Foto: Reprodução/SporTV
Minha coluna no BHAZ:
“Futebol de resultado”, com muita paixão e pouca razão
No início dos anos 1980 o sindicalista amazonense radicado em São Paulo, Luís Antônio de Medeiros criou a expressão “sindicalismo de resultados”, em que defendia mais benefícios à classe trabalhadora e menos discussão política e ideologia nas negociações com os patrões. A imprensa esportiva puxou a frase para o futebol e a adaptou para definir treinadores e times que não se preocupavam em jogar bonito e sim em vencer a qualquer custo. Monta-se um sistema defensivo eficiente e vai atrás de um gol, seja em contra-ataque, corner, falta, pênalti, seja lá o que for. A “bola parada”, como muitos dizem.
Rubens Minelli, tricampeão brasileiro, com o São Paulo e Internacional, foi um dos primeiros a ganhar este carimbo e se defendia dizendo que não era nada disso; e sim praticidade: “Se você não tem craques, tem que treinar gladiadores”, dizia.
É o tal “jogar por uma bola”, aplicado por incontáveis treinadores, que tem no Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes, dois bons exemplos.
Depois de muita raiva na torcida, Felipão finalmente está conseguindo encaixar seu jeito no Atlético e os bons resultados estão acontecendo. No jogo contra o Internacional funcionou bem, porém, até sair o gol do Hulk, imprensa e torcida estavam “p” da vida com o técnico por causa do péssimo jogo do Galo, defensivo, acuado, feio.
Eu mesmo pensei comigo: saí de uma ótima festa e deixei de ir a uma outra para assistir a esta “pelada”.
O escaldado companheiro Kleyton Borges twittou: @KleytonBorges “Lamentável ter que admitir que o Felipão está acabando com o time, retrancado e covarde, um absurdo.”
Aí saiu o gol dos Hulk, aos 27 do segundo tempo e o Kleyton voltou à carga: @KleytonBorges “Boa Galô… Fico feliz demais, Mas não tiro uma palavra dita antes.”
No Canal Bica Galo o Marco Geves sugeriu e parece ter sido ouvido pelo técnico do Atlético. @Geves_Galo “Primeiro tempo ruim. Galo só defende, e Inter não consegue muita coisa também no ataque. Felipão precisa mexer no time, eu sacaria Pavón e Edenilson. Zaracho e Igor Gomes seriam meus escolhidos. Coloca 4 homens no meio, empata numericamente, e aproxima Hulk e Paulinho, como uma dupla. Pedrinho joga melhor com um meia o apoiando.”
O comentarista do Sportv, Sérgio Xavier Filho também estava incomodado.
@sxavierfilho “É preciso ter cuidado pra não deixar de destacar a atuação vibrante do time reserva do Inter. Mas que Galo vergonhoso viajou para Porto Alegre! Parece um time de 8 contra outro de 11”.
O Fael da TV Alterosa também não perdoava.@faelslim: “Mariano pega a bola e tem campo. Ele pede pro Pavón subir, pois o atacante fica no campo de defesa. O time não quer passar da linha do meio-campo.”
Depois dos 2 a 0, dois comentários mais serenos, avaliando com frieza o que aconteceu. Do Célio Batista, a quem agradeço por estar sempre nos prestigiando aqui e do Edu Panzi, um dos melhores comentaristas do país atualmente.
Aliás, o Célio, se não estou enganado, é o mesmo que jogou no Atlético, América e outros clubes nos anos 1980. Era atacante, muito bom. Hoje professor de Educação Física. Disse ele:
“Levou um vareio até os 20 do segundo tempo. Depois mostrou que tem uma defesa segura e um time experiente e um técnico como ele mesmo disse: agora a equipe aprendeu a jogar como eu gosto e eu estou conhecendo como eles jogam melhor. Com o tempo este conhecimento aumenta. Um treinador bom e experiente só precisa de tempo.” (Célio Batista)
O Edu twittou: @edupanzi “1º: Inter dominou boa parte do jogo;
2º: Everson salvou o Galo;
3º: Felipão mexeu/leu bem. Deu mais intensidade por dentro, com Igor Gomes (entrou bem d+) e força pela direita, com Edenilson. Recuperou o meio campo;
4º: Galo aproveitou suas chances, Inter não;
5º: Futebol!!”
É isso aí!
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