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Maracanã e Mineirão. Lá como cá: a privatização do estádio continua dando problemas

A diferença básica é que aqui não se falou em momento algum em “devolução” do Mineirão ao estado já que o contrato entre governo e empreiteiras garante que o estado arca com eventuais prejuízos do consórcio das empreiteiras.

Reportagem de O Globo, de ontem:

* “O ‘x’ da questão”

maracana

  • Governo analisa hipótese de reassumir o Maracanã, mas recuo custaria caro

Daqui a cinco dias, o Maracanã, hoje administrado em regime de concessão por Odebrecht, IMX e AEG, pode voltar ao controle do governo do estado. É quando acaba o prazo para o Concessionário Maracanã S.A. comunicar ao governador Sérgio Cabral se vai se manter ou não à frente do negócio, depois da decisão do estado de não mais demolir o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio de Lamare, que dariam lugar a lojas e a um estacionamento. Fontes do governo garantem que, com a popularidade em baixa, Cabral está disposto a reassumir o Maracanã. Mas, se politicamente isso seria bom, financeiramente sairia caro.

Durante os 35 anos de concessão, o estado deixaria de receber R$ 775 milhões que concessionária pagaria em investimentos e R$ 5,5 milhões anuais por 33 anos de aluguel, previstos no contrato. Além disso, o governo teria de assumir os custos de manutenção do estádio — cerca R$ 50 milhões anuais. O dinheiro público que seria usado na manutenção do Maracanã mais o valor pago pelo concessionário pelos próximos 35 anos bastariam, diz um especialista em concessões, para a construção de 3.330 escolas ou 400 Unidades de Policia Pacificadora.

O novo Maracanã custou R$ 1,262 bilhão. O valor pago pela concessionária não cobre o valor da reforma, mas, sob o regime de concessão, o governo, além de receita garantida, deixaria de gastar com manutenção. Em um mês, só com venda de ingressos, o consórcio obteve R$ 2,888 milhões brutos. A conta não considera despesas nem inclui faturamento com camarotes, lanchonetes e patrocínios.

Em tese, pelo edital de concessão, o governo do estado pode reassumir o Maracanã e o Maracanãzinho a qualquer momento, sem necessidade de multa, desde que restitua eventuais investimentos já feitos e assuma contratos assumidos pelo concessionário. O GLOBO apurou que o grupo privado que administra o estádio já firmou contrato com cerca de 40 fornecedores. Esses contratos, somados, custam cerca R$ 30 milhões, sendo que o concessionário já teria quitado 70% desse valor. Se Cabral optar por reassumir o Maracanã, teria de honrar esses contratos. A maioria vence em setembro.

Posição dos clubes

A retomada do Maracanã por Cabral iria na contramão de modelos adotados na gestão dos demais estádios erguidos ou reformados para a Copa de 2014. O regime de concessão também foi adotado pelas principais arenas construídas para as duas últimas Copas do Mundo, na Alemanha (2006) e na África do Sul (2010). Cabral, porém, poderia ter o apoio de dirigentes do Flamengo, do Fluminense e do Botafogo, clubes que assinaram contratos com o concessionário.

Historicamente, o Maracanã nunca deu lucro sob a administração pública. Pelo contrário. Dava prejuízo. Só nos últimos anos a Superintendência de Desportos do Rio de Janeiro (Suderj) conseguiu equalizar suas contas.

— Se o governador resolver assumir, ou se o consórcio decidir não ficar, tenho certeza de que os clubes conseguirão fazer algo muito parecido, como é em Brasília. O governo lucra, e o clube, também — arrisca Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo.

O Fluminense, oficialmente, informa apenas que vai esperar pela decisão do governo e do concessionário. Na verdade, Cabral receberia apoio dos dirigentes, sobretudo, porque os clubes precisam do Maracanã como fonte de renda.

http://oglobo.globo.com/campeonato-brasileiro-2013/o-da-questao-9653694#ixzz2ctE2P6m


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Comentários:
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  • Dudu GALOMAIO (Campeão da América) disse:

    O atual do da América, “time da moda” segundo as pessoas no Brasil inteiro, destaque nacional e internacional, visitando o novo Mineirão só pra levantar taças, com inveja de quem mesmo?
    Quando eu digo que tenho pena dos delírios, alguns acham ruim…

  • Dudu GALOMAIO (Campeão da América) disse:

    “Clube pequeno, estádio pequeno”… segundo dizem os filósofos…
    Clube pequeno em estádio grande = seca de títulos.
    Clube grande em estádio grande = 2 títulos em poucos meses… só isso.

  • Martens disse:

    Reiki Cardoso , em que mundo vc vive, nao sabe que o GALO joga no mineirao a hora que precisar sem pagar aluguel.
    E so fazer como o Kalili falou “lipma o beco que o GALO ta chegando “

  • Henrique Ipatinga disse:

    Reki Cardoso, porque somos cidadãos e contribuintes. O Mineirão é público, e o Estado garante o lucro da empreiteira.
    O Independência também está cheio de defeitos.
    Havia necessidade de reformá-lo?
    Mas tem gente que acha que a única coisa que importa é futebol…

  • Reki Cardoso disse:

    TEm gente que ainda não aceitou a perda do MIneirão ! Poderiam reclamar com a própria diretoria, ao invés de ficar semeando vento por aí, culpando “outros” ! Clube pequeno, estádio pequeno ! Se não tem torcida e a bilheteria é confiscada para pagar divida trabalhista, o Estado não tem nada a ver com isso ! Chover no molhado relembrar que o Mineirão é uma PPP e o financiamento da reforma quem arca é a Minas Arena, o administrador! Não existe almoço grátis ! Se estão satisfeitos com o Horto, por que ainda choram as pitangas por causa do Mineirão ! É muita inveja … e sem fim , pelo jeito !!!

  • Rafael disse:

    No Rio em partes é isso mesmo que o amigo, diz mas caro Chico acho que em partes os estádios (Minas, Rio, SP, Bahia) darão muito lucros, em Minas o Mineirão está sendo usado, mas o objetivo é para shows, lembra no show de Sir. Paul o Cruzeiro levou 400 mil, já imaginou quanto a Minas Arena levou, e a venda do nome do estádio, venda para estampar a marca nas cadeiras, venda de espaços para publicidade no estádio, isso deve ocorrer depois da Copa, quanto ira render Chico com isso.

  • THIAGO disse:

    De todo jeito o dinheiro dos contribuintes e’ que esta na mão dos incompetentes e ainda ira muito dinheiro para o ralo até eles resolverem o que fazer. E a lei de responsabilidade fiscal a Dilma limpou a bunda com ela dando o aval para esses governadores abusarem do dinheiro publico. Será que o Joaquim Barbosa não pode mandar prender essa corja? Bem que podia né?

  • thales rosa disse:

    Esse negocio do mineirão nunca será colocado em pratos limpos…

  • @cabrito2606 disse:

    Chico,

    A Odebrecht é o $arney nas têtas e todos já sabem que é.

    E quem $ão a$ ma$carada$ IMX e AEG?

    As siglas são para dar anonimato aos “bandido$” saqueadore$?

    E a Globo, é a chefe do Con$órcio ou alguém acredita que ela $ó transmite jogos em troca de anunciante$ ?

    As bombas de Hiroshima e Nagasaki deveriam ter sido jogadas aqui, porra!

    “A gente somos inúteis!”

    @cabrito2606

  • Cristiano disse:

    Chico bom dia.
    Acompanho seu blog e tenho verdadeira admiraçao pela sua imparcialidade,estas parcerias do estado com estas empreteiras com certeza nunca irao dar certo,mesmo recebendo tudo pronto conseguem cometer erros grosseiros tipicos de quem nao entende nada de futebol ou de como gerir um evento um jogo etc.Podem ate serem especiallistas em
    numeros mas no resto deixam a desejar.Mostra a total falta de dialogo
    e visao entre cruzeiro e atletico q vivem falando das suas casas mas na
    verdade o mineirao e do estado o independencia do america enfim pq nao se unem e passem a administrar o mineirao juntos e dao um exemplo
    para o brasil.Ai sim poderam falar q tem uma casa…

  • Thomaz disse:

    Gosto muito do rádio feito no Rio. São dinâmicos e bem-humorados. Portanto, tenho uma boa noção do que está acontecendo por lá. A questão do Maracanã tem apresentado um comportamento diferente do que aconteceu com o Mineirão. Aqui, salvo exceções, aceitou-se normalmente a expulsão do torcedor tradicional dos estádios, geraldinos e arquibaldos. Lá, há uma constante revolta contra isso, tanto de torcedores quanto de jornalistas. Como se não bastasse, o Maracanã foi totalmente desfigurado, virou um arena inglesa que nada lembra o antigo estádio Aliás, essas arenas são estádios mais frios e até pela televisão percebe-se isso. Sei não, mas acho que enfiamos os pés pela mãos ao transformar nossos estádios tradicionais em arenas. Coisas que faltavam, como segurança e conforto, poderiam ser conseguidas de maneira mais prática e barata. No final das contas, imitamos um modelo que não é nosso e tivemos a capacidade de combater a nossa própria tradição como torcedor.