O grande comentarista lamenta a morte do garoto, atingido por um foguete atirado pela torcida do Corinthians e cobra uma posição dos dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol!
É pedir demais, caro Mário!
A cartolagem que comanda essas entidades, e muitos dirigentes dos clubes, não estão nem aí para o futebol. Muito pelo contrário, detestam o esporte, assim como a maioria dos governantes e políticos.
Chegam a ter nojo de torcedor e os querem cada dia mais distantes dos estádios.
Desse mundo milionário da bola, só querem os milhões que ele rende, de dinheiro e votos.
Usam o esporte como um todo, mas o futebol é a galinha dos ovos de ouro.
Nas campanhas políticas prometem “desenvolver” o esporte para “tirar os jovens das drogas e promover a inserção social”.
Discurso demagogo, hipócrita, “bonitinho, mas ordinário”, parafraseando Nelson Rodrigues.
Depois que passam as eleições o eleitorado nem presta a atenção aos secretários de esporte que são nomeados: ilustres desconhecidos do mundo esportivo, maioria absoluta sem nenhuma identidade com o setor. Às vezes nem sabem a cor das camisas dos times e se determinados esportes são jogados com as mãos ou com os pés.
Pastas como a do esporte são usadas para barganhas políticas, para acomodar derrotados nas urnas ou aliados que exigem que o apadrinhado de momento ocupe uma posição de destaque no governo ou nas casas legislativas.
É assim na maioria das prefeituras, estados e no governo federal! Ou não?
Pintam e bordam, fazem o que bem entendem, porque sabem que a paixão cega da maioria das torcidas, não está nem aí se eles roubam e aprontam. O cego de paixão só pensa no time dele e esquece que é cidadão, que paga impostos, paga ingressos, compra os produtos gerados pelo seu clube e até das gangs organizadas que se aproveitam desse mundo milionário também.
Aconteceu na Bolívia ontem, como ocorre em Belo Horizonte, São Paulo, Rio, Recife, Porto Alegre, enfim…
Para quem comanda, o importante é que o circo continue e que a grana entre em seus bolsos, chegue de onde chegar!
Cadáveres e feridos, pouco ou nada importam para essa gente!
E aposto que este post terá menos comentários que o anterior, onde falo da situação do Mineirão, onde os políticos não deixaram os nossos clubes construirem seus próprios estádios, dizendo que o novo seria deles, mas na hora “agá” mudaram tudo e deram uma rasteira neles e em seus torcedores.
Não permitiram nem que os clubes participassem do edital de licitação para a construção da “nova casa do futebol mineiro”.
A crônica do Marra no blog dele sobre o assunto:
* “Kevin Beltran morreu e a Conmebol não quis ver”
Vamos lá.
Morreu um menino de 14 anos.
O menino saiu da cidade dele e foi apenas ver um jogo da Libertadores.
Não me importa se ele era torcida de A ou de B.
Não me importa mesmo.
O que importa, na minha visão, é que um cara que morreu no estádio.
Os culpados têm que aparecer e têm que pagar.
É torcedor do Corinthians?
É torcedor do San José?
Novamente não importa.
Não endosso o discurso fraco de que foi apenas um momento de inconsequência.
Na verdade, não importa nem mesmo o discurso.
O que me assusta nem é a violência no futebol.
O que me deixa indignado é que a Conmebol, que é quem organiza e lucra com o torneio, não é capaz de escrever uma linhazinha de solidariedade aos familiares do menino que morreu.
* http://www.blogdomarra.com/kevin-beltran-morreu-e-a-conmebol-nao-quis-ver/
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