores e serviço de atendimento para que aquele encaminhe suas reclamações no momento da partida, em local:

1. a)amplamente divulgado e de fácil acesso; e
2. b)situado no estádio.

 

19.       E mais, o § 1^odo mesmo artigo 14 do Estatuto estabelece que “É dever da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo solucionar imediatamente, (…) as reclamações dirigidas ao serviço de atendimento referido no inciso III, bem como reportá-las ao Ouvidor da Competição e aos órgãos de defesa e proteção do consumidor.

 

20.       Ora, nada disso ocorreu, embora cabalmente pedido desde a chegada aos portões. Supostos organizadores e policiais fazem o que querem, amparados no fato de que havendo qualquer tumulto, agirão com violência para manter a “ordem pública”.

 

21.       Nada obstante, se o Corinthians disse que os ingressos somente seriam vendidos na bilheteria, como as torcidas organizadas compraram-nos se os ônibus só chegaram ao estádio 20 horas, quando os bilhetes tinham esgotado? Na Lei, organizadas tem privilégio? E os “avulsos”, dos Consulados da Bola que viajaram do RJ, Barra Mansa, Campinas, Ribeirão Preto, bairros de SP, Belo Horizonte, são menos torcedores?

 

22.       Ademais, além de não poder entrar no estádio, eu e os citados 1.500 torcedores do Atlético também não puderam ir embora cedo. O aparato policial restringe a circulação perto do estádio. Ônibus, táxi, carros, vans não podiam ser acionados. E no metrô mais próximo chegavam Corintianos. O encontro poderia gerar confronto.

 

23.       A solução para que pudéssemos ir embora seria a escolta da PM, o que foi solicitado desde o início. Porém, a PM respondeu que não tinha efetivo que pudesse fazê-lo, envolvidos que estavam com a chegada das organizadas do Corinthians, Atlético e ônibus dos clubes, e demais questões de segurança.

 

24.       Somente as 21:50 a PM concordou em escoltar parte dos atleticanos sem ingressos do portão de entrada até uma estação do metrô, mais longe, dentro de um shopping. Erro grave no clube mandante, responsável pelo policiamento de um jogo que definia a liderança do Campeonato Brasileiro, realizado em local isolado e inseguro.
25.       Aliás, na espera das 18:00 até as 21:50, o local em que os torcedores sem ingresso estavam não possuía sanitários, nem era possível comprar alimentos. E, durante a caminhada de quase 2 quilômetros até o metrô, no escuro, entre carros, Corintianos seguiam os Atleticanos, se misturavam a eles, toda hora era preciso alertar a PM para que ela mantivesse a escolta, pedras eram lançadas dos muros próximos e dos viadutos, nalguns momentos foi preciso correr, bem como era preciso alertar a PM pra descer da viatura e ficar monitorando os muros. E o trajeto era impossível de ser feito por idosos e deficientes físicos, conforme imagens anexas. Outro desrespeito.

 

27.       A Delegacia de Polícia mais próxima ficava em local inseguro, segundo a própria PM. O Juizado Especial do estádio só poderia ser acessado por quem tinha ingresso para passar pela catraca.Ora, o acesso ao Judiciário é inafastável, também no sentido literal da palavra. É direito do torcedor o fácil e amplo acesso ao Judiciário e órgãos de defesa do consumidor. É evidente que o Juiz e o Promotor de Justiça, sabendo dos fatos no momento em que ocorriam, determinariam providências protetivas dos torcedores lesados.

 

28.       Não bastante, diretores da Torcida Organizada Fúria Alvinegra revelaram, conforme documentos anexos, que seguirão por Correios a cada órgão, que pagaram pelos ingressos e entraram no estádio, mas não receberam os bilhetes. Tal entrada ocorreu por portão lateral, que não onde os “sem ingresso” estavam. Vejam a íntegra do VÍDEO NO LINK —> http://camisadoze.net/tv-retorcida-2/sem-ingressos-atleticanos-encontram-dificuldades-para-assistir-jogo-em-itaquera/#.Va1rnPlVikp;

 

29.       Por qual motivo os controladores do acesso ao estádio levaram tais torcedores para entrar em portão diverso? Porque se passassem onde os “sem ingresso” estavam, haveria JUSTA REVOLTA e PM sabia disso? De fato, alguém recebeu dinheiro e não entregou bilhete? Havia ingresso na bilheteria? Não havia esgotado logo cedo? Qual a dificuldade, por exemplo, de analisar o vídeo do jogo e aferir se os ingressos pagantes passados na catraca correspondem aos presentes na torcida atleticana?

 

30.       Prosseguindo, o descaso do Corinthians com a lei e com as pessoas foi tão grande que NÃO HAVIA POLÍCIAIS FEMININAS PARA REVISTAR AS MULHERES que entraram no estádio. É uma situação perversa, que acabou por expor algumas torcedoras a uma situação extremamente vexatória. Será que o Corinthians vai dizer que não esperava a presença feminina no estádio?

 

31.       Os poucos torcedores que entraram também se viram em situação perigosa ao final do jogo. A polícia disse que não poderia fazer a segurança das organizadas e dos “comuns” ao mesmo tempo e não deu alternativa para retirada destes do estádio, de forma segura. Como a falta de estrutura do local expunham-nos ao risco do confronto direto com os adversários, os torcedores “comuns” ficaram aguardando, sem qualquer aparato policial, que todos os Corinthianos saíssem. Mas, como o estádio também é inseguro porque próximo a comunidade, havia risco sob outro aspecto. Logo, os “comuns” só chegaram em seus destinos no meio da madrugada paulistana

 

32.       Ademais, há denúncias de Atleticanos que ao pedirem informação à PM eram orientados para o portão da organizada mandante, de propósito. VEJAM NO LINKàhttps://www.facebook.com/VovoDoGalo/photos/a.232042653664500.1073741829.231640560371376/427146450820785/?type=1&theater o depoimento de uma senhora de 95 anos, a Vovó do Galo, no trecho seguinte: “Demorei 45min para chegar na bilheteria que venderia os ingressos DEPOIS DE UM POLICIAL A SERVIÇO PARA O JOGO ME MANDAR PRO LADO OPOSTO DO ESTÁDIO DIZENDO SER LÁ A ÁREA DA TORCIDA VISITANTE”. Relata ainda a mesma senhora que o estádio não oferece acessibilidade a idosos e cadeirantes.

 

33.       Prosseguindo, houve agressões verbais e físicas de alguns policiais. Não virou tumulto generalizado porque muitos dos atleticanos presentes se conheciam por viajarem mundo afora com o clube e interagiam tanto com a PM, quanto com os demais torcedores, explicando que a polícia esperava algum tumulto para agir com violência e inverter a culpa pelo ocorrido.

 

34.       De igual modo, muitos torcedores falaram ao vivo e por redes sociais com as Rádios Globo, CBN, Itatiaia, canais ESPN, Estadão, blogueiros, setoristas, repórteres e narradores. Ciente da repercussão, a polícia não persistiu na violência reiterada.

 

35.       Por tudo o acima narrado, é evidente que o Corinthians DESCUMPRIU O ESTATUTO DO TORCEDOR O TEMPO TODO, no que se refere à clareza, igualdade e transparência na venda dos ingressos bem como descumpriu os artigos 13 e 14, que prevêem o direito a SEGURANÇAe estipula que, sem prejuízo do disposto nos arts. 12 a 14 do Código de Defesa do Consumidor, “a responsabilidade pela segurança do torcedor em evento esportivo é da entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo e de seus dirigentes”, in casu, o Corinthians.

 

36.       Logo, pouco importa se houve ou não a reserva prévia de ingressos pelo visitante.FAZ A MENOR DIFERENÇA.O Corinthians fez venda REDUZIDA, OBSCURA e EXPONDO A VIDA DAS PESSOAS A TODA SORTE DE RISCO PATRIMONIAL, FÍSICO E EMOCIONAL. Com descaso. Tanto que reclamado dos problemas, ninguém apareceu, nada fez, embora a lei obrigue agir e resolver.

 

37.       Os vídeos, fotos e documentos impressos serão enviados por sedex ou protocolados in locoe demonstrarão o quadro inaceitável instalado na parte da torcida visitante.

Assim, por tudo que foi acima narrado e comprovado, e no exercício do meu direito de torcedor, consumidor e no dever de cidadão, amparado ainda no Direito de Petição e no art. 133 da Constituição Federal, que assegura que o “advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão”, visando a prover a conservação e a ressalva de direitos, bem como a manifestar intenção de modo formal e prevenir responsabilidades, serve a presente como DENÚNCIA E REPRESENTAÇÃO…

(01) ao Presidente do Tribunal de São Paulo, para apurar a vedação do torcedor de ir Juizado Especial da Arena Corinthians, sem ingresso, já que era preciso sobrepor a catraca e a PM não deu alternativas, o que é ilegal e inconstitucional já que o Poder Judiciário é Inafastável, conforme inciso XXXV do artigo 5 da Constituição Federal de 1988 (CRFB) e o Estatuto do Torcedor impõe que tal espaço seja“amplamente divulgado e de fácil acesso e no estádio”.

(02) ao Secretário de Segurança Pública do Estado de SP, para INSTAURAR PROCEDIMENTO INTERNO no Comando da Polícia Militar e apurar a (2.1.) ausência do comando do policiamento no local, que mesmo solicitada desde o início, somente chegou por volta das às 21:30, quando nada mais poderia ser feito; (2.2.) a ausência da polícia feminina para revistar mulheres; (2.3.) a entrada em portão paralelo de torcedores de organizada sem bilhetes, mesmo estes tendo pago por eles (Vídeo no linkhttp://camisadoze.net/tv-retorcida-2/sem-ingressos-atleticanos-encontram-dificuldades-para-assistir-jogo-em-itaquera/#.Va0et_lViko); (2.4.) o pouco efetivo policial, impedindo que os torcedores sem ingressos pudessem ir embora, com escolta, o que só ocorreu às 21:50, após muita insistência, caminhando quilômetros, no escuro, no meio do transito, levando pedradas e seguidos por adversários; (2.5.) as agressões verbais e físicas de alguns policiais quando deveriam entender a insatisfação justa de torcedores que viajaram quilômetros e não conseguiam entrar; (2.6) o fato de alguns policiais orientarem o visitante para ir para o lado oposto do estádio, das organizadas do mandante, expondo-os a riscos, ainda que tenha sido por desconhecimento, o que é ainda mais grave;

(03) ao Ministério Público de SP, que é local do jogo, e também ao do Rio de Janeiro, onde a venda de ingressos pelo Flamengo, Fluminense e Botafogo não respeita o Estatuto do Torcedor, tanto em jogos do Atlético-MG quanto em jogos do Cruzeiro, requerendo que ambos INSTAUREM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO CÍVEL, em seus estados, na forma do art. 4º e 5º do Decreto 2.181/97 e da Lei 7.347/85, para apurar a evidente lesão de direitos coletivos dos torcedores (3.1) seja pela venda sem a antecedência legal, (3.2) de forma desigual, (3.3.) restritiva, (3.4.) obscura, (3.5.) preterindo os presentes na bilheteria, (3.6.) bem como por expor o torcedor a risco, frisando-se que na Arena Corinthians o fato já ocorreu com o Atlético-MG em 2014 conforme o link à  http://camisadoze.net/informacao-2/atleticanos-encontram-portoes-fechados-itaquerao/#.Va2GovlVikq e também no link -à http://espnfc.espn.uol.com.br/atletico-mineiro/camikaze/1933-o-drama-da-torcida-do-galo-para-ver-o-jogo-em-itaquera); (3.7) devendo ainda o Ministério Público de São Paulo AVALIAR COM SERIEDADE a necessidade INTERDIÇÃO DO REFERIDO ESTÁDIO ATÉ QUE O CLUBE VENDA OS INGRESSOS DENTRO DA LEI, OFEREÇA SEGURANÇA, INFORMAÇÃO, AMPLO ACESSO E TRATAMENTO DIGNO A TODOS OS TORCEDORES, INCLUSIVE AOS PRÓPRIOS CORINTIANOS (3.8.) bem como para organizar  entrada de torcedores de forma que as barreiras que a PM coloca não impeçam o acesso de cadeirantes, deficientes e idosos;

(04) à Presidência e Vice-Presidência e Procuradoria do STJD, para avaliarem e punirem desportivamente o Corinthians, na forma do Regimento Interno do Órgão e do Código Brasileiro de Justiça Desportiva;

(05) à PRESIDÊNCIA E OUVIDORIA DA CBF, para as providências previstas no art. 6º do Estatuto do Torcedor, mormente INSTAURAR PROCEDIMENTO CONTRA O CORINTHIANS E TODOS OS CLUBES que descumprem o prazo de 72 horas de antecedência e as regras de clareza, quantidade e ampla divulgação, na venda de ingressos para mandantes e visitantes, problema recorrente também no Rio de Janeiro, em jogos do Atlético e do Cruzeiro, sempre DENUNCIADO AO SENHOR OUVIDOR GERAL, QUE SEMPRE FAZ POUCO CASO SE LIMITANDO A ENVIAR RESPOSTAS PADRÃO DE ASSESSORIA DE IMPRENSA, SUBESTIMANDO A INTELIGÊNCIA DO ORA DENUNCIANTE;

Entenda cada órgão que a apuração e igualmente rigorosa punição dos culpados servirá de alerta para que os demais clubes se preocupem em cumprir o Estatuto do Torcedor, respeitando os direitos de todos.

Ademais, por cuidar-se de grave violação de direitos constitucionais do torcedor e como o dever de proteção do Estado não se limita à edição de leis, requerendo também atividades concretas de fiscalização e controle, bem como a adoção de medidas satisfativas e punitivas das lesões ocasionadas, (06) em breve será distribuída ação judicial indenizatória dos DANOS MORAIS E MATERIAIS, na justiça comum, CONTRA A CBF, por ser a ORGANIZADORA DO CAMPEONATO, e contra o CORINTHIANS, mandante responsável pelaORGANIZAÇÃO, VENDA DOS INGRESSOS e SEGURANÇA DOS TORCEDORES, conforme artigos 3º, 13 e 14 do Estatuto do Torcedor;

Segue ainda cópia da presente para (07) a Diretoria do Clube Atlético Mineiro IMPLORANDO QUE NÃO DEEM IGUAL TRATAMENTO NO JOGO DE VOLTA pois os torcedores do Corinthians não merecem pagar pelo ato dos dirigentes do clube e não é devolvendo com a mesma moeda que o grave o problema será findado.

Anexo também seguirá a cópia do Boletim de Ocorrência Não Criminal, lavrado de sábado para domingo, 18 para 19/07, às 00:19, em São Paulo, horário que cheguei no hotel, em Pinheiros, de volta do estádio, o que mostra muito bem o tempo precioso que se perdeu para “não ir” a um jogo de futebol, que deveria ser tempo de lazer.

Last but not least, que Corinthians e gestores do futebol brasileiro saibam que condutas como as que foram reclamadas acima não atingem o fim desejado. PELO CONTRÁRIO, APENAS CONTRIBUEM PARA FORMAR UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS ESCRAVA, INJUSTA E MESQUINHA.

Já passou da hora disso acabar no Brasil, o país do fingimento.

Rio de Janeiro para São Paulo, 20 de Julho de 2015.

Torcedor, Cidadão e Advogado

Custodio Pereira Neto

OAB/RJ

* * *

EXMO. DR. PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SP

Dr. Desembargador José Renato Nalini

EXMO. SR. SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SP

Dr. Alexandre de Moraes

EXMO. DR. PROMOTOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE SP

Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Cíveis e de Tutela Coletiva

EXMO. DR. MINISTÉRIO PÚBLICO DO RJ

Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor

EXMO. SR PRESIDENTE DO STJD DO FUTEBOL

Dr. Caio Cesar Rocha

EXMO. VICE-PRESIDENTE DO STJD DO FUTEBOL

Dr. Flavio Sveiter

EXMO. DR. PROCURADOR GERAL DO STJD DO FUTEBOL

Dr. Paulo Marcos Schmitt

ILMO. SR. PRESIDENTE DA CBF

Sr. Marco Polo Del Nero

ILMO. SR. OUVIDOR GERAL DE COMPETIÇÕES DA CBF

Sr. Roberto Sardinha

SENHORES JORNALISTAS EM CÓPIA,

SENHORES TORCEDORES DO ATLÉTICO QUE ESTAVAM NO ESTÁDIO