Joachim Löw, técnico da Alemanha, na entrevista coletiva após a eliminação contra a Córeia do Sul.
É lamentável, mas é verdade! Ouvir torcedor na porta do estádio aqui em Moscou falando bobagens como essa, vá lá. Empolgação, cerveja na cabeça e viva o futebol. Porém, comentarista profissional de TV entrar nessa, é o fim da picada. É o que conta o Marcos Caldeira, na coluna dele no Trem Itabirano, além de outras:
* “MUNDO TODO COMEMORA O FRACASSO DA ALEMANHA,
ESPERANÇOSO DE QUE JOACHIM LÖW SEJA DEMITIDO”
(Ninguém aguenta mais ver na TV esse treinador catarrento)
De verde, jogando futebol do Guarani de Campinas, a Alemanha, que correu risco de ser eliminada já no segundo jogo, concretizou seu fracasso no terceiro, hoje, ao perder para a Coreia do Sul (2 a 0). Aos 18 minutos do primeiro tempo o alemão Neuer foi encaixar uma bola descomplicada, após cobrança de falta, mas ela recusou seu abraço e quase sobrou limpinha, debaixo do gol, para o adversário. Um dos maiores goleiros do mundo falhando de forma bisonha? Quem disse “mau sinal” acertou. Na outra partida do grupo, o México só precisava de empate contra a Suécia, mas decidiu viver a vida perigosamente e foi tomando gols: 1, 2, 3. Vitória simples dos germânicos eliminaria a pátria de Cantinflas, mas os hominhos de vermelho – como minha sobrinha de seis anos se referiu à Coreia ao passar na sala – tombaram a gigante Alemanha, que ficou em último lugar no grupo, e terão o eterno agradecimento de Nossa Senhora de Guadalupe. O fracasso alemão significa, no mínimo, duas coisas. Nenhuma seleção poderá, nessa copa, empatar com o Brasil em número de conquistas. O mundo aguarda, esperançoso, a demissão de Joachim Löw – ninguém suporta mais ver esse treinador catarrento cutucando nariz. Como lá nos longes da década de 1940, alemães deixarão cabisbaixos o solo russo.
INVESTIGAÇÃO EXISTENCIAL
Os comerciais da TV Globo, sobre a copa, estão insuportáveis, chatos além da cota permitida, ou eu é que estou ficando implicante, mal-humorado? Após o mundial, farei minuciosa autoanálise. Tenho muito receio de envelhecer mal, ranzinza, com tudo irritadiço.
CERVEJA DÁ AZAR, VOU É COM LARANJA-SERRA-D’ÁGUA
Assim que acabou o pós-jogo de Alemanha x Coreia do Sul, fui comprar iogurte e outros víveres para a hora da partida do Brasil – sou caretaço, vejo futebol tomando iogurte, comendo pipoca doce, daquelas de saquinho rosa, saboreando laranja-serra-d’água. Cerveja? Jamais, dá azar. Além do quê, nunca vi anúncio idiota de laranja e pipoca na TV. Moça da Nestlé me viu equilibrando cinco potinhos no supermercado e perguntou se eu não queria levar dos que estavam atados em dupla por plástico. Perguntei o motivo e ouvi: “Você leva dois, só paga um”. Eu não sabia, é sério, que um produto unido a outro significa promoção. Faz-se isso, geralmente, quando a validade do produto está próxima de vencer – o consumidor precisa se atentar quanto ao prazo. Levei dez iogurtes e paguei cinco – goleada. Economizar com inteligência não é avareza, é valorizar o dinheiro que conquistamos com nosso trabalho.
BRASIL, 2; SÉRVIA, 0
Só isto mesmo: Brasil, 2; Sérvia, 0.
“ESTÁ VINGADO O 7 A 1.” NÃO, NADA DISSO
Consumada a eliminação da Alemanha, um comentarista de TV disse que está vingado o 7 a 1, no Mineirão. Olhei bem para ele e fiquei pensando na gravidade disso que é uma pessoa existir.
CAMISA PRETA E VERMELHA X CAMISA VERDE
2014: Alemanha, de preto e vermelho, campeã do mundo. 2018: Alemanha, de verde, eliminada na primeira fase. Se eu não tivesse uma birra danada contra o clube carioca, diria: quem mandou tirar tirar a camisa do Flamengo e colocar a do Guarani?
DEU NO JORNAL “O GLOBO”
Alegre como quem faz gol, estou com a repercussão Brasil afora destes textos sobre a copa. Tem sido excelente, e tudo absolutamente espontâneo. Quer um exemplo? Dentro da filosofia-miojo, digo: é pra já. O compositor e escritor carioca Aldir Blanc escreveu em sua coluna no jornal “O Globo”, do Rio de Janeiro (edição de domingo, 24 de junho), que O TREM Itabirano tem feito a melhor cobertura de humor da Copa do Mundo. Discorda? Vai lá e peita o homem. Acha cabotinismo eu dizer isso aqui? Concordo, em parte, e me defendo: o homem não deve aparecer; seu trabalho, sim. Muita gente boa tem republicado os textos e enviado opiniões. Vou falando com tranquilidade, sem pressa, aos pouquinhos, para não intoxicar ninguém. Ah, exige a prova do que disse Aldir Blanc? Segue o recorte de “O Globo”.
Por Marcos Caldeira – O TREM ITABIRANO