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Christiania, o paraíso perdido

EUROPA2009 388

Um dos lugares mais diferentes que já conheci. A comunidade hippie mais organizada e mais famosa do mundo, mas, sinceramente, eu nunca tinha ouvido falar e só vim a conhecer por uma feliz coincidência: recebi e-mail da Christiane Mello, dizendo que morava em Lund, cidade da Suécia, vizinha de Malmoe, onde o ex-jogador do Atlético, Afonso, fez fama inicial na Europa.

Disse também que é de Belo Horizonte, atleticana, e quando morava com os pais, no Bairro Cruzeiro, não perdia nenhum programa “Minas Esporte”, da Band, onde eu participava de bons debates com o Flávio Carvalho.

Sugeriu que eu fosse conhecer “Christiania”, que era um lugar “fantástico”, e que valeria a pena. Também falou da cidade onde ela mora, Lund, e convidou-me para ir lá conhecer.

Resumindo: ela apareceu em Copenhague, levou-me a Christiania, ajudou-me como intérprete no centro de imprensa da Federação das Indústrias da Dinamarca, e no dia seguinte fui a Lund, que realmente é uma cidade sensacional.

Sobre Christiania, conclui que é uma espécie de Arraial D’Ajuda, na Bahia, porém, quando ela começou a ser descoberta por pessoas que queriam uma vida diferente nos anos 1970. Mas sem aquelas praias raras.

Peguei na internet um trecho do texto de Pablo Miyazawa e Thiago Guimarães, onde eles falam do lugar:

“Christiania – ou “Freetown” (cidade livre), como é chamada por seus moradores – comemorou 35 anos de sua existência em setembro de 2006. Fundada no auge do movimento flower power em uma antiga área militar abandonada no bairro de Christianshavn, tinha como objetivo ser “uma sociedade alternativa livre, baseada na convivência com o próximo e com a natureza”. Grupos de dezenas de dinamarqueses invadiram o terreno de 340 mil m2 pela primeira vez em 1969. O derradeiro movimento ocorreu em setembro de 1971, após o jornal alternativo Hovedbladet publicar em sua primeira página um artigo conclamando leitores a “ocupar em definitivo a área proibida” e a “construir uma nova sociedade do zero”. O espaço extenso demais e a enorme quantidade de invasores impediram que polícia e governo conseguissem intervir em tempo. Nascia o mais famoso caso de “experimento social” de que se tem notícia.
Autodenominada “o pulmão verde de Copenhague”, graças à vasta área de vegetação virgem que abraça seus domínios, Christiania é o lar de aproximadamente 900 pessoas que vivem sob um grupo de leis distintas do restante da Dinamarca. O modelo de autogestão praticado por seus moradores é a “democracia do consenso”, no qual as decisões essenciais surgem da concordância de todos os participantes de uma assembléia. Não há hierarquias: os christianistas participam ativamente da implantação do que é decidido coletivamente e resolvem em comunhão o destino do orçamento anual de quase 18 milhões de coroas dinamarquesas (aproximadamente R$ 6,7 milhões), obtido com a contribuição mensal dos moradores e os rendimentos dos negócios locais. Esta “caixinha” comunitária dá conta das despesas com eletricidade, água, esgoto, taxas municipais e ainda um conjunto de serviços que serve somente aos moradores de Christiania, como correio, creches, oficinas, asilos e um moderno sistema de coleta e reciclagem de lixo.”

 

Fotos? Só da portaria, e mesmo assim do lado de dentro para fora, já que é proibido pelos moradores e freqüentadores.


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