Blog do Chico Maia

Acompanhe o Chico

O estrangeiro que esqueceu passaporte, dinheiro, documentos e conseguiu recuperar tudo, até as moedas!

A propósito do post anterior, sobre o Estádio Silverdome/Pontiac/Detroit, estive lá, no dia do treino para a partida, dia 27, e no jogo, dia 28 de junho, contra a Suécia. Foi 1 a 1 e com este resultado as duas seleções avançaram na disputa.

Fiquei boquiaberto com tudo que vi desta “Arena” de verdade. Nunca tinha visto nada parecido antes, apesar de já conhecer belíssimos estádios mundo afora.

Me senti em um Palácio das Artes melhorado, muito melhorado. Todo coberto, facilidade de acesso, conforto para torcedores, imprensa, autoridades, elevadores, portas giratórias que já continham detectores de metal, dispensando a revista em cada pessoa que entrava.

Também foi lá ao lado, em Detroit, que fiquei em um dos maiores e melhores hotéis onde já me hospedei, e onde também passei um dos maiores apertos da minha vida, já que, depois do jogo, esqueci num dos restaurantes daquele gigante em forma de hospedagem, uma bolsa com passaporte, dinheiro, cartões de crédito, gravador e máquina fotográfica. Só percebi na manhã seguinte, ao me preparar para ir para o aeroporto, de onde voltaria para San Francisco, na Costa Oeste; três horas de vôo.

Fiz o registro no posto policial do hotel, descrevi como era a bolsa e o que havia lá dentro e corri para o aeroporto, na esperança de conseguir um jeito de embarcar, mesmo sem documentos. Felizmente ainda não tinha acontecido a tragédia do atentado de 11 setembro e o controle nos aeroportos não era tão rígido como agora. Informei o sobrenome que estava impresso no cartão de embarque da ida, paguei a taxa de U$ 50 pela nova emissão e embarquei tranquilamente.

Em San Francisco já estavam à minha espera os três cartões de crédito que eu havia cancelado e solicitado novos às operadoras. E, três dias depois, na manhã em que eu iria ao consulado brasileiro para solicitar novo passaporte, recebo telefonema do senhor Marvin Jonhson, capitão da polícia de Detroit. Pediu que eu descrevesse como era a bolsa e o que havia dentro dela. Fez outras perguntas e me disse que eles haviam encontrado-a, com todos os documentos, objetos e o dinheiro, inclusive os “coins”, pendurada numa cadeira do restaurante do hotel. Também perguntou se eu queria receber a bolsa no apartamento onde me encontrava hospedado, ou se eu preferia buscá-la na agência da UPS, que ficava há três quarteirões do meu endereço, o que seria mais rápido. Fui lá, peguei tudo, sem faltar nada, e sem nenhum estrago. Para um brasileiro, difícil acreditar!

A partir desse dia nunca mais usei bolsas ou pastas para carregar material de trabalho e documentos nessas coberturas esportivas. Adotei a moda do Juca Kfouri, que usava e ainda usa um colete, cheio de bolsos, aonde cabe tudo e não há risco de você esquecer em cadeiras ou mesas de lugar nenhum.

Será que se fosse no Brasil um estrangeiro conseguiria ter um final totalmente feliz em uma situação dessas?

SILVERDOME

Fachada do Silverdome Pontiac


» Comentar

Comentários:
0
  • João Antonio disse:

    Lá, eles tem cash e talvez, não sintam o prejuízo. O que preocupa, é que no Brasil, não podemos mais contar com estes prejuízos. A população já está bastante sacrificada com tantos impostos.

  • luiz disse:

    coisa de Deus!..apenas isso

  • Frederico Dantas disse:

    Talvez o Martens tenha razão.
    Essas atitudes estejam ficando cada vez mais no campo das excepcionalidades que das regras. Casos como este também ocorrem aqui, mas são raros, como estão ficando em todo o mundo.

  • Martens disse:

    Infelizmente Chico o mundo mudou,pra pior, com certeza se alguma coisa assim acontece com vc aqui na Australia hoje vc nao recebe nada de volta e ainda usam sua identidade.Falamos muito do Brasil mais o mundo mudou pra pior nao e so o Brasil, ja tive meu passaporte roubado na America tambem.