Em foto do André Brant/Hoje em Dia, Bruno Tabata comemorando o gol marcado sobre o Grêmio na final da Copa do Brasil Sub-17 ano passado
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O maior patrimônio de um clube de futebol é a sua torcida, razão de ser de tudo. Depois os seus jogadores, especialmente os “feitos em casa”.
Ainda não tenho informações suficientes para emitir opinião sobre o assunto a seguir, que é muito sério. Mas o jornalista Fernando Rocha está por dentro porque é de Ipatinga, a mesma cidade do jogador Bruno Tabata, e conhece os familiares do rapaz, que tem um grande potencial. Há uma pendenga travando a renovação do contrato dele com o Atlético e não sei quem está com a razão.
Situações como essa envolvem quase todos os clubes do país e cada um tem a sua fórmula de resolver. Vamos ver qual será a do Galo.
Vejam o que escreveu o Fernando Rocha na coluna dele, publicada hoje no Diário do Aço, de Ipatinga.
* “Prejuizo à vista”
O Galinho joga hoje em Porto Alegre contra o São Paulo decidindo o torneio Sub-20 promovido pelos gaúchos, uma espécie de Brasileiro para os jovens atletas, mas o que me chamou a atenção foi a ausência nesta equipe do atacante Bruno Vinicius Souza Ramos, o Tabata, ipatinguense de 18 anos, destaque ano passado na Copa do Brasil da categoria, considerado pela diretoria atleticana como uma “jóia” da sua base, onde chegou aos quinze anos de idade, depois de passar uma temporada no América também da capital.
Me lembrei de ter lido recentemente na coluna do companheiro Paulo Roberto Malta, que Tabata teria contrato com o Atlético até 31/03/2016, mas em março deste ano, após uma tentativa frustrada de renovação de seu contrato feita pelo clube, o jovem atacante teria sido afastado do grupo e desde então treinava em separado.
Incrédulo, fui a uma rede social onde mantive contato com seu pai, Edmar Morais, que me disse ser também representante do filho nas negociações, que confirmou tudo o que o Paulo havia escrito na sua coluna.
Disse-me ele ainda: “a diretoria do Atlético tem se mostrado intransigente ao longo desse período, recusou em agosto passado uma proposta de R$1,5 milhão (teria pedido R$ 3 milhões) de um clube europeu, por 50% dos direitos econômicos do Tabata”.
Na opinião do Edmar, o pai, “na Europa o Tabata estaria na vitrine, o clube poderia lucrar muito mais numa pós-venda, ou então trazê-lo de volta depois do empréstimo para jogar e se valorizar ainda mais”.
Não pretendo fazer juízo de valor das atitudes tomadas pelos dois lados nessa questão, até porque o futebol há bastante tempo virou um grande negócio que movimenta bilhões no mundo inteiro, mas acho que está faltando mais interesse, habilidade e diálogo de quem cuida desses assuntos no clube, para resolver a situação e evitar mais um grande prejuízo aos cofres do Atlético.
Há três anos atrás outra jovem revelação da base alvinegra, o atacante Fred, de uma hora para outra apareceu no Internacional/RS, sendo vendido logo depois pelo clube gaúcho ao Shakhtar Donetsk da Ucrânia, pela bagatela de 15 milhões de euros ou R$ 45 milhões, sem que o Atlético visse a cor de um só centavo.
Apesar da diretoria atleticana dizer o contrário, o pai de Tabata, Edmar Morais, garante que o jovem atacante tem mercado aqui e na Europa mas, como o clube não quer valorizá-lo, só está esperando o fim do compromisso do jogador no dia 31/03/2016, para que possa assinar com outro clube e “seguir sua carreira em qualquer lugar do planeta”.
Na última sexta-feira, o presidente Daniel Nepomuceno, participou de um programa de rádio da 95FM, afirmando que voltará a conversar com os representantes de Tabata, pois é uma das prioridades para a próxima temporada renovar o contrato do jovem atacante. O dirigente também reclamou afirmando que Tabata está sendo “mal orientado”.
Neste caso, se for mesmo verdade, o presidente do Galo estaria sendo vítima de um “fogo amigo”, pois conforme me revelou Edmar Morais, pai de Tabata, o empresário que cuida pessoalmente da carreira dele é “amigo particular” do presidente do Atlético. A propósito, o empresário que tirou Fred do Atlético para jogar no Internacional e depois revendê-lo por uma fortuna aos ucranianos, foi nada menos que Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho.
O que me deixa intrigado nessa história toda é a forma como um grande clube do futebol brasileiro, neste caso o Atlético, trata suas “jóias” reveladas na própria base, onde gasta milhões para formar jogadores e acaba permitindo que alguns deles lhe escape entre os dedos, por falta de uma ação mais contundente na área jurídica, se cercando de todos os meios para garantir seus direitos.
Na outra extremidade, causa estranheza o fato do técnico Levir Culpi ter recorrido diversas vezes à base no último Brasileiro, dando várias chances na equipe principal aos atacantes Dodô e Carlos, que não corresponderam à altura, sem que ninguém o avisasse, ou que soubesse da existência do Tabata, afinal de contas ele foi simplesmente o artilheiro da Copa do Brasil/Sub-20 de 2014, além de ter sido escolhido o melhor jogador da competição.
Nem tudo está ou parece perdido, pois o presidente Daniel Nepomuceno prometeu procurar os representantes de Tabata e voltar a negociar a renovação de contrato. Quem sabe com o novo técnico, o uruguaio Diego Aguirre, a “jóia” da base possa finalmente ter oportunidades e ainda dar muitas alegrias ao torcedor atleticano. E só depois sair pela porta da frente, assim como deve acontecer com outra grande revelação da base alvinegra, o zagueiro Jemerson, que estaria sendo negociado com o Monaco da França por 10 milhões de euros ou cerca de R$ 30 milhões.
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Saiba mais sobre Bruno Tabata, nesta reportagem no Diário do Aço do dia 26 de junho do ano passado.*
“Tabata, a nova revelação alvinegra”
Depois de defender clubes de Ipatinga e o América, meia alcança projeção com o Atlético – Bruno Vinícius Souza Ramos, 17 anos, mais conhecido como Bruno Tabata, é a nova revelação alvinegra. Tabata, que atua como meia-atacante, é natural de Ipatinga e joga no Atlético há mais de dois anos. Ele vem se destacando no time juvenil, conquistando títulos e caindo nas graças da torcida.Tabata começou a jogar futebol com 7 anos de idade, na escolinha do Ipatinga, e logo depois foi para a extinta Aciaria. Em menos de um ano já estava na Usipa, e aos 14 anos passou a jogar no América, clube defendeu por um ano, antes de ser contratado pelo Atlético Mineiro.
Para o craque alvinegro, a motivação surgiu após ver muitas partidas de futebol e também por influência do pai, Edvaldo Ramos, que tinha como sonho ser jogador de futebol, agora realizado pelo filho. “Meu pai sempre me apoiou, era o sonho dele que eu fosse jogador de futebol, desde o momento que falei que queria ser jogador de futebol meus pais me apoiaram e deram todo suporte”, garante Tabata.
O jogador começou no futebol como volante, depois passou a ser atacante, e no Atlético passou a atuar como meia-direita.Ao longo de sua curta carreira, o jogador acumula vários títulos, alguns conquistados nas escolinhas e outros com as camisas do América e do Atlético. Entre os principais estão a conquista do Campeonato Mineiro pré-Infantil e Infantil pelo América, e pelo lado alvinegro o jogador tem em seu currículo a conquista do Campeonato Mineiro Infantil, Mineiro Juvenil, Torneio Future Champions e, a mais recente, a conquista da Copa do Brasil Sub-17, na qual marcou dois gols nas finais.
O atleta vive cheio de expectativas na carreira: uma delas é ser jogador do time profissional do Galo, e a outra é ser convocado para a seleção brasileira. “Tenho mais três anos na categoria de juniores no Atlético, ainda vou disputar a Taça São Paulo, torneio que é a vitrine para jogadores da base dos clubes brasileiros. Minha grande expectativa é chegar ao profissional o mais rápido possível. Espero ainda ser convocado para a seleção, principalmente quando chegar a convocação do Sub-18, ano que vem, e posteriormente a do Sub-20”, enfatiza o jogador.
Além de ter status de revelação, o jogador vem sempre recebendo homenagens por onde vai. E não foi diferente aqui em Ipatinga, onde o jogador recebeu homenagens da Prefeitura Municipal, minutos antes da partida contra o Criciúma, pelo Campeonato Brasileiro, no mês passado.
Ao ser questionado sobre o peso de ser apontado como uma revelação, o atleta foi enfático ao dizer: “Vejo o status de revelação como bom, isso é o reconhecimento do trabalho. Agora é manter o foco e responsabilidade, assim as oportunidades vão surgindo, dai é só saber aproveitar que você deixa de ser uma promessa, e as coisas passam a virar realidade”, resume.
Quando se fala da torcida do Atlético, Tabata já tem uma palavra na ponta da língua, “única” – o jogador diz que a torcida mantém bom relacionamento com ele pelas redes sociais. “Ela sempre me apoia dentro de campo, elevando minha moral, e me faz sentir mais motivado, principalmente quando ela está à beira do campo soltando os gritos apaixonados de ‘Galo’. Tenho um carinho muito especial por essa torcida”, diz Tabata.
O pai, Edvaldo Ramos, se diz muito orgulhoso em ver o filho conquistando seus objetivos. “Quando o filho da gente entra no futebol, a gente fica preparado pra se dar bem ou se dar mal, e, no caso do Tabara, fico satisfeito demais por ele estar em um grande clube e por ser em Minas Gerais, aqui perto de nós. Estou praticamente em lua de mel. Fui à loucura quando ele pegou a bola para cobrar aquele pênalti, diante do Grêmio, e marcou o gol”, lembra.
Perguntado qual gol mais importante ele já marcou, o jogador foi categórico em dizer que foi na final contra o Grêmio. “É sempre importante fazer gols decisivos e tive a felicidade de marcar nas duas finais. O gol mais importante foi o gol de pênalti que marquei na finalíssima, contra o Grêmio, onde fiz o gol, o jogo ficou de 1 a 1 e fomos campeões da Copa do Brasil. Foi muito bonito marcar o gol e ver o estádio cheio comemorando”, finaliza Tabata.
O jogador continua de férias na cidade de Ipatinga, e o próximo compromisso do atleta será no próximo mês, pelo Campeonato Mineiro.
http://www.diariodoaco.com.br/noticia/82414-2/esportes/tabata-a-nova-revelacao-alvinegra
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