
Foto: Rafael Ribeiro/CBF
Foi tudo diferente das chatas apresentações de treinadores da seleção brasileira, começando pelo próprio novo comandante, um estrangeiro.
Muito legal a atitude da CBF em convidar Felipão para dar as boas vindas na solenidade. Respeito aos técnicos brasileiros, representados pelo último comandante campeão com a seleção, em 2002, e também do maior vexame da seleção, nos 7 a 1 da Alemanha, no Mineirão, em 2014.
Treinador vindo de um país que é “meio Brasil”, com tudo de bom e de ruim que temos, inclusive no futebol, cheio de confusões, dentro e fora de campo.
A cara sisuda do Carlo Ancelotti da beira dos gramados e o paletó, deram lugar a sorrisos e bom humor, sem perder a seriedade e nem ser teatral.
Só de não ter ligação profissional com nenhum agente de jogadores já é uma conquista. Assim, vai convocar sempre os que entender como os melhores para o que ele precisa e inteiros fisicamente. Sem pressões de interesses inconfessáveis.
Deixar Neymar fora dessa primeira convocação foi outra demonstração de compromisso com a busca da vitória e não submissão a patrocinadores e dirigentes. Deixou bem claro que quando o jogador estiver na devida forma, será convocado. Como tem que ser com qualquer jogador.
Disse que vai aproveitar a oportunidade para conhecer o Brasil, especialmente o Rio, onde vai morar, e as cidades que lhe foram muito recomendadas por dois amigos que fez, quando jogaram juntos na Roma em 1983: Cerezo, que falava maravilhas de Belo Horizonte e Falcão, de Porto Alegre.
Falou que sempre gostou de trabalhar com jogadores brasileiros. Foram 34, e se deu bem com todos, ou quase todos, já que o Rivaldo não gostou de ter sido mandado pro banco por ele, nos tempos de Milan.
Citou Cafú, como o mais profissional de todos e Ronaldo Fenômeno, como o melhor. Foi técnico também do Bernard, no Everton, da Inglaterra, de 2019 a 2021.
Muito bom também ver três competências de Minas mantidos na comissão técnica por ele: os médicos Rodrigo Lasmar e Felipe Kalil, e o preparador físico Cristiano Nunes, que está no Atlético desde 2021, trazido pelo diretor Rodrigo Caetano. Aliás, ele já tinha trabalhado no Galo, em 2008, a convite do Alexandre Galo. Ficou pouco tempo, já que aceitou convite do Abel Braga para trabalhar com ele nos Emirados Árabes. Ele é filho do saudoso Flamarion, mineiro de Ouro Fino, ex-volante do Guarani de Campinas e Cruzeiro, nos anos 1970/1980. Infelizmente morreu em janeiro de 2020, aos 68 anos, vítima de câncer.
Ancelotti tem tudo pra dar certo por aqui. Se vai ser campeão da Copa de 2026 é outra história. Depende de muitas variáveis, mas certamente teremos uma seleção honesta.

Foto: CBF

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