Prazer danado ler no Diário do Comércio de São Paulo uma ótima reportagem sobre o sucesso das cervejas artesanais brasileiras, onde Minas Gerais se destaca. E entre as de maior sucesso no país está a Falke Bier, com um detalhe importantíssimo: o Marco Antônio Falcone, amigo de longa data e fundador dela, é apontado como um dos cinco empreendedores responsáveis pelo crescimento deste setor no Brasil.
E com um calorão desses, hein!!?
Confira:
* “Quem são os empreendedores por trás do ‘boom’ das microcervejarias”
Um estudo da Mintel Group revela que, em apenas três anos, o efervescente negócio da produção de cervejas diferenciadas cresceu 36%
O que um representante de indústria de medidores de energia elétrica, um especialista em prótese dentária, um empresário do setor de eventos, um engenheiro de alimentos e uma jovem formada em hotelaria podem ter em comum?
A princípio, nada, considerando que essas profissões são completamente distintas. Porém, os cinco decidiram entrar em um mercado no qual, até pouco tempo atrás, mesmo os melhores especialistas do mundo consideravam que só as grandes companhias tinham condições de sobreviver.
O negócio em questão é o de cervejarias, que movimenta R$ 55 bilhões anuais, dominado no Brasil pela AmBev (Brahma, Antarctica e Skol), com uma participação que ultrapassa os 70%.
Os cinco microempreendedores e dezenas de outros espalhados pelo país não têm interesse, nem bala, para competir com a gigante das cervejarias e nem produzir em igual escala a bebida que abarrotam supermercados, bares e restaurantes, que costumamos chamar de cerveja pilsen.
O que eles querem é disputar um nicho de mercado em que os grandes fabricantes quase não atuam: a produção das cervejas especiais, artesanais, naturais, exóticas, na modalidade premium.
São bebidas que, além do malte, água, lúpulo e fermento, podem conter na receita produtos como café, mandioca, castanha do Pará, uva, chocolate amargo, coentro e até rapadura. Por isso, o mercado de cerveja artesanal no Brasil é considerado o mais inovador do mundo, de acordo com Jonny Forsyth, analista de bebidas da Mintel.
Há pouco mais de dez anos, o então representante de uma indústria de medidores de energia foi enviado para Hannover, na Alemanha, para participar da maior feira industrial do mundo. Ao degustar a cerveja local constatou que ela tinha o sabor parecido ao daquela que ele fazia em casa nos anos 80, apenas para consumo da família. “Bem, começou aí uma história de pesquisa, aprendizado, aperfeiçoamento, que culminou com a minha decisão de montar a Falke Bier”, diz o empreendedor Marco Falcone, dono da marca.
Fundada em 2004, a Falke Bier, instalada em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi uma das pioneiras a testar o paladar dos clientes com tipos diferentes de cerveja. A microcervejaria produz hoje nove estilos de cervejas, o que dá uma média de 10 mil litros por mês. Uma delas, a Monasterium, custa cerca de R$ 80 a garrafa para o consumidor e, por isso, é comercializada nos chamados restaurantes gourmets, até porque a produção está limitada a mil garrafas mensais.
Além da paixão pela cerveja, Falcone foi inspirado por movimentos que ocorriam na Europa, The Craft Beer Renaissance (o renascimento da cerveja artesanal) e, nos Estados Unidos, o The Microbrewery Revolution (a revolução das microcervejarias). “Acreditando que algo parecido poderia acontecer no Brasil, eu e meus irmãos chutamos o balde, isto é, largamos o que fazíamos e entramos no negócio”, afirma. Deu certo.
O Brasil produz cerca de 13,5 bilhões de litros de cerveja por ano, com previsão de chegar a 16,6 bilhões de litros em 2019. O mercado das microcervejarias representa algo próximo de 0,5%, o que se traduz por cerca de 65 milhões de litros. Porém, há quem estime que essa participação seria da ordem de 1% ou até maior, de 5%.
Marco Falcone mudou radicalmente a carreira para fundar a Falke Bier
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