Blog do Chico Maia

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Importância relativa

O título da Copa das Confederações tem importância relativa. Em 2005 o

Brasil de Carlos Alberto Parreira fez uma campanha irretocável, eliminou a anfitriã Alemanha e venceu com facilidade surpreendente a Argentina na final, com direito a goleada.

Virou “barbada” nas apostas para a Copa do Mundo no ano seguinte. Tanto que até a diretoria, comissão técnica e jogadores acreditaram nisso, que era só buscar a Taça, pois os jogos seriam apenas detalhes. A preparação e os dias na Alemanha durante a Copa foram de festa, até o encontro com a França de Zidane, que mandou todos de volta.

Apesar de ter ficado na quarta colocação, o Uruguai, junto com o Brasil foi quem mais ganhou, dentro de campo, com essa edição da Copa das Confederações. Mal nas eliminatórias, fez boas partidas contra o Brasil, Itália e deve manter o ritmo nos próximos jogos na briga por uma das vagas sul-americanas de 2014.

Com Luiz Felipe Scolari a seleção brasileira também conseguiu recuperar a proximidade da torcida brasileira. Sob o comando de Mano Menezes não conseguiu engrenar mesmo enfrentando adversários fracos e a gota d’água foi a perda dos Jogos Olímpicos do ano passado.

Como evento teste a competição foi muito boa para o Brasil também fora de campo. As seis cidades sedes viram onde houve erros, a tempo de consertar para o mundial em 2014, e as que não foram testadas enviaram seus observadores.

E tudo se resume na operação dos estádios e “ajeitamentos” na mobilidade até o estádio, já que as obras de infra-estrutura que precisávamos e que ficariam como “legado”, não saíram do papel.

O ideal é tivéssemos, no mínimo, Metrô ligando o Mineirão ao Centro e Savassi, por um lado, Venda Nova, Cidade Administrativa e Confins, por outro. No caso das outras sedes, situações semelhantes, com um agravante: não havia necessidade de novos e caríssimos estádios como em Recife, que tem um Arruda, que poderia ser reformado; Brasília, Natal, Manaus e Cuiabá, onde a média de público em jogos de futebol é ínfima.

O presidente da Fifa disse que foi a melhor de todas as Copas das Confederações até agora. Realmente, a segunda fase foi digna das grande disputas mundiais, com quatro seleções campeãs do mundo concorrendo. Com os jogos de ontem a média de público superou a casa dos 50 mil pagantes, contra 36 mil da África do Sul e 37 mil na Alemanha.

O Mineirão também poderia ter passado apenas uma boa reforma e não a reconstrução de um novo, que só teve aproveitada a carcaça; os gastos com o Independência e Arena do Jacaré também foram exagerados, e muitos, desnecessários, em obras que estão cheias de falhas, ainda sem correção. Nessa gastança desenfreada país afora, a origem dos protestos, e aí sim, tomara que fique um “legado”.

Escrevo sempre na condicional quando se fala de protestos e indignação populares no Brasil, porque não sei se passada a Copa das Confederações este fervor por justiça e honestidade vai continuar ou se vai parar até os holofotes internacionais da Copa do Mundo daqui um ano.


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Comentários:
6
  • J.B.CRUZ disse:

    Depois dessas manifestações-monstro, “nossos” políticos, não serão mais os mesmos, principalmente em suas atitudes..Quem tem Ú, tem medo…

  • Ednei disse:

    Chico, lógico que os protestos vão esfriar. Mas voltam na Copa do Mundo, creio eu, o legado dos protestos já foi feito: Executivo e Legislativo pelo país a fora se mobilizam para atender as reivindicações. Quanto a seleção, foi muito melhor do que se esperava, teve jogadores inspirados, esquema que funcionou e sorte. Bom para aqueles que se aproveitam politicamente da seleção, infelizmente.

  • Henrique Ipatinga disse:

    Chico,

    Infelizmente o jeitinho brasileiro venceu as obras de mobilidade urbana.
    É mais fácil decretar feriados em dias de jogos do que construir um metrô subterrâneo.
    Fui no jogo Brasil x Uruguai, gastei 25 minutos da Savassi ao Mineirão, nunca se chegou tão rápido ao estádio.
    Contudo, sabemos que nos dias de jogos dos nossos times tudo voltará ao normal. Minas Arena aprontando, trânsito caótico e o pior de tudo, não temos direito nem de tomar uma cerva pra relaxar durante os jogos…rs
    Bom dia a todos!

  • André Corrêa disse:

    O meu maior temor é que o fim do torneio signifique um arrefecimento do movimento. E a essas disputas podem ter sido boas para a FIFA, porque nós saímos com cara de trouxas outra vez.

    Prometeram legados e custeio dos estádios pela iniciativa privada. Dinheiro pra obra eu só vi sair dos cofres públicos. E legado? Você conhece algum?

    Eu gostei foi disso aqui. Só podiam ter tratado de um assunto mais relevante.

  • Julio Cesar disse:

    Boa noite Chico ! O oba oba ta começando a tomar conta ! Não que o Brasil tenha jogado mal ! Jogou bem ! Mas, o “estilo Felipão” de matar as jogadas foi irritante ! Nisso, o arbitro amarelava os jogadores espanhois, e amarelou quando era pra aplicar o mesmo criterio para os brasileiros ! Foi caseiro no marcanã lotado. Ficou barato para Oscar, Luis Augusto, Fred (querendo apitar o jogo e provocando tumulto). No primeiro tempo o Brasil cometeu o dobro de faltas em realação aos espanhois ! Felipão nunca soubre marcar e ensina o que fez em seu tempo de jogador! Matar jogadas faltosamente ! Ensina e aplica o anti jogo ! Ate o dia em que a Fifa mandar punir com mais rigor este expediente ! Felipão sabe disso, a vai se “consagrando” ! Um gol aos dois minutos “caido” do ceu e a otima finalização do Neymar, e apos isso o cansaço, bastou pra liquidar a Espanha !

  • André Corrêa disse:

    Rapaz, o Marin tá entregando as medalhas! Fudeu.