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Marketing de gado: o tratamento dado ao torcedor II

Senhoras e senhores,

ontem, na porta do Palácio das Artes, fui abordado pelo cruzeirense Marcelo (desculpem-me, mas não perguntei o sobrenome), que aguardava a esposa com a filha de colo, que saíam de um evento da Minie (do Mickey).

Ele foi ao Cruzeiro 3 x 0 Botafogo.

Vibrou com o time, mas deu bomba geral, como cidadão e torcedor, para o tratamento que ele e a maioria absoluta de quem foi receberam.

MINEIRAO

Seguiu o que a lógica recomenda para um grande jogo no Mineirão: saiu muito cedo de casa, 17h50; gastou duas horas para chegar às imediações do estádio.

Aí, bateu com a cara na fila de carros, quase parados, que esperaram o tardio estacionamento abrir.

Aberto, a fila custava a se movimentar.

Nisso, chegava a delegação do Botafogo, e sobraram para ele, também, pedras, foguetes e esbarrões no carro, dos marginais que partiram para cima do ônibus dos cariocas.

Acostumado com este tipo de situação, só lamentou que, ao voltar para casa, seria obrigado a dizer para a esposa que ela tem razão: apesar de adorar futebol e desejar muito ir ao Mineirão, com ele e com a filha, terá de continuar ausente, pois os riscos e transtornos não valem a pena.

Mas as dificuldades estavam apenas na metade: carro estacionado, ingresso na mão (é sócio-torcedor), foi para a enorme fila e enquanto aguardava a sua vez de entrar, ele e demais pessoas de bem passavam aperto com a ação de mais marginais, que chutavam portões, ameaçavam as pessoas ao mesmo tempo em que xingavam palavrões de toda ordem.

Durante o jogo, a felicidade pela exibição de gala do time o fez esquecer o tumulto vivido momentos antes.

Hora de voltar para casa, novo sufoco, com o risco pessoal aumentado pelo fato de já ser madrugada nessa Belo Horizonte, desse Brasil, cada dia mais violento.

A demora para sair do estacionamento foi inacreditável, segundo ele, que ainda teve de enfrentar um tráfego que parecia ser do horário de pico na Av. Catalão, na volta para a região central da cidade.

Chegou em casa às 2h30 da manhã.

E olhem que o Cruzeiro é um dos poucos clubes brasileiros que evoluem positivamente no relacionamento com os seus torcedores, através da diretoria de marketing, comandada pelo Marcone Barbosa.

Mas se os clubes não se unirem, todos, das séries A e B, para pressionar e negociar com federações, CBF, Rede Globo, governos municipal, estadual e federal, tudo continuará desse jeito, com tendência a piorar.


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Comentários:
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  • Martens disse:

    E tao certo que o Mano ta indo pro Inter como que a cbf esta dando este titulo de presented pro perrela nao ter votado a favour da cpi da cbf.

  • O grande entrave que prejudica e muito o futebol, é que os clubes não se tratam como parceiros levando a rivalidade além das 4 linhas, e com isso àquele que verdadeiramente “patrocina” esse esporte é o mais (se não o único) prejudicado, sem sombra de dúvida: o torcedor!

    – Até quando os dirigentes, a CBF, o STJD, a justiça, enfim, todo o poder público, serão coniventes com a situação?

    – Aos “desavisados”: Torcedor vota (mal, mas vota!).

  • Allan disse:

    Amigos,

    O tratamento de gado pelo visto não é dado somente aos torcedores mineiros.

    Passei pelo blog do torcedor do Botafogo no Globo.com, e estou envergonhado e espantado com o tratamento dado a eles no jogo de quarta conforme relatou o blogueiro Caio Araújo:

    “2) Fomos guerreiros não só pela longa viagem, mas pelo tratamento dado pela PM e principalmente pela Minas Arena. Foi absurdo o que foi feito ontem. Fomos proibidos de comprar ingressos de meia-entrada “por ter esgotado a cota”. Que cota? Quem decide essa cota? E quem garante que acabou a cota? O fato é que compramos ingressos de (absurdos) R$ 120, e ainda assim o tratamento foi ridículo. Meu ingresso só passou na quinta tentativa pelas roletas: como pode custar tão caro um espetáculo tão mal administrado? Como podem ter rejeitado os dois documentos que levei comprovando minha condição de estudante de mestrado?

    3) Sofreu quem foi de caravana e sofreu quem foi “por contra própria”. Quem foi de caravana (como eu, que cheguei às 21:30, apesar de toooooda a demora na revista na estrada) só conseguiu entrar 1h depois, já no final do 1º tempo. A PM só permitiu que uma ou duas pessoas fossem, por torcida, comprar os ingressos, que estavam a uns 10 minutos a pé de onde estávamos. Dá para imaginar a confusão e o atraso? Já quem foi sem organizada teve que entrar junto com a torcida do Cruzeiro, pois não há bilheteria nem entrada reservada aos visitantes: um prato cheio para confusões e agressões, como alguns relataram terem sofrido. Em suma: má fé + péssima organização = Novo Mineirão. Quem não tem competência para administrar uma mercearia de esquina, jamais poderia administrar um estádio que teve tanto dinheiro público envolvido. Ao menos a operação de bar e restaurante é boa e eficiente.”

    É por isso que a cada dia mais e mais torcedores estão se afastando dos estádios.
    O futebol é moderno, o tratamento é precário.

  • Olá, Chico!
    Tá melhor que na China…

  • Thales Rosa disse:

    uai mas um estacionamento moderno e ainda se gasta meia hora para conseguir sair? cada dia que passa aparecem mais erros dessa construtora que reformou o mineirão….

  • Paulo Marcio disse:

    Acho q os jogos da Copa deveriam ser transferidos para o Independência. Lá ñ existe problema. N:õo existe mais pontos cegos, o acesso é fantástico, estacionamento para todo mundo, etc. Essa tentativa de esvaziar o Mineirão tá enchendo o saco. Claro q tem muita coisa para melhorar e a Minas Arena tem q ser cobrada. Mas pq ninguem fala nada dos problemas comprovadamente existentes no Independência? Será pq o estádio é administrado pelo Atlético?

  • Rodrigo Costa disse:

    ola chico, como bom “vivan” indico a você o bar Marilton’s em santa teresa onde as sextas toca rodrigo borges e seu pai que da nome ao bar, clube da esquina da melhor qualidade com cover a 7 conto com vc diz bom demais da conta

    – Belo horizonte

  • Marcelo disse:

    Eu queria aproveitar para falar da final da Libertadores.

    Fica parecendo clubismo reclamar tanto do Mineirão só quando o Cruzeiro joga ou vence lá.

    Mas eu sou atleticano e acho que faltaram críticas na final da Libertadores.

    Muita gente pulou as catracas e parece que tudo tinha o aval lá de cima.

    Mas eu paguei cara para ter o ingresso. Tem muita coisa errada no Independência também.

  • José Luiz disse:

    Detalhe!!

    Olhem no retrovisor do carro onde a foto foi tirada…

    o “reclamante” é Policial Militar. É mole?!

    Agora só falta a BHTrans reclamar do trânsito tbm.

    #PovinRuimDeServiço

  • ANTONIO disse:

    a ultima vez que estive no mineirão foi no jogo entre cruzeiro x gremio pela final da copa brasil de 1992, não voltei mais por causa da violeñcia e dos horarios ridiculos de 22:horas a mando da rede bobo. antes desta emissora tomar posse do futebol, tinhamos horarios decentes. nas quartas era 20:00, e no domingo 16;00 e 17:00. quem não teve prazer de assistiu as partidas nos anos 70 e 80 no mineirão, perdeu.