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A imprensa é pouco ou nada informada sobre os clubes do interior

Infelizmente a imprensa de BH não se aprofunda no que ocorre nos clubes do interior e leva o público a interpretações equivocadas.

O interior mineiro é tratado pelos colegas da capital da mesma forma que a imprensa do Rio e São Paulo trata Minas Gerais e o resto do Brasil.

Veja este exemplo, sobre o leilão da Arena do Jacaré, o leitor Luiz Renato Rocha, certamente influenciado pelo que ouviu e leu, escreveu o seguinte comentário no blog:

* “Não sei porque tanto drama… Não pagou o que era devido, correu o devido processo judicial, perdeu, houve a execução. Pague os 70 e poucos mil e mate o problema. Gente séria faz isso.” 

E recebeu a explicação correta do que está acontecendo, do Renato Paiva, diretor do Democrata de Sete Lagoas:

* “Caro Luiz Renato Rocha, atrás desses 70 e poucos mil, há outros 4 milhões, acumulados durante administrações desastrosas do Democrata. O que o Clube quer é paz pra tentar se reerguer, mas o Poder Judiciário de Sete Lagoas, depois de tantos acordos não cumpridos pelo Democrata, não quer arrefecer, talvez até com razão.
Pra você ter uma ideia, o Clube tem dois imóveis – Arena e Recanto do Jacaré – penhorados e a única renda fixa – estacionamento da Arena – também penhorada. Isso está inviabilizando as atividades do Democrata.
Se penhorar um imóvel no valor de 30 milhões, avaliado de forma absurda por 19, outro de 10 milhões, avaliado igualmente por 4,6, e ainda cerca de 20 mil/mês não for excesso de penhora, nada mais é.
O Democrata só quer ter um tratamento justo da JUSTIÇA e não dar cano em ninguém.
Nos últimos meses, o Clube fez e cumpriu alguns acordos com ex-jogadores, ex-funcionários, ex-fornecedores e até com o Poder Público. Foram parcelados e estão sendo pagos religiosamente em dia os tributos federais, INSS, FGTS. Os tributos correntes, fornecedores e a folha de pagamentos, incluindo encargos, estão sendo pagos religiosamente em dia.
Resumindo, o Democrata está sendo reorganizado, mas a herança é muito pesada e é preciso tempo e apoio para uma completa solução dos problemas.
Isso tem que envolver a sociedade, o judiciário, os poderes executivo e legislativo, as instituições sérias, as empresas, enfim, a cidade de Sete Lagoas.
Não estamos aqui falando de um time de empresários que nasceu ontem. Estamos falando de uma instituição de 98 anos, que tem sua história construída junto com a de Sete Lagoas, que teve vários dirigentes sérios, de tradicionais famílias setelagoanas, mas que se perdeu em determinado momento por culpa de pessoas irresponsáveis. É preciso recolocar o Democrata nos trilhos e só a união das pessoas comprometidas de Sete Lagoas conseguirão alcançar tal objetivo.
Abraços.

Renato Paiva”


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Comentários:
7
  • Marco Tulio disse:

    Parabéns ao Renato informando mais uma vez de forma clara e correta a situação em que se encontra o clube.Como sugestão Chico gostaria de sugerir q vc tente fazer chegar ao maior número de órgãos de imprensa possível, para que mais pessoas saibam a verdade.Ah, e , se possível, peça para não divulgarem o nome dos juízes q determinam esses absurdos, pois parece q tem muita gente vaidosa em ver seu nome na mídia às custas do Democrata.

  • Francisco Barbosa disse:

    Qual time revelou Mauro Ramos de Oliveira , aquele zagueiro campeão mundial em 1958 e 1962, nesta última como capitão da seleção foi quem recebeu a taça ?

    Qual time foi adversário de Garrincha no último jogo deste como jogador profissional ?

    Qual time enfrentou a Seleção de 1982 pouco antes da Copa da Espanha ?

    R: Associação Atlética Caldense.

  • Alexandre Silva disse:

    Ainda bem que vc reconhece!
    Pois é um jornalista do interior. Pelo menos nele. Mas isso não garante nada, pois grande parte dos colegas da capital é nascida no interior. E nem assim abrem um pouco a visão pra fora de Atlético e Cruzeiro.

    A falta de informação por parte de alguns colegas, assusta. Quando ainda na fase de preparação para o Campeonato Mineiro, um jornalista de BH postou com o maior espanto em seu twitter “Marinho, ex-Atlético está no Guarani de Divinópolis”. Tal comentário que gerou muitos retwittes e comentários de gente surpresa e estarrecida. Mas o Marinho já estava no Guarani há 6 meses e tinha sido SÓ o artilheiro da Taça MG. Campeonato aliás, que não merece uma linha em veículo algum.

    Sábado, fui acompanhar uns noticiários da preparação pros jogos de Atlético e Cruzeiro no domingo. Deram o noticiário só dos dois. Peraí, eles jogam sozinhos? E os adversários? Não tem que conhecer quem vai jogar contra, quem é o time, quem joga lá, uma palavra de algum jogador ou do treinador adversário? Não importa… o que vale é a capital.

    E o preconceito contra os jogadores? Aí a imprensa influencia até boa parte da torcida. Parece que no interior só tem cabeça de bagre em fim de carreira. O Cruzeiro buscou essa baciada fora, sendo que no interior tem jogadores de muito mais qualidade. Mas aí, se por exemplo for buscar um cara no Tupi, vão dizer: “O cara jogou no Tupi, não é jogador pro Cruzeiro”. E se assustam quando aparece um Carlos César da vida, que arrebentou no Mineiro-11 pelo Guarani e hj é um dos melhores jogadores do Atlético. Mas ninguém viu! Ninguém prestou atenção! Pq jogava no “pequeno” Guarani de Divinópolis.

    Tem gente que chama o Nacional, simplesmente de “Nova Serrana”. Não conseguem encontrar um hino oficial da Caldense, do Tupi ou do Guarani que figuram há anos na elite. Compactuam com os erros da arbitragem que favorecem os grandes contra os pequenos. E aí qdo começa o Brasileirão, vem o complexo de vira latas que “só RJ e SP” é privilegiado. É a mesma coisa aqui!

    Lamentável Chico. E parabéns pelo post.

  • Renato Paiva disse:

    Obrigado, Daniel!
    Todos estes tradicionais clubes do interior se confundem com a história das respectivas cidades. Eles fazem trabalhos sociais em suas categorias de base, promovem os saudosos bailes, são ricos em tradição. Porém, boa parte deles está com sérios problemas financeiros, especialmente devido ao fim da lei do passe e às administrações irresponsáveis.
    Ainda assim, como cidadãos, penso que devemos, no mínimo, tentar resgatá-los para o bem da própria sociedade. Isso é questão de identidade.
    Abs.

  • geovany altissim0o disse:

    Ontem no programa turma do bate bola da Radio Itatiaia, o Emanuel Carneiro disse que era inexplicavel como uma cidade como Sete Lagoas não teria ninguem com a quantia de 73.000 para salvar a penhora da Arena, sem saber ao fundo a situação do problema. Quem dera o debito fosse só isso.

  • Daniel Lanza disse:

    Parebéns pela explicação, Renato.

    A situação do Democrata é delicada mas poucos sabem da grandiosidade do problema.

    Sim, temos que pagar, como outro qualquer clube de futebol também deveria (exemplo: Cruzeiro e Atlético). Porém, dizer que a Arena do Jacaré vale apenas R$ 19milhões e que o Recanto vale apenas R$ 4,6milhões é um absurdo.

    Na verdade há uma grande discriminação aos times do interior, como bem colocou o Paulo Araujo. Para muitos o pensamento é de “Um timinho fracassado que insiste em tentar sobreviver”.

    Pois sobreviveremos e iremos torcer para que tradicionais clubes do interior também sobrevivam e se recuperem.

    Torcedor do interior é assim, sofre e é solidário. Torce até para que seu maior rival sobreviva para que mantenha a tradição da disputa.

  • PAulo Araujo disse:

    Pois é cometemos os mesmos erros que a grande mídia comete com os clubes de fora do eixo Rio/São Paulo. Quando reclamamos da cobertura demasiada de times destas praças em detrimento de uma mais ampla, nunca lembram que os nossos clubes do interior também sofrem essa discriminação.