Blog do Chico Maia

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A nossa revolta de cada dia!

Diariamente temos que nos revoltar contra a corrupção que assola Minas e o Brasil.

Por causa dela, falta a estrutura básica para uma boa qualidade de vida para todos nós.

No caso específico do esporte, fortunas públicas estão sendo embolsadas de forma ilícita nessas conversas de Copa do Mundo e Olimpíadas, de forma impune.

Até hoje as contas dos Jogos Pan-Americanos Rio’2007 não fecharam, mas os dirigentes continuam no poder no COI; o prefeito da época saiu, foi eleito vereador no Rio nas últimas eleições e ficamos por isso mesmo.

O Tribunal de Contas de Minas denunciou superfaturamento nas obras do estádio Independência e o silêncio em torno do assunto na maior parte da mídia é impressionante.

 

Coincidentemente eu tinha acabado de ouvir o presidente do Democrata Jacaré, Flávio Reis, reclamar da saúde pública e privada do Brasil, onde falta tudo para um atendimento minimamente decente para a maioria da população.

Quem não tem amizades no setor se ferra, mesmo tendo dinheiro para pagar uma consulta ou marcar um exame como Raio-x, ressonância, tomografia e tantos outros, com a urgência que o caso às vezes exige.

Ele teve um problema ortopédico no braço no feriado passado e está tentando até hoje marcar um desses exames. Só conseguiu porque tem amigos médicos que deram um jeito, e mesmo assim, para hoje à tarde, e porque a situação se agravou muito.

Terminei a conversa com o Flávio, por telefone, fui ver os comentários aqui no blog e veja o que o Ricardo Pinto, de Belo Horizonte, nos escreveu:

“Chico,

sei que o meu comentário abaixo não diz respeito ao futebol, mas é uma forma de desabafo.

Sou leitor assíduo do Blog.

Venho através deste pedir uma ajuda.

A minha sogra uma senhora de 56 anos, quebrou a perna no domingo por volta de 16:00, foi uma fratura feia, a tíbia partiu, só não foi uma fratura exposta.

A situação começou a ficar complicada quando chegamos a conclusão que não poderíamos removê-la para não piorar a situação. Acionamos o SAMU, eles demoraram cerca de 20 minutos para comparecer, até aí tudo bem.

Fizeram um ótimo trabalho de imobilização da perna, removeram do segundo andar do sobrado para o primeiro, e colocaram na ambulância!

O problema é que quando foram sair, ( isso debaixo daquele temporal que caiu na cidade no domingo á tarde). O Pneu da ambulância estava furado, constatado o problema, o pessoal disse que não tinha Pneu de reserva, o carro estava sem ESTEPE, ficamos indignados mas com todo o sofrimento dela, não tivemos o que fazer se não esperar. Cerca de 1 hora depois veio uma segunda ambulância, trouxeram um pneu reserva, e a levou para o HPS do JOAO XIII.. O problema Eduardo, é que a ambulância com pneu furado não tinha MACACO, foi uma coisa absurda o que ocorreu a partir desta situação, os dois funcionários, ficaram esperando cerca de 3 horas e meia, e nada, somente por volta de 20:30 ( isso mesmo 20:30) conseguimos com um vizinho que tem um caminhão, um MACACO emprestado para que eles pudessem fazer a troca. E durante todo o tempo que ficaram por lá, ouvimos o tempo todo pelo rádio o pedido de auxílio dos mais variados tipos, nem vou entrar em mais detalhes desta caso da ambulância por que os absurdos não pararam por aí.

Quando fui ao HPs com a minha esposa por volta de 23:00 encontramos a minha cunhada com a mãe. Ela disse que já haviam tirado o Raio X, e que foi uma fratura feio, com rompimento da tíbia, ( a perna dela partiu ao meio) iria precisar de uma cirurgia, mas que este tipo não poderia ser feito por lá, já que não houve fratura exposta. Neste caso teria de ser transferida para um outra hospital, o que só iria acontecer no dia seguinte ( ou seja ontem, segunda feira).

Estou escrevendo para vocês hoje, dia 07 de Novembro as 10:15, quase 68 horas após a fratura, e a minha sogra ainda está aguardando pela cirurgia, que não temos ideia de quando irá acontecer!

Isso deixa qualquer cidadão indignado. Agora neste momento ela foi transferida para o Hospital Galba Veloso, no Gameleira.

Ela passou por todo este sofrimento até hoje, não consegue mover a perna, e não tem previsão de quando irá poder fazer a cirurgia.

Sei que você não tem muito o que fazer, mas fiquei muito indignado, com tudo o que ocorreu, quase não temos dormido desde domingo, á espera do que vai acontecer com ela. Eu acho que isso é muito sofrimento para uma pessoa. Sei que este é só mais um caso em milhares, mas gostaria de saber se tem como ajudar de alguma forma.

Segue os dados dela.

MARIA RODRIGUES DA COSTA, Data de nascimento, 19/03/1956

Está internada, no Hospital Galba Veloso.

Temos relatos de pessoas que estão neste hospital, e que estão aguardando á 8 dias para fazer a cirurgia.

Eles estão levando as pessoas para estes locais, para desafogar o HPS, mas todo mundo sofrendo com esta situação, é muito absurdo para um lugar somente. Todas as pessoas que estão neste hospital estão á mais de 1 semana esperando por um procedimento.

Abraços,

Ricardo Pinto”


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Comentários:
9
  • Estevao disse:

    Prezado Chico,

    Vários jornalistas enchem o peito para falar das maracutaias da CBF, COB etc. Mas a imprensa mineira finge não ver as maracutaias que rolam por aqui. Como explicar a atual situação do Cruzeiro, de clube estável a quase falido e a do Atlético Mineiro, de clube quebrado para novo rico??? Há alguns anos o jornalista Alexandre Simões fez algumas denúncias e depois deu uma “sumida estranha”. De onde o Kalil está tirando grana? Está usando a mesma tática de gestão dos Perrela? Empresários, Maluf, mafiosos, sei não. Precisamos de jornalistas isentos e com coragem pra por o dedo na ferida. Ou será que eles têm medo de mostrar o mundo podre do futebol de onde eles também tiram seu ganha-pão?

  • Andrade disse:

    Chico a imprensa eh dominada por atleticanos e vc acha que eles iam falar das irregularidades do independencia?

  • Rogerio disse:

    Ricardo desejo melhoras para a sua sogra mas pq ela nao tem plano de saude? Pq os familiares nao pagam para ela? Ela nao merece? Ou vc acreditou no molusco?

  • Raws disse:

    Relembro aquela frase sempre falada e que muito me irrita: “O Brasil é o melhor llugar do mundo para se viver”.

  • Francisco Barbosa disse:

    Alisson Sol, é por essas e outras que de vez em quando escrevo por aqui:

    F O R A C O P A 14

  • Evandro disse:

    É Chico,
    lamentável o caso do senhor Ricardo. Espero que já tenham feito a cirurgia em sua sogra.

    É preciso respeito com o cidadão. Infelizmente a educação e a saúde estão sucateadas, e, quem não tiver um plano de saúde ou uma escola particular acaba no prejuízo. No caso da saúde com a demora demasiada na solução do problema e na educação com um ensino de péssima qualidade.

    É por essas e outras que vai ser difícil termos o status de país de primeiro mundo. Não vou nem discutir sobre isto ou teria que praticamente fazer uma tese sobre o assunto.

    Resta a nós procurarmos fazer nossa parte e orientar amigos, filhos, familiares e a quem for possível para que possamos, pelo menos, tentar fazer deste um lugar justo e decente para se viver.

    Saudações,

  • Antônio Catão Jr. disse:

    Ricardo Pinto,
    Procura a Dra. Cláudia, que atende as intercorrências clínicas dos pacientes internados, em meu nome, e veja se ela consegue agilizar com a Ortopedia, Ok?

  • Alisson Sol disse:

    A maior parte da dívida dos clubes de futebol é dívida fiscal.

    Mesmo assim, as pessoas ficam aqui se orgulhando de seu time ganhar estádio, shopping center e tudo mais do poder público. Pois quando ficarem doentes, se encaminhem para o estádio e o shopping center e tentem lá obter atendimento. Quem sabe um autógrafo do craque do seu time, aquele pago “por fora” (nos tais obscuros “direitos de imagem”) com o dinheiro que devia ir para a Previdência, não resolva sua doença?

  • joao cavalieri disse:

    Boa tarde a todos!

    A situação realmente é terrível, uns tempos atrás precisei de atendimento médico por causa da maldita dengue, e fiquei quase três horas para ser atendido no Life Center, detalhe, COM PLANO DE SAÚDE.
    Imagino o que deve sofrer quem pode contar apenas com o SUS.