Alisson Sol disse:

Ita,

Acho que começamos de pontos-de-vista tão diferentes que vamos ter de “concordar em discordar”. Para mim, não são necessários “argumentos para a privatização”. Governo não gera riqueza. Quem gera riqueza é a iniciativa privada, através de cada cidadão ou sua organização coletiva, em empresas e cooperativas. O governo existe, como aprendi quando criança em livros como “A Nossa Ilha“, para lidar com os aspectos da vida coletiva que precisam ser regulamentados. Não fosse assim, seríamos todos como os indígenas: vivendo apenas para hoje, urinando e defecando nos rios, e sujeitos à extinção, como já ocorreu com várias civilizações indígenas (independente das que foram “conquistadas”).

Precisar justificar a privatizaçã para mim seria o mesmo que precisar justificar que um ladrão devolva o bem que roubou. Ou precisar justificar que um senador seja preso por coordenar uma quadrilha para impedir investigações judiciais. Também não vejo necessidade de “royalties da exploração mineral” para a educação. Se não mineral a explorar, não haveria dinheiro para a educação? E quando os minerais se acabarem?

Vamos concordar em discordar. Eu discordo tanto da idéia do governo interferir na vida do cidadão, que me impus um exílio, apesar de amar o Brasil, por não concordar em viver à mercê de leis promulgadas ontem que entram em vigor hoje. Ou ter de competir no mercado com gente que, como banqueiro recentemente preso, tem informação privilegiada, tornando a competição empresarial assimétrica: não se vence pela competência, mas por “quem você conhece”. O Brasil tem 203 milhões de pessoas. A maioria não trabalha para o governo, não conhece político, não recebe bolsa, gera riqueza, paga imposto honestamente. O PIB vem da iniciativa privada, não do governo. Talvez haja um motivo para o que o governo cobra do cidadão seja chamado “imposto”.

Não duvido que você também ame o Brasil. Só peço-lhe que não confunda o Brasil com seu “governo”. Peço-lhe o que já pediu um presidente estrangeiro aos seus cidadãos: “Não se pergunte o que o Brasil pode fazer por você. Pergunte-se sempre: o que eu posso fazer pelo Brasil!“.

ita disse:

“Eu tenho a experiência no assunto, portanto tenho a verdade”…

Fiscalizar o cidadão que não tem meios de subornar dá certo, pois é mais lucrativo e menos trabalhoso. Os radares são exemplo disso e a receita federal é outro exemplo. Agora será q terceirizar a fiscalização de megas empresas é suficiente? Quanto custa pra subornar um terceirizado para uma empresa que lucra bilhões? Quantos 0,000000001% do lucro custaria? A receita faz pente fino no cidadão comum mas é absolutamente corruptível quando se trata de megas corporações (vide caso ZELOTES).

Outro argumento é essa idéia de que pelo Estado tudo tem q dar errado, porque as coisas (mal-) funcionam assim, há vários exemplos no mundo onde isso não é verdade. Não trabalhei nesses lugares, isso torna meu argumento inválido? Temos que reformular o estado a começar pela reforma do judiciário a mãe de todas as picaretagens nesse país. Apelar para privatização é falacioso pois a própria Vale está aí para nos mostrar isso, desde o processo de privatização que foi dos maiores roubos desse país e agora nessa falsa promessa de que a modernização da empresa traz garantias e benefícios à sociedade, argumento agora soterrado por lixo tóxico.

O plano para a Petrobrás é usar royalties na educação, isso já é suficiente pra não querer privatizar. Agora, quais os argumentos para a privatização?