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Marketing de gado: o tratamento dado ao torcedor I

No post anterior relatei a experiência de um cruzeirense em um grande jogo.

Vejam agora o que recebi do atleticano Leandro Heringer, que apresenta inclusive ideias para os clubes:

torcidaatletico-mg02_tarcisiobadaroGloboesporte.com

“Li seu texto sobre os ingressos e os depoimentos.

Chamo o tratamento dado ao torcedor de “marketing do gado”.

Tira foto do gado em fila para impressionar.

O Atlético foi campeão mineiro, da Libertadores, bateu recorde de bilheteria com 14 milhões de reais.

Fatos que mostram a força do Clube e de sua torcida.

Contudo, a alegria das conquistas não deve ofuscar a confusão e o desrespeito ao maior bem de um clube: a torcida (texto no site da Fifa sobre o Galo – Galo, grandeza que vai além dos troféus ).

Apostando no “marketing de gado” o clube não disponibiliza facilidades para aquisição de ingresso.

A imagem de atleticanos dias antes do início das vendas da final do torneio continental mostra a realidade dúbia: consciência do tratamento inadequado ao torcedor e esperteza de cambistas que se misturam aos apaixonados.

A não disponibilização de compra online através do registro de número dos programas de sócio torcedor e/ou CPF demonstra total desrespeito com o torcedor.

Outro fator preocupante, inclusive por questão de segurança, é a venda de ingresso apenas em dinheiro. Não eram permitidos cheques nem cartões de débito ou crédito. Mais uma falta de visão para potenciais parceiros.

Os programas de sócio-torcedor do Clube Atlético Mineiro não proporcionam tantas facilidades quanto de outros clubes.

Na categoria Galo na Veia Black, não se inclui estacionamento por exemplo.

Já na categoria Prata, o único benefício é uma fila exclusiva no dia anterior ao início das vendas gerais.

A título de comparação com outro mercado, percebe-se o atraso no tratamento com o torcedor.

Quando um brasileiro vai a Buenos Aires, há a possibilidade de comprar pacotes internacionais que oferecem traslado ida e volta do hotel ao estádio, tour pelo museu do Boca, ingressos e até bater pênalti no famoso estádio. Isso ao custo de 200 dólares.

Por valor similar (400 reais), ingresso no Independência não inclui nem estacionamento. Isso mostra a falta de visão de relacionamento do clube e do gestor do estádio com os torcedores/consumidores.

No próprio Mineirão, há camarotes no valor de 120 mil reais anuais e, embora haja conforto no estádio, não há nenhum tratamento diferenciado. Por exemplo, um ônibus leito que busque os torcedores e ofereça “comes e bebes”, publicações dos patrocinadores, eventos vips, entre outras estratégias de marketing de relacionamento.

Em tempos de lei seca, seria interessante este “mimo”. Uma empresa, por exemplo Volkswagen, poderia oferecer o transporte personalizado e convites para eventos que tivesse interesse em atrair o público específico.

Infelizmente, o marketing de relacionamento com o torcedor é praticamente inexistente, principalmente em se tratando de Minas Arena e Clube Atlético Mineiro. A própria diversidade de produtos licenciados é muito baixa considerando-se os diversos públicos (bebês, infantil, masculino, feminino e em suas divisões de renda).

Sem querer esgotar o tema, mas pretendendo abrir uma discussão, ficam as críticas à falta de visão e ação na relação clube x torcida. Já a relação torcida x clube, essa dispensa comentários.


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Comentários:
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  • Evandro disse:

    Bom dia Chico,
    Gostei demais dessa postagem! Ótimo tema para ser discutido. Este é um problema no qual o Atlético sofre atualmente porque o antigo departamento de Marketing do Galo foi extinto após a eleição de Kalil em 2008, onde ele afirmou, na época, que deveria reformular e cortar diversas despesas, e o marketing ficou em segundo plano até então.

    O Atlético precisa se reorganizar para fazer um programa sócio torcedor mais abrangente e com benefícios variados, como visita ao ct, fotos com jogadores, ou na sala de troféus, etc.

    E, além disso, é preciso modernizar a venda de ingressos, e criar um programa que incentive os torcedores a irem a campo. Veja este vídeo do Zeca espora falando sobre as melhorias do GNV, acho válido também! O vídeo tem um pouco de tempo, mas vale a pena ver!
    Veja no http://www.youtube.com/watch?v=qGv9QTZ75Pk
    Um abraço,

  • Paulo César disse:

    Excelente post do Leandro Heringer.

    Torcedor é o maior patrimonio de qualquer clube. E torcedor que paga, financia, “consome” o clube deve ser tratado sempre com prioridade.

  • Paulo Torres disse:

    Quanto aos pacotes para jogos de futebol em Buenos Aires: a maior parte dos clubes portenhos não tem nenhum envolvimento com eles. Muitos utilizam ingressos de cambistas ou mesmo ingressos que o clube fornece às barras-bravas, que por lá são mais perigosas do que aqui e têm enorme influência dentro dos clubes.

  • João disse:

    Caro Chico, sou torcedor do cruzeiro e lhe falo que desde a reinauguração do Mineirão melhorou muito, mas em relação como deve ser está muito abaixo se vc comparar o valor do ingresso e a peleja que o torcedor sofre, mas para ir ao Mineirão já tem ônibus direito executivo (preço é alto ainda), a relação com o sócio do torcedor está melhorando com algumas e poucas promoções para o torcedor…. acredito que irá melhorar ano que vem, pois a copa do mundo já terá ocorrido e ai a minas arena e cruzeiro podem trazer publicidade nos jogos do cruzeiro.

  • Chico, ele apresentou as ideias muito bem, e a discussão é muito válida. Merecia a postagem!

    Grande abraço.

  • João Paulo disse:

    Sou atleticano, mas tenho que reconhecer que este ano ficou clara a disparidade entre as diretoria de Atlético e Cruzeiro quando se trata do relacionamento com a torcida e de visão de longo prazo. O Cruzeiro tem problemas, claro, especialmente com a Minas Arena, mas está muitos passos a frente do Atlético.

    A categoria Cruzeiro Sempre oferece prioridade na compra, desconto, venda pela internet e cartão-ingresso para acesso ao estádio. Ou seja, o torcedor fica livre dos cambistas e pode comprar seu ingresso com toda a comodidade. A categoria GNV Prata do Atlético, do qual sou sócio, oferece a “grande vantagem” de ir para a fila um dia antes. Nada de internet, nada de cartão-ingresso, somente a farra dos cambistas.

    O resultado pode ser percebido nos valores arrecadados pelos clubes. Mesmo participando e sendo campeão da Libertadores, mesmo com a maior renda em uma única partida e mesmo com Ronaldinho em campo, o Atlético certamente irá faturar menos que o Cruzeiro se considerarmos sócio-torcedor e bilheteria em 2013. Ano que vem, com o Cruzeiro na Libertadores e jogando no Mineirão, a surra financeira será ainda maior.

    Como disse o colega, no Galo existe o “marketing de gado”. Fazem de tudo para dificultar a vida da torcida, para deixá-la de fora do estádio, e estão conseguindo. A Massa, que manteve o Galo vivo mesmo 42 anos na fila, está sendo enterrada.

  • sergio moreira disse:

    sugiro colocar na Cidade do galo, uma loja de vendas de produtos do galo,
    por dia
    vão l´´a dezenas de pessoas para ver seus ídolos e muitos poderião comprar produtos do Galo,
    fica a sugestão a diretoria