Capa do Diário de São Paulo de hoje
Um conjunto de fatores faz um time vencedor ou não. O psicológico é um dos principais. Jogador que consegue manter os nervos em dia erra menos, acerta mais. Aí depende do dia de cada um. Ano passado o Corinthians foi eliminado em casa pelo pouco expressivo Guarani do Paraguai, nas oitavas de final da Libertadores. Agora, nas mesmas oitavas, pelo tradicionalíssimo Nacional do Uruguai. Pensando bem, então o “Timão” melhorou: de um paraguaio desconhecido para um uruguaio famoso!
Antes do jogo teve até DR (discussão de relação) promovida pelo técnico professor Tite, decantado por nove entre 10 jornalistas como o melhor do Brasil. Deixou todos os jogadores falarem para que o “trauma” das eliminações de Itaquera não influenciasse nesta partida contra o Nacional.
O atacante André, que mostrou o seu péssimo lado profissional no Atlético, errou um pênalti que poderia ter mudado a história da partida. O jogo foi em estádio “Padrão Fifa”, o enrolado Itaquerão, alvo da Operação Lava-Jato.
Até que ponto a pressão a favor da torcida mexeu com os nervos dos jogadores corintianos. E dos uruguaios? Esta situação me faz pensar na grande discussão da moda entre atleticanos e a imprensa: Independência ou Mineirão? As estatísticas mostram que o estádio do Horto é o lugar certo, mas o Galo já perdeu feio lá também e foi campeão no novo Mineirão, “Padrão Fifa”, igual ao Itaquerão, que dá mais conforto a todo mundo.
Os gramado tem as mesmas dimensões mas a proximidade da torcida com os jogadores no Independência é muito maior. Mas até que ponto isso ajudou ao Carlos acertar aquele chute entre a trave e o excelente goleiro Ibañez, do Racing?
Sinceramente acredito que ninguém vai conseguir decifrar estas questões porque tudo é questão de momento e atitudes de quem está dentro de campo, com o poder nos pés, nas mãos e na cabeça. Como fez o Lucas Pratto durante todo o jogo. Só faltou comer grama, mas se precisasse comeria. Diferente do bom zagueiro Erazo, que já disputou Copa do Mundo e não demonstrou experiência de jogador tão rodado. Nos dias anteriores à partida entrou na pilha da imprensa que levantou o assunto do goleiro Saja dizendo que os brasileiros se “borram” quando os enfrentam. Um assunto bobo, meramente midiático, foi levado a ele na entrevista coletiva da Cidade do Galo e ele danou a falar bobagens também, botando este ingrediente psicológico perigoso para dentro de campo. O próprio Erazo, sempre tão tranquilo, foi um dos primeiros a demonstrar nervosismo. Rafael Carioca custou a se encontrar em campo.
Tudo isso conta no futebol e a disputa continua. Contra o São Paulo a imprensa de lá que é muito forte já está jogando a favor do time do Bauza. O Galo pra passar, terá de manter o sangue frio e a postura de Lucas Pratto. Independência ou Mineirão? Tanto faz, mas por via das dúvidas, pelas estatísticas e pelo sim ou pelo não, caiu no Horto, voltou a morrer!
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