América e Boa fizeram um grande jogo em Varginha e a liderança americana da Série B está confirmando o acerto da diretoria em apostar no mineiro Moacir Júnior como treinador. Ele está aproveitando jogadores do próprio clube, alguns com quem já trabalhou ou viu jogar no interior do estado e outros de fora, buscados criteriosamente. É a simplicidade, o “feijão com arroz”, que sempre deram bons resultados em Minas, mas abandonados durante um bom tempo pelo próprio América.
Mesma fórmula adotada por Gilvan de Pinho Tavares quando assumiu a presidência do Cruzeiro, que deu certo e se reafirmou também no sábado, em Brasília, nos 3 a 1 sobre o Atlético-PR. Com time reserva, enxertado pelo goleiro Fábio, que buscava recorde de atuações com a camisa celeste, a Raposa passou fácil pelo time paranaense. Mesmo tendo que virar o jogo em duas oportunidades em nenhum momento o time foi inferior tecnicamente durante toda a partida. Justificou totalmente a efusiva comemoração do Marcelo Oliveira, que com toda a simplicidade que marcou a sua vida pessoal e profissional se afirma como um dos melhores treinadores do país, depois de superar todas as dificuldades e desconfianças de quem está buscando espaço na profissão.
Em foto do SuperFC Marcelo Moreno comemora o terceiro gol do Cruzeiro, feito por ele
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O Atlético vive um momento que possivelmente o levará também à essa opção pela simplicidade. Já começou com o retorno de Levir Culpi, que conhece bem este ambiente e que apesar de realizado financeiramente quer voltar a ser badalado como um dos técnicos de ponta do país, depois de quase 10 anos no Japão.
Levir é realista, pragmático, não filosofa, não inventa.
Tivesse sido contratado no fim do ano passado, quando Cuca deu adeus, Levir Culpi não teria deixado a diretoria atleticana fazer tantas bobagens, contratando jogadores que nada acrescentariam e deixado ir embora um Junior César, cuja lateral esquerda está órfã até hoje e tem feito tanta falta, principalmente ao ataque, ex-ponto forte do Galo.
Com Marcos Rocha machucado e sem um reserva altura, Jô morre de fome, sem cruzamentos ou jogadas que façam a bola chegar até a ele.
O fim da linha para o Atlético na Libertadores não pode ser creditado apenas às falhas individuais nos jogos contra o Nacional de Medelín. Foi o “conjunto da obra” que eliminou este time que depois da conquista do ano passado, quase um ano atrás, não inspirou confiança em nenhum momento, certamente dormindo sobre o louros da conquista, achando que novas vitórias viriam naturalmente.
No futebol, continua valendo a frase que rege a conduta do ex-jogador argentino Simeone, emergente e vitorioso técnico do Atlético de Madri: “jogo a jogo”. Cada partida é uma história; a glória de ontem já era, pois se novas vitórias não vierem, o espaço será tomado por um dos concorrentes cada dia mais e melhor preparado.
Que Levir Culpi consiga arrumar a casa durante o Brasileiro; missão nada fácil.
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