A passionalidade do torcedor brasileiro impressiona. Pelo lado positivo e negativo.
Conheço pessoas que não se ligam em futebol sob a alegação de que é coisa de gente bipolar. Segundo os dicionários, trata-se do “… comportamento de alguém que muda de sentimentos de uma hora para outra; que também pode ser chamado de transtorno bipolar ou distúrbio bipolar. A pessoa bipolar possui transtornos de humor, com diversos estágios durante o processo…”
Recebi incontáveis e-mail de atleticanos esculhambando com o Cuca, quando o Galo andou freqüentando a zona do rebaixamento em meados do turno do Brasileiro. A maioria pedia a cabeça dele, que tinha acabado de conquistar a Libertadores da América!
Agora é a vez do Marcelo Oliveira enfrentar essa ira, mesmo com a campanha fantástica que o Cruzeiro está fazendo e estar nove pontos à frente do segundo colocado, faltando oito rodadas para o fim do campeonato. Absolutamente injustificável.
Como questionar um treinador com uma campanha dessas, mesmo tendo montado um grupo quase todo novo, em tão pouco tempo?
O trabalho dele e da diretoria na montagem desse time foi tão bom que os investimentos mais altos não ocuparam a cena principal do elenco e não fazem nenhuma falta quando não jogam. Diego Souza já foi até embora, em um negócio que envolveu o excelente William; Dagoberto tem alternado banco com departamento médico. E o Júlio Baptista, que entrou poucas vezes em campo.
A preocupação cruzeirense a essa altura deveria ser outra: reforçar o apoio ao Marcelo para que ele dê sequência à montagem de time mais competitivo ainda para a Libertadores 2014.
Ou será que algum bipolar tem dúvida que nem ela o time vai disputar?
Perdeu três jogos em quatro, e daí? O campeonato é difícil mesmo, o Cruzeiro é que foi muito acima da média na maior parte da disputa até agora. É óbvio que tem que tomar as suas precauções, ficar ligado, manter a motivação e usar com inteligência com o que o regulamento lhe faculta. Administrar essa “gordura”, saber garantir os pontos necessários, sem abrir mão do jogo ofensivo que tem encantado o país.
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