Atlético e Cruzeiro estiveram perto de ter os seus estádios próprios.
Zezé Perrela e Alvimar chegaram a anunciar nomes de grupos portugueses que estavam praticamente fechados.
Ziza Valadares, então presidente do Atlético, chegou a informar até uma área e um parceiro comercial, disposto a investir.
O então governador Aécio Neves os chamou e disse que caso os dois clubes partissem para seus próprios estádios o Mineirão ficaria inviável.
Os dirigentes disseram que acertaram com o governo que o Mineirão, depois de reformado, seria administrado por eles, numa co-gestão, semelhante à do San Siro/Giusepe Meazza, pelo Milan e Inter de Milão.
Zezé e Ziza, políticos aliados fiéis do Aécio, pararam de falar em “casa própria”.
Antônio Anastasia sucedeu Aécio, criou a Parceria Público Privada – PPP – que reconstruiu o Mineirão, que passou a pertencer ao consórcio de empreiteiras, que ficará com a parte do leão do dinheiro arrecadado das duas torcidas.
Pergunto: quantos torcedores essas empreiteiras têm ou quantos craques e que história possuem, para levar algum torcedor ao estádio?
Pois é!
Aécio encaixou Zezé como primeiro suplente do Itamar Franco, que morreu com poucos meses de mandato.
O presidente do Cruzeiro ganhou um mandato de senador.
Ziza, que ocupou cargos importantes nos governos tucanos de Minas e do FHC, renunciou à presidência do Atlético e virou vice-presidente da Copasa, do governo do estado.
Ah! Ia me esquecendo: o Alvimar se tornou um dos maiores fornecedores de refeições do governo de Minas. Claro, que, depois de vencer licitações, né!?
Mas a maioria absoluta ds torcedores não quer saber deste tipo de assunto. Ir pras ruas protestar; nem pensar?
Eles se esquecem que um grande clube para ter um grande time precisa de dinheiro, que o próprio torcedor, paga ao clube, mas que este dinheiro tem vários destinos antes de chegar aos cofres de quem realmente é o dono.
Ou seja: Atlético e Cruzeiro levam multidões ao Mineirão, mas a maior parte da grana não vai para eles.
Quem acompanha o meu trabalho jornalístico vai se lembrar que sempre abordei este tipo de assunto; portanto, que ninguém me acuse de ter ficado em silêncio ou ter sido conivente.
Prestem a atenção neste comentário enviado pelo Adriano Melillo.
A única dúvida que tenho em relação ao que ele escreve é sobre a quantidade de lugares que o consórcio das empreiteiras tem. Iniciamente diziam que seriam 14 mil, e ele diz que são “apenas” 10 mil.
Confira:
* “Caro Chico Maia,
ouvi atentamente a entrevista do Kalil no programa Bastidores e gostei da forma que o mesmo esclareceu a situação “mineirão”, que é um presente de grego para os clubes mineiros.
Realmente, a empresa Minas Arena, ficará com 10 mil ingressos na parte central, cadeiras próximas do gramado, ou seja, o setor mais valorizado.
Da renda bruta dos clubes, há um desconto de 22,5% para empresa, mais a dedução da despesa com água e luz.
O valor do ingresso a ser cobrado será fixado de acordo com a Minas Arena.
A questão é que tudo isto está na licitação, no edital elaborado pelo “Governo de Minas”.
Se juntarmos ainda, o pagamento de 5% da renda bruta para o INSS, ai deverá ser incluso a totalidade da venda (Minas Arena + clube) e ISSQN para prefeitura de BH, constataremos que os clubes pagarão a reforma da estádio durante 25 anos e ao final, não terão nenhum patrimônio.
A não participação dos lucros relativos a publicidades, venda de camarotes, produtos consumidos no estádio, torna os clubes meros locadores, como aquele cidadão que paga aluguel da casa até a morte, sem nunca ter casa própria.
Ridículo!
O Grêmio, Corinthians, Internacional, todos pagarão participação às empresas construtoras de seus estádios, mais ao final, terão seu patrimônio.
Volto a afirmar, presente de GREGO!”
Adriano Melillo
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