Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

Não é torcedor; é marginal!

Tudo o que acontece de ruim no Rio de Janeiro e em São Paulo é mostrado para todo o país pelas redes de televisão que estão sediadas lá. Normalmente, o que dá mais audiência: a violência, cujos marginais passam o know-how para os daqui e demais estados, e as primeiras aulas são as imagens e noticiários das TVs.

No futebol não é diferente e hoje o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, denunciou que tem sido ameaçado sistematicamente por elementos que se identificam como “torcedores” do clube.

O mesmo tipo de ameaça que o presidente do Palmeiras, Arnaldo Tirone vem sofrendo em São Paulo.

Se os criminosos que incomodam a sociedade mineira em outras esferas conseguiram poder quase que incontrolável, no futebol ainda é possível evitar que obtenham este status.

O momento é propício para que autoridades policiais e judiciárias cortem este mal na raiz. Nossos três maiores clubes não têm nenhum político partidário no comando, e certamente não têm interesse algum em apadrinhar qualquer facção de torcida em troca de algum proveito com essa finalidade.

Muitos dirigentes de clubes país afora fazem de torcidas suas milícias pessoais e políticas.

 

Hordas 

A troca de favores entre cartolas/políticos e as facções provoca um mal devastador ao futebol e por conseqüência a todo cidadão. Essa junção cria verdadeiras hordas, que espalham violência, espantam famílias dos estádios, intimidam torcedores não ligados a elas, pressionam jogadores a usar seus produtos, que são comercializados a bom preço sem que os clubes tenham qualquer participação.

 

Taxa de proteção

Jogador contratado quando chega ao aeroporto, é “convidado” a usar um boné ou agasalho dessas facções para as entrevistas. Os dirigentes quando têm interesse político ou medo permitem ou fazem vistas grossas. Seria uma “taxa de proteção”.

Com a força que adquirem, essas facções passam a exercer um poder paralelo, como nos filmes que assistimos sobre a máfia.

 

Sequência

Segunda-feira haveria o julgamento dos acusados de matarem um membro de facção rival naquela briga durante uma luta de MMA no Chevrolet Hall. Em função de novos vídeos que seriam exibidos pela defesa, o Promotor Francisco Santiago pediu o adiamento e isso vai propiciar que a polícia e o próprio Ministério Público dêem sequência à caça aos demais envolvidos.

 

Quadrilhas 

Dr. Francisco Santiago explicou que, os vídeos que mostram a selvageria que terminou na morte de um, vão possibilitar a caracterização de formação de quadrilhas armadas, dessas hordas que usam o futebol como pano de fundo.

Como disse o jornalista Paulo Galvão “Quem ameaça presidente de clube não é torcedor, é marginal. Deve ser tratado, e penalizado, como tal.”

E são os mesmos que espalham o terror pela cidade.


» Comentar

Comentários:
7
  • J.B.CRUZ disse:

    Vocês já observaram que por causa da vida corrida,agitada e violenta dos últimos anos, a humanidade parece estar mais agressiva ??.
    Nos lares,no trabalho,no trato social há um ambiente pesado,irrascivo,por vezes quase insuportável,expulsando até as boas maneiras de uma convivência humana..Na minha opinião, o regime militar é o que mais dá certo no BRASIL, por que não utiliza tanta gente para tomar decisões, ficando as mesmas nas mãos de poucas pessoas..É como fica mais fácil se cobrarem os erros das autoridades..Estamos na era do egoísmo e da ganância..Não existe mais a solidariedade de anos passados..Temos que fiscalizar uns aos outros, já que não se cumpre as LEIS..Estamos cada vez mais duros,insensatos e cruéis-eis que respeito,dignidade e seriedade são sentimentos ultrapassados..Infelizmente, somos BONS e MAUS ao mesmo tempo, sendo que a parte má sobressai mais(..)….

  • Junior disse:

    Lamentável!

  • Reinaldo disse:

    Brasil terra da impunidade!!!!!!!!

  • Antonio Carlos disse:

    O presidente Gilvan desafiou sua torcida e banca o M. Oliveira. Ele nem importou com as ameaças, conhece a torcida pó de arroz que tem.

  • Gustavo Leal disse:

    Oi Chico, nao é atoa que gosto tanto do seu blog. É a primeira vez que vejo um jornalista, simplismente, nao citar o nome do grupo do qual participam esse marginais. É triste, mas normalmente o jornalista usa no titulo da reportagem o nome desses grupos. O que nao deveria, pois sao apenas marginais e como tal deveriam ser citados.
    Eu como um apaixonado atleticano, fico frustrado com esse apoio dos clubes a esses bandos. Torcida de amigos que vao juntos ao estadio é muito legal. Mas essas organizadas deveriam ser banidas do estadio. Alias, nao tenho certeza, mas nao foi mais ou menos quando essa organizada, que se diz atleticana, comecou a crescer que o galo comecou um periodo muito ruim ? Ja passou da hora de acabarmos com isso.

    (ps. me desculpe a falta de acentos, mas meu teclado nao esta bem configurado)

  • Paulo disse:

    Assisti a entrevista do Dr. gilvan, foi chocante.
    Esses bandidos que ameaçaram o Dr. Gilvan tem que serem descobertos e presos.

  • Thomaz disse:

    Já ouviram falar sobre o Direito Penal Mínimo? Está em discussão com o Direito Penal Máximo. O Direito Penal Mínimo tem uma frase que explica tudo: “não se abatem pardais disparando canhões”. O Brasil adora teorias. Embora não sejam desprezíveis os fundamentos do Direito Penal Mínimo, vejam a realidade: no nosso caso, não apenas os pardais, mas também os abutres sabem que os canhões estão paralisados. O bom canhão nunca se deseja que dispare, mas ele tem tiro certo e o criminoso sabe muito bem disso.