Tenho o privilégio de receber antecipadamente a coluna do Fernando Rocha, que estará amanhã no Diário do Aço, de Ipatinga, e divido essa primazia com as senhoras e senhores amigos do blog:
* “Na berlinda”
Desde 2013, o futebol mineiro vinha experimentando seu maior momento, o que deixou toda a imprensa nacional intrigada, pois mesmo com receitas significativamente menores, sobretudo em relação aos clubes do eixo Rio-SP, o Galo ganhou a Libertadores em 2013 e a Copa do Brasil no ano seguinte, numa decisão mineira com o maior rival, o Cruzeiro, que por sua vez sagrou-se bicampeão nacional de forma consecutiva em 2013-2014;
E não ficou só nisso, pois eis que ano passado, depois de bater na trave algumas vezes, por incompetência da sua diretoria, o América da capital conseguiu voltar à Série A, a elite nacional.
Porém, de uma hora para outra, tudo mudou, e como no conto de fadas, a carruagem virou abóbora. Entramos na nona rodada do Brasileiro com os três representantes na zona de rebaixamento.
Como dizia o saudoso Osvaldo Faria nos bons tempos do rádio mineiro, “cada qual com o seu cada qual”, pois o que não tem faltado são desculpas, transferência de responsabilidades, enfim, está faltando competência e sobram vilões entre dirigentes, jogadores, treinadores, que nem dá para escolher a quem culpar.
Claro que ainda há tempo para que o América, Atlético e Cruzeiro encontrem uma saída, mas a cada mau resultado rodada pós outra, o caminho vai se estreitando, as portas vão se abrindo para um novo grande vexame.
A coluna foi escrita antes do jogo de ontem à noite do América x Coritiba, no Independência, mas a expectativa de uma reação do Coelho, diante de um adversário também candidato a lutar contra o rebaixamento até o fim, não era das melhores.
O Galo faz hoje às 11hs contra a Ponte Preta, também no Horto, um jogo difícil, pois a “Macaca” costuma complicar para os adversários; e o Cruzeiro à noite terá uma missão ainda mais difícil, que é encarar o Grêmio dentro da sua casa, em Porto Alegre, onde difícilmente perde.
Que já passou da hora de reagir todos nós sabemos disso, mas com este futebol da pior qualidade, nossos representantes não inspiram a menor confiança.
- Na época dos Perrelas, sempre que o Cruzeiro fracassava em alguma disputa, a diretoria lançava na mídia a notícia de que estaria para iniciar a construção de um estádio próprio na região metropolitana da capital, com o objetivo claro de desviar a atenção da torcida para os principais fatos. Agora nem isso a diretoria atual é capaz de fazer, ou quando tenta faz pior, como foi este anúncio do “interesse” pelo atacante Nilmar, ex-Internacional, atualmente no futebol árabe, onde tem contrato a cumprir com o Al-Nasr, além do histórico de contusões graves, que o transformaram numa autêntica bomba relógio.
- No Atlético, se não vencer hoje a Ponte Preta, a crise pode ficar insustentável, e até Marcelo Oliveira, então uma “unanimidade”, corre o risco de cair. O presidente Daniel Nepomuceno precisa incorporar um pouco o espírito Kalil de administrar, dar um murro na mesa, chamar todos às falas, pois é inadmissível que com este elenco, o clube passe por momento tão ruim.
- Na derrota para o Inter, Robinho e Rafael Carioca quase chegaram às vias de fato. Carioca disse ao final que houve uma conversa no vestiário entre os dois e que tudo foi esclarecido. O técnico Marcelo Oliveira, sem saber dessa declaração do jogador, tentou minimizar dizendo que nada foi levado para o vestiário, etc, coisa e tal. Nessas várias décadas de janela, não me lembro de ter visto uma cena tão patética, em se tratando de jogadores do Galo. Como disse o Príncipe Hamlet na peça de Shakespeare, certamente “há algo de podre no Reino da Dinamarca”.
- A demora da CBF para anunciar o técnico Tite simboliza todo o momento do futebol brasileiro, de crise, depois dos 7 a 1 e depois da eliminação precoce da Copa América, num grupo com Peru, Equador e Haiti. Em toda a história gloriosa da seleção, não se tem notícia de outro momento tão crítico. Este é também o sentimento dos nossos principais adversários pelo mundo afora. A seleção brasileira já não causa tanto temor aos rivais, nem mesmo aos nossos “hermanos”, aqui na América do Sul, e enquanto tivermos essa CBF no comando, dificilmente alguém conseguirá tirar o futebol brasileiro do fundo do poço onde está. (Fecha o pano!.
* Coluna de amanhã, do Fernando Rocha, no Diário do Aço, de Ipatinga.
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