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O bom, o ruim e o desnecessário da abertura dos Jogos de Paris

(Todas as fotos desse post são de minha autoria)

Essa é a minha sétima cobertura presencial de Olimpíada. As aberturas mais marcantes que vi até hoje foram as de Londres (2012) e Pequim (2008), com destaque especial para Londres, na qual Paris se inspirou em algumas coisas legais, como a utilização de imagens de grandes astros do cinema, futebol, música e cultura em geral da Inglaterra. Cenas deles nos telões, misturadas com eles em carne e osso, no estádio da abertura.


Nunca vou me esquecer do ator do 007, Daniel Craig, indo buscar a Rainha Elizabeth no gabinete de trabalho dela, entrando no helicóptero e as imagens mostrando o percurso deles até o estádio Olímpico.
Trabalho tão bem feito que só percebemos que poderia ser uma encenação quando ele começou a prepará-la para saltar e o helicóptero sobrevoava o gramado.


As pessoas se entreolhavam e se perguntavam:
__ Será que ela vai saltar de paraquedas???
A imagem tomou conta de todos os telões, quando ela se aproximava da porta do helicóptero. Quando a porta se abriu, a imagem sumiu dos telões, todos os holofotes foram para a tribuna do estádio, em cima dela, que entrava com aquela cara boa e a tradicional bolsa pendurada no braço, ao lado do marido, com a mesma roupa da filmagem.
Uma cena fantástica, que sempre vale a pena ver de novo: https://www.youtube.com/watch?v=_TgIKn4bM5M


Também teve o Mr. Bean, metendo o dedo no piano tocado durante a apresentação da Orquesta Sinfônica de Londres, no gramado. O estádio veio abaixo de tanta gargalhada, daquela cara malandra dele, que pode ser vista neste link:
https://www.youtube.com/watch?v=CwzjlmBLfrQ


Pequim marcou pela opulência, os shows de fogos, as artes marciais, a perfeição em todos os detalhes, naquele estádio espetacular, batizado como Ninho do Pássaro.


Paris marca pelo ineditismo de ter feito a abertura a céu aberto. Foi ótimo, porém, melhor certamente para quem assistiu pela TV, já que apenas as autoridades e pessoas presentes perto do palanque principal puderam ver tudo de perto e entender o que estava acontecendo. Para que tenham uma ideia, do início do desfile, que foi perto da Torre Eifell, até onde eu estava, perto do Museu do Louvre, o barco da Grécia, primeiro a desfilar, levou meia hora. Por mais que o público batesse palmas e vibrasse, não dava pra comparar com a vibração e emoção do ambiente interno de um estádio.


As performances teatrais e musicais só puderam ser sentidas pelas poucas pessoas que estavam perto, já que por melhores e mais nítidos que fossem os telões ao longo do Rio Sena, não é a mesma coisa.
Além do mais, depois de uma hora do início do desfile a chuva aumentou, ficou muito forte, e gente demais foi se abrigar ou ir embora. Meu caso, por exemplo, que fui para um bar assistir o resto pela TV, tomando um “chá com torradas”. Vale lembrar que nas lanchonetes de todas as arenas e instalações olímpicas só se vende cerveja e drinks, sem álcool, a 8 euros um copo de 500 ml, sem graça nenhuma.


E só hoje que vi aquela cena mal pensada, desrespeitosa, inoportuna e desnecessária, de provocação à Santa Ceia. Nada justifica desrespeito a nenhuma religião, principalmente nestes tempos conturbados e perigosos que estamos vivendo no mundo todo. Pra quê isso? Porquê?
Certamente, uma mancha na história dessa Olimpíada, que tem tudo para ser uma das melhores de todos os tempos.

(Todas as fotos desse post são de minha autoria)


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