O título do post parafraseia Nelson Rodrigues, o “pai” da crônica esportiva brasileira. Ele criou uma máxima eterna, do “Sobrenatural de Almeida”, que entra em ação em determinadas competições, gerando resultados inesperados. Está valendo também para modalidades olímpicas nas quais o Brasil tradicionalmente se sai bem.
Quatro anos atrás, César Cielo chegou a Pequim como um ilustre desconhecido da natação e ganhou os holofotes mundiais ao surpreender e faturar o ouro nos 50 metros livres, onde reinou absoluto neste período olímpico, até hoje.
O tempo passa
A nova surpresa dessa vez foi o francês Florent Manaudou, que deixou os maiores favoritos, Cielo e o norte-americano Cullen Jones, com o bronze e a prata respectivamente.
Quando um favorito, como Cielo, perde uma disputa como essa, surge todo tipo de teoria, na maioria das vezes, negativas, com especulações sobre mau condicionamento e relaxamento do atleta, nos casos individuais; ou do time, quando se trata de esporte coletivo.
Conversa
Normalmente, chutes e informações furadas, que visam apenas repercussão para quem noticia. César Cielo se preparou e se cuidou muito; dedicou-se 100% a essa disputa, e só não venceu porque surgiu alguém melhor na prova. Poupou-se até de subir escadas, para não correr o risco de uma contusão.
Em sua própria avaliação, acha que errou ao tentar medalha também nos 100 metros e se desgastou muito para tal. Pode ser. O fato é que ele continua na prateleira de cima da natação mundial e que, assim é o esporte, onde de tempos em tempos surge um “fenômeno”, ou, o melhor perde para um azarão.
Vamos ver como o francês se comportará de agora em diante.
Aqui também
Os ingleses continuam discutindo o sumiço dos ingressos. Ginásios com pouco público e não há “tickets” nas bilheterias, nem na internet. Caso parecido com a Copa da França em 1998 quando algumas agências ligadas a dirigentes da FIFA e das confederações de cada país, monopolizaram as vendas e muita gente que os adquiriu ficou sem conseguir entrar nos estádios, além de não haver mais em nenhum posto de venda.
Se na Inglaterra está sendo assim, imaginem como será no Rio de Janeiro em 2016!
A diferença é que aqui haverá investigação de verdade.
Mistérios
O casal Clóvis e Mariane Carvalho chegou de Florianópolis sem ingressos porque achou que seria mais fácil e mais barato comprar aqui do que no Brasil. Em Santa Catarina, pela internet, além do custo normal dos bilhetes, ainda há um adicional de 20%, de “taxa de administração”, da Agência Tamoio, exclusiva nesse tipo de venda, mesmo sendo pela internet. Essa Tamoio é antiga no esquema; de amigos do presidente do COB, Carlos Nuzman.
Mesmo com milhões de verba pública envolvida em Jogos Pan-Americanos e Olímpicos, o governo finge que não sabe dessas coisas.
Enganação
Infelizmente, entra governo, sai governo com os seus, pseudos esquerda; direita; centro-isso e centro-aquilo, o esporte continua sendo tratado como sempre foi: favorecimento a aliados políticos, na esfera pública; interesses pessoais na área privada.
Dos ministros que ocuparam a pasta até hoje, o único que merece respeito é o Zico, do governo Collor. Os demais, “fazedores de espuma”, como diz o Piazza, este sim, um nome talhado para um cargo desses.
Maior liderança do país na defesa dos interesses do esporte e dos atletas.
Paraquedistas
Mas Piazza é sério; nada político. Tanto que largou a vida partidária e não quis mais nenhum mandato como vereador ou outro cargo eletivo.
O atual ministro, Aldo Rebelo, gosta de futebol, mas não tem nenhuma credencial para estar onde está. Desceu de paraquedas no cargo, jogado pela presidente da república, que precisava estancar a dinheirama pública que estava indo pelo ladrão, mas não podia tirar a pasta do PC do B, partido do atual ministro.
É assim que o esporte brasileiro é tratado, e essa discussão fica restrita a pequenos espaços da mídia, porque dá pouca audiência.
Dor de cotovelo
Aqui em Londres a única manifestação pública de Aldo Rebelo foi na abertura dos Jogos, para demonstrar a sua dor de cotovelo por causa do destaque dado pela organização do evento à ex-senadora e ministra do meio-ambiente, Marina Silva. Reconhecida e homenageada pelos ingleses como um dos ícones na defesa da sustentabilidade do planeta, foi convidada para dar a volta olímpica no estádio segurando uma das pontas da bandeira do Comitê Olímpico Internacional.
Teve mais repercussão que a presença da chefe do Ministro, D. Dilma Roussef, presente à cerimônia.
Fim de tarde e os executivos param nos pubs londrinos para por a conversa em dia e ver os jogos
Nessa época o sol se põe após as 21 horas e os pubs têm mais gente do lado de fora do que dentro
Mas, dentro, os pubs também ficam cheios
No metrô, leitura obrigatória nos longos deslocamentos por todas as regiões de Londres
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