Quando sugeri que o Dr. Paulo Schettino deveria entrar de sola na sucessão do Ricardo Teixeira, caso o cartola realmente caia, muita gente contestou; alguns até acharam que eu estava de gozação.
Nada disso!
Sei das limitações do presidente da nossa Federação e os senhores são testemunhas que sou dos poucos a criticá-lo e cobrar ações eficazes e urgentes para melhorar o futebol mineiro.
Porém, quem decide na CBF são, principalmente, os presidentes das federações, e Minas Gerais poderia assumir uma posição corajosa neste momento, como já fez em situações da política nacional e do próprio esporte.
Questão de conjuntura e ocupação de espaços.
A maioria não se lembra, porém, a candidatura de Ricardo Teixeira foi lançada pelo Elmer Guilherme e o pai dele, Cel. José Guilherme, quando eles mandavam na FMF e em função da amizade que tinham com João Havelange.
O então todo poderoso da Fifa pediu esta “gentileza” para o então genro querido, e os parceiros das montanhas o atenderam.
O lançamento oficial foi em Belo Horizonte, com jantares e mordomias, com direito a escapadas pela New Sagitarius, Lidô e outras boates da moda na época, bancadas por aliados do Havelange e seu candidato.
Presidentes de federações do país inteiro vieram e a vitória do Teixeira foi barbada.
Queiram ou não, Minas ainda é emblemática e poderia ter papel importante nessa mudança.
Se Paulo Schettino seria o sucessor, não importa, mas ele poderia balançar mais ainda o atual chefão, e se juntar à vozes que pregam novas eleições na entidade ainda este ano.
Mas, o que estamos vendo é o Ricardo Teixeira reunindo forças novamente para uma sobrevida no poder, como fez em 2002, quando estava tão “morto” como agora.
Outro fato a favor do Schettino: a maioria dos colegas dele é suspeitíssima e se atraca publicamente, conforme relata a coluna “Painel FC”, da Folha de S. Paulo.
Veja o nível:
* “Painel FC”
Feridas abertas
Antes de o imbróglio envolvendo Ricardo Teixeira ter esfriado, Marco Polo Del Nero, presidente da FPF, já abrira fogo contra o colega do RS, Francisco Novelletto, um dos líderes das federações que exigem eleições se Teixeira deixar a CBF. “Ele compra e vende jogador e tem um clube de futebol, o São José. Será que ele tem credibilidade?”, questionou Del Nero, que defendia uma eventual posse de José Maria Marin.
Embate. Novelletto admite ser dono do São José, mas nega negociar jogadores. “O que é credibilidade para o Marco Polo?”, questiona.
Só ele. Novelletto afirma que o mais correto, caso Teixeira abandone o barco, é haver eleição. “Nós [presidentes de federação] elegemos o Ricardo Teixeira para presidente, não elegemos o Marin nem ninguém”, afirma o dirigente gaúcho.
Substituto. Em Porto Alegre, aliás, a candidatura de Novelletto para a presidência da CBF é dada como certa. Há, inclusive, nome para substituí-lo na federação gaúcha: Fernando Carvalho, ex-presidente do Inter.
De todos. Sobre o protesto das federações de que há concentração de poder nas mãos dos paulistas, Del Nero retruca que São Paulo já teve governador carioca, FHC, e até Jânio Quadros, do MS.
Afago. Citado como opositor à possível posse de Marin na CBF, o ex-presidente corintiano Andres Sanchez visitou anteontem, ao lado de seu sucessor, Mario Gobbi, a sede da FPF. A dupla conversou com Del Nero.
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