Em foto do blog do Cosme Rimoli, Maradona homenageia Ronaldinho Gaúcho num dos muitos encontros deles em eventos mundo afora.
O conterrâneo Hélio Antônio Corrêa, perguntou no blog se estou de férias. Certamente porque não escrevi nada aqui ontem e sexta-feira. Apenas uma rápida folga, caro Hélio, justamente em nossa Conceição do Mato Dentro, em mais uma passagem de ano. Aliás, desejo a todos os senhores e senhoras que me prestigiam com a companhia, um ótimo 2019, com muita saúde acima de tudo, pois, com ela em dia, tudo se resolve bem.
Em Conceição e região, tenho visto, de passagem, nos campos de futebol espalhados à beira das estradas e nos bairros, crianças e adultos jogando suas peladas, ostentando camisas com os nomes e números de craques de várias partes do mundo. É Méssi pra lá, Cristiano Ronaldo prá cá, Mbappé (mais novo astro francês), e por aí vai. Brasileiro, só Neymar, ainda com muitas camisas do Barcelona. Este “fenômeno” não é de hoje e tende a aumentar. Claro que em termos de clubes, predominam as camisas do Galo e do Cruzeiro, mas na soma geral assusta a quantidade da representação dos clubes estrangeiros, em todo o Brasil e América do Sul.
Lembrei-me de 2012, no fim de semana seguinte à chegada do Ronaldinho Gaúcho ao Atlético eu estava no imperdível mercado da belíssima cidade de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha. O cruzeirense Bruno Felix, empresário de lá, chamou a atenção para o tanto de gente usando camisas com o nome do camisa 10 às costas. Eram muitas camisas do Barcelona, do Milan e até do Paris Saint Germain, primeiro clube dele na Europa. Nenhuma do Flamengo, de onde ele acabara de sair ou do Grêmio, onde ele começou. Do Galo, algumas, absolutamente piratas, já que ele acabava de chegar. E equivocadas com o 10 às costas, pois ele optaria pelo número 49.
O futebol europeu invadiu as mentes e corações também dos brasileiros, de todos os cantos. É a força dos bons de bola e do marketing bem feito.
Dia desses li uma coluna inteira do Álvaro Costa e Silva na Folha de São Paulo, especializado em política e cotidiano do Rio de Janeiro, mas descrevendo gols e jogadas incríveis de Lionel Messi. Carioca, o bom articulista se referiu a um jogador brasileiro em uma única linha para comparar um dos gols magistrais do argentino com um do Zico, pelo campeonato estadual dos anos 1980.
Messi merece todas as honras, mas pensei comigo: para lembrar de gênios das áreas adversárias, com ou sem a bola nos pés, porque não recorrer a um dos nossos? Reinaldo, Romário, Ronaldinho, Ronaldo, o próprio Zico e tantos outros? A resposta também veio imediata: o nosso último gênio da bola, desse nível, foi o Ronaldinho, que hoje é só memória. Neymar ainda não chegou lá!
Aí tenho que concordar com o Álvaro em manifestar seu encantamento a um craque atual, que é argentino e joga na Europa. No máximo, pode-se colocar uma dúvida quanto a outro fora de série, Cristiano Ronaldo, que à luz da razão, é menos gênio que Messi, faz menos malabarismos, mas está em patamar semelhante e foi mais produtivo para o time dele nos últimos três anos.
A nossa fábrica de craques verde e amarela já não produz gênios em quantidade e rapidez como antigamente.