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Verdades e opções de jogo na altitude de La Paz

Tudo que se fala sobre as dificuldades de se jogar na altitude de La Paz é verdade. Estive lá cobrindo a seleção brasileira e o próprio Atlético, quando ele tomou de 4 a 0 do Bolívar, pela Libertadores da América de 2000.

Até quem não tem obrigação de correr sente os efeitos. Só de andar mais rápido ou subir escada ou alguma rua um pouco mais inclinada. Para quem gosta de um “golo” é fácil entender: imagine você numa ressaca brava, tendo que fazer um esforço maior.

HERNANDOEncravado na montanha, o temível estádio Hernando Siles

Mas há formas de amenizar o problema; vários clubes brasileiros e a própria seleção já conseguiram vencer lá. O Atlético fez bem em viajar quatro dias antes do jogo, apesar de que os especialistas afirmem que para uma adaptação razoável o ideal é ficar lá de 10 a 15 dias até a partida.

Mas neste curto período do Galo lá já dá para os jogadores calibrarem o chute e principalmente o goleiro Victor pegar os macetes dos “vareios” da bola, que a qualquer chute à distância se torna alto perigo de gol.

Todo chutador fica parecendo Nelinho com a sua patada fatal que liquidava com tantos goleiros mundo afora.

Em 2000 o time era bom, e começou dando pressão no Bolívar, que em contra ataques fulminantes, sinalizava que marcaria o seu gol a qualquer momento. Veloso era um ótimo goleiro e estava em grande fase. Dos quatro que levou, três seriam defensáveis se não fosse nos 3.700 metros de altura da capital boliviana.

Assim como o The Strongest o Bolívar tinha uma boa equipe, tanto que em Belo Horizonte perdeu só de 1 a 0.

E certamente Cuca saberá usar a tática correta, que deve ser bem fechado, explorando contra ataques, quando der.

Caso Bernard não sinta tanto os efeitos da altitude, um prato cheio para ele. Poderá se aproveitar da genialidade do Ronaldinho e Tardelli e também servi-los com a sua velocidade.

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Normalmente o gramado é bom e segurança também não é problema.


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Comentários:
14
  • Raws disse:

    Leia-se, metros.

  • Ricardo Lemos disse:

    Márcio Luiz, acho que a tática do Cuca para este jogo será a seguinte: uma linha com laterais e zagueiros, outra linha com dois volantes acompanhados de Tardelli e Bernard, R10 logo à frente armando/lançando e Jô fazendo o pivô/finalizador.

    Quando os bolivianos atacarem, serão 8 atleticanos defendendo na linha. Quando recuperarmos a bola, Bernard e Tardelli vão se revesar na subida para receber passe do R10 e ajudar o Jô no ataque.

    No segundo tempo imagino Bernard, R10 e Jô saindo para as entradas de Richarlyson, Gilberto Silva e Alecsandro/Luan/Berola (o que estiver em melhores condições para a altitude). Neste caso o Ricky faria a função do Bernard, Tardelli a função do R10, o atacante a do Jô e o Gilberto Silva ajudaria a fechar o meio de campo e cadenciar mais o jogo.

  • audisio disse:

    Acho que apesar da altitude vai dar Galo.

  • Raws disse:

    O Juca kfouri, outro dia lançou uma idéa interessante, já que os atletas sentem tanto, o clube deveria mandar um time mesclado com reservas, uns quinze dias antes, além de se adaptarem a altitude, ainda seria uma punição ao país anfitrião que seria impedido de ver atuarem em seu solo,craques como R10, Neymar, Fred e tantos. A minha idéia é outra, já que a política impera no futebol e impede acabar com esse absurdo de artimanha, pelo menos os responsáveis deveriam mudar a regra nesse caso, passou de 3000 pés, seria permitido seis substituições. O que a turma acha?

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    Bem lembrado, Ricardo Lemos.

  • Márcio Luiz disse:

    Embora o Jô esteja jogando muito bem e fazendo as “viúvas” esquecerem do tal “Bebezão”, acho que neste jogo especificamente o Cuca deveria sacá-lo para a entrada do Richarlysson que parece ter 4 pulmões.

    E assim dar mais fôlego ao L. Donizetti para cobrir os buracos da “Av. Marcos Rocha”.

    Só que tem um probleminha nisso aí: o Jô é amigo pessoal do R10 e o Cuca deve pensar duas vezes antes de se indispor com o “maestro” e assim correr o risco de a “orquestra” que anda tocando tão bem desafinar na hora errada.

    Mas ele é o treinador e é muito bem pago pra resolver isso.

    Então, se vira nos trinta, Cuca.

  • Ricardo Lemos disse:

    Dudu GALOMAIO BH, no caso do Galo, ainda teve a expulsão do Caçapa quando o jogo estava 2×0.

    Com um jogador a menos é que não da para correr mesmo.

  • Dudu GALOMAIO BH disse:

    A altitude é a grande marca dos bolivianos.
    Basta lembrar alguns resultados exagerados que conseguiram se favorecendo das condições extra-campo:

    Bolívia 2×0 Brasil – 1993
    Bolívar 4×0 Galo – 2000
    Strongest 4×1 Palmeiras – 2000
    Potosí 5×1 cruzeiro – 2008
    Bolívar 4×3 São Paulo – 2013 (o Bolívar virou depois de sair perdendo por 3×0 no primeiro tempo).

    Nunca se sabe o que vai ocorrer… lembro que o Galo estava bem em campo em 2000 e de repente, vários jogadores começaram a reclamar mal estar e o Bolívar se aproveitou e encheu a sacola.

  • Johnny disse:

    * te traiu

  • Johnny disse:

    Chico acho que sua memória te trai, e vc acabou sendo injusto com o Veloso. Talvez um gol que ele levou fosse defensável, fora que ele ainda pegou um pênalti.

    http://youtu.be/n6o7aELusoU

    Que esse ano a história seja diferente.

  • Paulo Ipatinga disse:

    É só descontar na ” baixitude “…
    04/12/11 Eterno…

  • thales rosa disse:

    Fazer turismo na Calle de las Brujas em La paz é complicado, o centro da cidade é uma ladeira, alias a cidade toda é uma ladeira!!! Mas é uma experiencia cultural exepcional! TUdo muito diferente do que estamos acostumados no Brasil e se aqui ja reclamamos de desorganização, lá é muito pior!!!

  • thales rosa disse:

    Estive em la Paz em 2011. Antes de ir eu pensava que era exagero esse papo de altitude, mas quando sai do aviao em El Alto (Cidade vizinha a La Paz), eu nao consegui dar 10 passos, tive que parar e sentar! O aeroporto de la nao tem Finguer, vc desce do aviao por escadas e quando cheguei no final da escada tive que me sentar, tudo ficou preto, a cabeça parece que vai explodir os olhos doem tudo doi e vc respira mas nao vem o ar. Depois de me recompor no primeiro momento os bolivianos recomendam: Ande devagar nos primeiros dias. Fiquei em La Paz por 5 dias, nos dois primeiros mal conseguia pensar de tanta dor de cabeça, o Cha de Coca ajuda mas nao resolve o problema. No terceiro dia vc ja nao sente mais nada para andar.

    Depois disso nunca mais falei que altitude era uma bobagem! É uma coisa desumana se ja é dificil andar imagine correr, pular durante 90 minutos…

  • Ricardo Lemos disse:

    Segundo o médico do Galo, Otaviano Oliveira, este período não muda em nada a questão fisiológica. A vantagem de chegar uns 5 dias antes é só para aprimorar a parte técnica, como tempo de bola, por exemplo.

    É mais ou menos como se o time pudesse fazer uns 3 coletivos em um estádio antes de jogar efetivamente.

    Acredito que a preparação esteja sendo bem feita. É evitar correr à toa e fazer a bola correr. Voltar com uns 3×1 e classificação garantida seria o ideal!