Ótima reportagem, especialmente para lembrar que apenas um jogo ruim pode colocar tudo a perder.
* “Já garantido com melhor campanha, Atlético-MG tentará quebrar ‘maldição brasileira’”
Por Renata Mendonça, do ESPN.com.br
O Atlético é a sensação da Libertadores-2013. Mais do que as vitórias por goleada, o time mineiro tem dado show dentro de campo, com Ronaldinho Gaúcho, Bernard e companhia ‘jogando bonito’ e encantando os gramados do futebol sul-americano. Mas o desafio de Cuca e seus comandados no mata-mata da competição irá além das quatro linhas. Melhor campanha da primeira fase da Libertadores, o Atlético precisará quebrar uma maldição brasileira se quiser conquistar pela primeira vez a América.
O ‘benefício’ de ter uma campanha tão impressionante na fase de grupos tem uma contradição histórica: nunca, desde que a Libertadores tem esse formato com mais clubes (2000), um clube brasileiro com a melhor campanha conseguiu ser campeão do torneio.
Foram 15 pontos somados dos 15 possíveis e um impressionante saldo de nove gols na tabela. Números que dão ao Atlético o ‘título’ de melhor time da primeira fase da Libertadores disparado – o segundo melhor é o Vélez, que ficou com 13 pontos após o empate na terça-feira contra o Emelec e tem um jogo a mais que os mineiros.
De 2000 para cá, em nove das 12 edições da competição sul-americana, alguma equipe do Brasil se classificou para as oitavas de final com o primeiro lugar geral. Foram eles: Vasco, em 2001, Corinthians, em 2003 e 2010, Santos, em 2004 e 2007, Fluminense, em 2008 e 2012, Grêmio, em 2009, e Cruzeiro em 2011. E todos eles acabaram eliminados em algum mata-mata – o que foi mais longe entre eles foi o Fluminense, que chegou à final da Libertadores em 2008, mas acabou perdendo o título nos pênaltis para a LDU. Dados que ‘assombram’ o Atlético antes do início do mata-mata.
A maldição vai até além dos clubes brasileiros. O último primeiro colocado geral da fase de grupos que conseguiu levantar a taça da Libertadores foi o River Plate, há nada menos do que 17 anos. E os Millonarios nem tiveram uma campanha tão boa quanto a do Atlético-MG em 2013. Em 1996, os argentinos somaram 12 pontos, com quatro vitórias e duas derrotas na chave. Na sequência, o River eliminou Sporting Cristal, San Lorenzo e Universidad de Chile no mata-mata, antes de superar o América de Cali, da Colômbia, na final e ficar com o título.
O Atlético conta com boas armas. Com Ronaldinho Gaúcho em ótima fase articulando as principais jogadas da equipe, além de Bernard, Jô e Diego Tardelli, em um quarteto quase que fatal, o time de Cuca já balançou as redes 17 vezes nos cinco jogos que fez até aqui – mais que o dobro dos tentos marcados pelo segundo colocado do grupo, The Strongest -, chegando à impressionante média de 3,4 gols por partida.
Dos cinco confrontos disputados na primeira fase, o Atlético goleou em dois deles, fazendo 5 a 2 no Arsenal de Sarandí tanto na Argentina, como aqui, e não saiu derrotado de campo em nenhuma das oportunidades. O desempenho do time é tão impressionante, que mesmo somando todos os pontos das outras três equipes do grupo 3, o resultado não chega ao número de pontos dos mineiros.
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