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A incrível história de vida de um mineiro exemplo de empreendedorismo

Senhores, vejam essa história que encontrei no Diário do Nordeste, de Fortaleza!

Tão distante daqui e trazendo relatos que eu, que sou da região não conhecia e nunca li em nenhum jornal nosso. Fala de um dos pioneiros da industrialização de Minas e do Brasil, um empreendedor espetacular e a sua história de vida inacreditável: Bernardo Mascarenhas, fundador da companhia de tecidos Cedro e Cachoeira, originalmente em Paraopeba, que se chamava na época “Tabuleiro Grande”.

Confiram:

“Exposição”

Dos fios à luz em atuação pioneira

Com ações arriscadas nos negócios, o mineiro Bernardo Mascarenhas inscreveu seu nome na indústria nacional

BERNARDO2

 Antes mesmo de nascer, Bernardo Mascarenhas já contava com episódios espinhosos em sua biografia. Sua avó foi encontrada, ainda criança, nos braços da mãe índia morta, por um tropeiro que viajava pela Serra da Mantiqueira, no século XVII. Após levar consigo a menina, casou-se com ela anos depois.

Em 1811, o casal atravessava novamente a Mantiqueira quando foram atacados pela varíola e morreram em poucos dias. Seus três filhos ficaram à beira da estrada e só não morreram porque foram encontrados por outra tropa. Antonio, o mais novo, terminou casando com a filha de um fazendeiro e, após 12 anos trabalhando em um armazém, juntou dinheiro para comprar terras e construir sua fazenda. Em 1847, sua esposa deu à luz ao décimo filho, Bernardo.

A partir daí inicia-se a trajetória de um dos mais ousados e persistentes empresários do País, que teimou – e foi bem-sucedido – em instalar uma fábrica de tecelagem na parte central de uma Minas Gerais então bastante isolada do resto do território do Sudeste, alcançável somente após dias de viagens a cavalo ou carro de boi.

Não por acaso, Bernardo Mascarenhas é um dos personagens da exposição “Pioneiros e empreendedores: a saga do desenvolvimento no Brasil”, que fica em cartaz até dia 13 (domingo) no Espaço Cultural Unifor. O projeto deriva de uma série de livros homônima, escrita pelo professor Jacques Marcovitch (USP).

Após concluir os estudos em colégio interno, Bernardo optou pelas incertezas dos negócios em detrimento de um curso superior. Assim como os outros irmãos, aos 18 anos recebeu uma quantia em dinheiro para começar a vida. Junto ao irmão Caetano, investiu tudo na compra, engorda e venda de gado, obtendo lucro.

Logo em seguida, sugeriu à família montar uma fábrica de tecidos movida a energia hidráulica – ideia imediatamente criticada frente aos fracassos retumbantes em Minas Gerais na área de tecelagem industrial. No século XIX, sem abertura para o litoral, o Estado vivia uma economia muito fechada em si mesma, com produção manufaturada que servia basicamente ao mercado interno.

Bernardo, porém, enxergou a desvantagem também como possível vantagem. Ora, se os produtos mineiros (entre eles, os tecidos) não podiam ser vendidos a preços competitivos no Rio de Janeiro, a mesma distância protegia-os da concorrência carioca. Bastava observar, por exemplo, os teares manuais operados por escravas na fazenda onde passara a infância e para a qual retornara após o colégio. O resultado era um pano grosseiro, mas de bastante procura, que satisfazia não apenas as necessidades da comunidade local, mas era vendido e enviado a Diamantina e outros centros próximos.

Assim, após Bernardo juntar-se aos irmãos Antonio e Caetano para reunir capital suficiente, foi criada em Tabuleiro Grande (atual Paraopeba) a Tecidos Cedro, com maquinário todo trazido dos EUA.

A empresa mostrou-se inesperadamente lucrativa, tanto que inspirou a criação de novas tecelagens industriais em Minas Gerais – uma delas de propriedade dos outros irmãos de Bernardo, que inicialmente foram contra a construção da Cedro. Com experiência no setor, Bernardo concordou em ajudar na instalação da recém-criada empresa, aproveitando as viagens para compra de maquinário para aprofundar seus conhecimentos.

Eventualmente, porém, a quantidade excessiva de trabalho e o pouco retorno passaram a incomodar Bernardo (que, ao contrário dos irmãos, não tinha outros negócios senão a Cedro). A tensão na família foi temporariamente resolvida com a fusão das duas tecelagens, que também adiou em alguns anos o desligamento de Bernardo da companhia, em 1887. No ano seguinte, o mineiro inaugurou sua própria fábrica de tecidos em Juiz de Fora, onde também investiu no setor de iluminação pública – serviço fundamental para atender à demanda de uma cidade que atravessava um extraordinário período de crescimento e desenvolvimento.

Após exaustiva jornada com diferentes obstáculos (incluindo a inauguração do serviço, em 1889, seguido de panes e escuridão na cidade), Bernardo Mascarenhas inscreveu seu nome na história da indústria nacional com a Companhia Mineira de Eletricidade. Depois de iluminar casas e ruas de Juiz de Fora, a empresa levou luz elétrica à recém-criada capital Belo Horizonte e, depois, à tecelagem de Bernardo, em escala industrial, em um feito inédito. Em um destino quase clichê, o empresário morreu sobre a mesa de trabalho, após infarto fulminante, em 1899, aos 52 anos.

Mais informações

Pioneiros e empreendedores. Até 13 de maio, no Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321, Edson Queiroz). De terça a sexta, das 8h às 18h; sábados e domingos, de 10h às 18h. Entrada e estacionamento gratuitos. Contato: (85) 3477.3319

* http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1134038#diariovirtal


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Comentários:
10
  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Só lembrando: SEMPRE ATLÉTICO MINEIRO! 🙂

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Meus caros, desculpem a intromissão, mas tenho que opinar.
    Alisson Sol, de onde tirou que Atlético Mineiro mudou de nome?
    Que eu saiba, a não ser que você tenha outra novidade, o antes chamado Athlético Mineiro Football Club se passou a chamar Clube Atlético Mineiro, devido a 2 fatores:

    1) A inserção de outras modalidades esportivas de competição, não só o futebol;
    2) A mudança de grafia, eliminando as palavras de origem inglesa, muito comuns no início do século.

    Logo, seria forçar demais a barra dizer que o clube “mudou de nome”.
    Comparando, seria a mesma coisa que dizer que a camisa tinha litras mais finas ou mais grossas e que o número nas camisas já foi vermelho, preto, branco ou amarelo, o que “tira a identidade” do time.

    Por outro lado, times de MG já tiveram vários nomes e cores, sem precisar forçar a barra pra denotar isto.

    Abraço!

  • Alisson Sol disse:

    É Marcão: Varginha tem motivo para ser o lugar de pouso dos ETs…

    Você podia procurar conhecer mais a História do seu clube do coração. Iria que os fundadores não tem nomes de índios, e portanto são, direta ou indiretamente, descendentes de imigrantes. Iria ver que o Atlético Mineiro Futebol Clube também mudou de nome, o que você vive criticando em outros clubes. Iria também ver que perder uma partida não é motivo para ficar criando desculpas eternas. Mas isto requer interesse em conhecer a História do clube, não em inventá-la…

  • ALISSON SOL: Respondendo à sua pergunta: não, creio que o futebol não foi “inventado” em MG, embora aqui desfilaram vários craques (tirando o Pelé, o maior de todos foi Reinaldo, o “nosso Rei”!).
    – Para seu governo, o futebol não foi inventado aqui, mas a manipulação foi exemplarmente copiada: vide o jogo do dia 04/12/2011, com alto indícios de falcatruas e acertos. Só não ver quem não quer, meu caro conivente… Respondido?

  • FRANCISCO BARBOSA: Sim disse e repito: “Amo um clube de futebol originalmente mineiro”. É que o Alisson adora tapar o “sol” com a peneira. Coitado: é conivente, assim como parte da rapaziada celeste!
    – Deve ter faltado ás aulas de “interpretação de texto”… Sinto dó deles, muita dó…

  • Francisco Barbosa disse:

    Marcão de Varginha se bem entendo voçê escreveu “amo um clube de futebol originalmente mineiro” e não o ” futebol originalmente mineiro” certo. É que alguém adora SOFISMAS.

    SDS.

  • Alisson Sol disse:

    O futebol agora foi inventado em Minas Gerais? Sem qualquer influencia interna? Pelos indios de qual tribo? Ou foram os bandeirantes paulistas?

    Talvez tenham sido os ETs de Varginha…

  • São de exemplos assim que posso gritar “Sou mineiro com muito orgulho”! E amo um clube de futebol originalmente mineiro que não tem descendência externa (ainda bem!) e mantemos desde nossa fundação as mesmas cores, história, tradição… com certeza sentiria vergonha viver aqui “radicado” e com receio que uma simples “canetada” ser obrigado à pegar as trouxas e ir embora, ser extraditado (afinal, no Brasil tudo é possível!); tenho certeza que a maioria alvinegra de MG, sente esse mesmo orgulho, satisfação a imensa alegria de mantermos nossa tradição mineira. Ser mineiro é bom demais, uai… é bom demais da conta, sô… rsrsrs…

  • Klang disse:

    Eu trabalho na Cedro com muito orgulho. Empresa que nem pão de queijo, produto nosso.

  • Raws disse:

    Chico bom dia! Tento respeitar todas as diferenças, ideologicas, raciais, sexuais e etc. Penso ser esse o maior dos meus deveres como ser humano, apesar de ter o direito de discordar no meu íntimo.
    Um exemplo disso seria o homosexualismo, que não concordo, não acho normal mas aceito. toquei nesse tema pelo fato de que está passando da hora de nossa imprensa se posicionar contra este preconceito ao jogador Richarlyson. Se ele é ou não é, acho que fora do campo é uma opção dele e de mais ninguem e por isso passível de defesa. Certa vez presenciei um ato de preconceito á uma pessoa próxima e acabei rebuscando algumas palavras como simples homenagem.
    FLUIDEZ APESAR DA ESCASSEZ.
    O diferente contradiz a tradição e sob forte suspeição, carente de compreenção apela pra razão, explode em emoção e retumba como trovão, sou humano, não insano, não profano, simplesmente humano!

    Nem tanto assim careço de carinho, nem tanto assim careço de amor, um tanto assim até que o mereço mas o que mais quero é o respeito por não exalar este odor

    Nem tanto assim sou órfão, nem tanto assim sem religião, porque existe um pai verdadeiro, aquele que tudo criou, que me eleva na essência e me torna seu irmão.

    Nem tanto assim podes me julgar, nem tanto assim podes me atacar, pois se um alvo achas que sou, lembra-te que amanha pode ser com teu filho, aquele que não “vingou”.

    Nem tanto assim sou frágil, nem tanto assim sou vítima, pois essa sociedade hipócrita desmerece minha crítica e enamora meu perdão.

    Nem tanto assim sou triste, nem tanto assim sorridente, germinei sob o sol latente e me sinto como raiz apesar das intempéries vou lutando pra crescer, pra crescer e ser feliz.

    Nem tanto assim sou poeta, talvéz um tanto sonhador, mas o que quero neste mundo é acabar com a indiferença e respirar o teu amor.

    Desculpe-me pelos erros e ou falta de acentos pois o sono bateu. Abraço.

    – B.H.