Nada como enfrentar a Alemanha para aferir se a seleção brasileira realmente merece ser campeã da Copa. O confronto de formas diferentes de jogar, a legendária disputa entre América do Sul e Europa com direito à apuração de quem está jogando melhor neste mês de ótimos jogos.
Nas quartas de final estão passando os favoritos de antes do Mundial começar. A Alemanha se impôs diante da França e o Brasil passou bem pela Colômbia. Foram confrontos continentais cuja tradição de freguesia foi mantida: os alemães sempre atropelam os franceses e brasileiros idem em relação aos colombianos, que foram muito bem nesta Copa, mas ainda longe de chegar perto do título.
O time do Felipão fez o seu melhor jogo até agora onde prevaleceu o conjunto. Nada de ficar esperando uma jogada individual do Neymar ou de qualquer outro jogador.
Menos mal, já que Neymar está fora dos jogos restantes da Copa.
A aguardada entrada do Maicon no lugar do Daniel Alves surtiu o efeito esperado. O ex-lateral do Cruzeiro não vai ao ataque loucamente como o ex-titular, e é mais firme na defesa.
Porém, a melhor mexida feita por Felipão até agora foi a inclusão do Fernandinho entre os titulares. Eficiente na marcação, nos desarmes, nos contra ataques e acima de tudo no exercício da liderança; o capitão ideal.
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Lamentável que uma dessas seleções tivesse que sair da Copa ontem no Maracanã. Mas a França fez bonito e valorizou à altura a classificação da Alemanha. E eu que pensei que os comandados do Joachim Low estivessem melhor preparados fisicamente, já que optaram pelo calor do sul da Bahia na preparação em terras brasileiras. Custaram agüentar os últimos 15 minutos, mais os quatro extras.
Na última oportunidade da França Benzema chegou na cara de Neuer, porém, enviesado, pela esquerda. Lembrei-me de Nunes diante do João Leite, na final do Brasileiro de 1980, também no Maracanã. Só que ao contrário do ótimo João, e da maioria absoluta dos goleiros do mundo, o alemão não caiu para um dos cantos. Friamente aguardou o chute e espalmou a bola para fora.
Vitória garantida e passaporte assegurado para enfrentar o Brasil.
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Na entrevista após o jogo o zagueiro Thiago Silva usou as palavras e frases feitas, muito possivelmente recomendadas pela psicóloga e a meia dúzia de jornalistas chamados pelo Felipão para acudi-lo nos momentos de desespero depois da partida contra o Chile. Confirmou que escalá-lo como “capitão” foi um erro. Suspenso, não jogará a semifinal, momento ideal para David Luiz ou Fernandinho assumir o posto.
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A camisa pesou no jogo. Começou no sorteio da Fifa que deu ao Brasil a condição de usar a amarela. Além de tomar 1 a 0 logo aos sete minutos a Colômbia só conseguiu se encontrar em campo depois dos 30, quando a seleção brasileira já era senhora de si no espetáculo. O gol do Thiago Silva foi típico de nervosismo dos colombianos. A cobrança perfeita da falta, pelo David Luiz sacramentou a vitória e deu moral à essa dupla de zaga, muito questionada a partir do começo da Copa.
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