A melhor definição que ouvi até agora para explicar a forma de a Espanha jogar foi do ex-lateral e hoje comentarista Junior: “quem troca passes está se divertindo, e o adversário fica louco para recuperar a bola; se cansa muito mais, além de se descontrolar emocionalmente”.
Outra lição que a Espanha está dando a todas as seleções e clubes de futebol do mundo é que o futebol é um jogo coletivo. De décadas para cá os “doutores” das táticas e estratégias foram abandonando isso em prol da condição física, da força, contando com a genialidade individual de um ou outro craque. Isso abriu espaço para o “bloco do eu sozinho” e a vaidade de muitos fez com que passassem a querer resolver na base do individualismo.
Além do impressionante índice de passes certos, os espanhóis calculam a hora certa de fazer uma enfiada de bola, sincronizando a entrada de um companheiro em condições de fazer o gol sem estar em posição de impedimento.
Todo gol é comemorado coletivamente, com a iniciativa do autor de procurar o responsável pela assistência para o primeiro abraço. Essa foi a preocupação de Davi Silva no gol inicial contra a Itália, procurando Fábregas, que fez o cruzamento.
A turma do oba-oba que defende as obras desnecessárias e caras de estádios no Brasil para 2014, manipula números para dizer que a Polônia e a Ucrânia acertaram ao gastar bilhões de euros com novos estádios para Eurocopa e que isso movimentou a economia. Nada a ver. A Polônia tem preocupações com o futuro do estádio nacional, que será usado pelo Légia Varsóvia no campeonato polonês, cuja média de público é de 14 mil pagantes.
O estádio Nacional de Varsóvia terá capacidade para 60 mil a partir de agora. Até o último jogo da Euro era de 50 mil. Menos mal que ele tenha sido projetado para receber espetáculos teatrais, musicais e de outros esportes, e deverá ter calendário para preencher a sua agenda o ano todo.
Pior é a situação do Olímpico de Kiev, 70 mil lugares, utilizado pelo Dínamo, que tem média de nove mil pagantes no campeonato ucraniano.
Fico imaginando o que será dos estádios de Brasília, Natal, Manaus e Cuiabá depois de 2014. À exceção de Natal, que tem o América brigando para subir para a Série A 2013, as demais cidades, que constroem estádios enormes, não existem no mapa do futebol brasileiro.
Dinheiro público sendo gasto para erguer obras caríssimas que vão continuar consumido dinheiro de quem paga impostos para a sua manutenção depois do mês da disputa da Copa.
– A Espanha se inspirou no vacilo alemão para não dar chances à Itália e colocá-la em seu devido lugar. Merecidos 4 a 0.
– Victor é goleiro para resolver o problema crônico do Atlético. O Grêmio estava precisando de dinheiro, mas o substituto, Marcelo Grohe, prata da casa, deve ser bom demais.
– O Cruzeiro perdeu a primeira no Brasileiro para um São Paulo, muito bom, e motivado pela saída do técnico Emerson Leão. Mérito paulista.
Funcionou
Muita gente duvidou que a Ucrânia conseguisse realizar a parte dela da Eurocopa e a Polônia chegou a ser cogitada como sede única.
Pois a ex-república soviética deu conta do recado, com bons estádios, excelente receptividade e segurança satisfatória.
O país fortaleceu a sua imagem positiva.
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