A serviço de SP
A Rede Globo transmitiu ontem Estudiantes e Cruzeiro para os estados de Minas Gerais e São Paulo. Mandou Corinthians e Fluminense para o resto do país. Um jogo de final da Libertadores da América, envolvendo um grande clube nacional tem menor importância que uma partida pela 9a rodada do campeonato brasileiro, na visão da programação da emissora. Não é nem questão comercial, já que ela detém os direitos exclusivos transmissão. Além do mais, a maior praça comercial do país, que é São Paulo, não poderia receber as imagens do jogo pelo brasileiro, já que isso consta no acordo entre a própria Globo e o Clube dos 13. A história é antiga e mostra o quanto é difícil a luta dos clubes fora do eixo Rio/SP para conquistar patrocínios em suas camisas. São tratados como subprodutos pela maior emissora do país, que joga todas as suas fichas, em primeiro lugar nos paulistas, depois nos cariocas, da segunda praça comercial.
Claro que a Globo é uma instituição privada que visa lucro mas, além de não mostrar a final da Libertadores para a maior parte do país, não permite que outras redes transmitam. Na maioria dos países há leis que regulam situações como essa, que não permitem que haja este monopólio da informação.
Medo
No Brasil já houve tentativas de estabelecer leis para acabar com essa ditadura econômica global, especialmente quando se refere a assuntos de interesse nacional. Mas os políticos que criaram os projetos foram bombardeados e derrotados nas votações pela maioria dos colegas que tinham e têm medo da reação da Globo. Na Europa ela tentou isso, mas não conseguiu.
Barrado
Quando criou a Telemontecarlo, no principado de Mônaco, Roberto Marinho sonhava implantar seu império na Europa, usando a Rede Globo, das melhores do mundo, para enfrentar a concorrência de lá. Esbarrou logo de cara nos interesses de Silvio Berlusconi, dono da poderosa RAI, e do Milan, atual Primeiro Ministro italiano, que o pôs para correr, só piedade.
Intocável
Fora SP e Rio os estados são usados apenas como fontes de arrecadação auxiliar da Globo, que mantém alguns espaços regionais na programação para captar anúncios especialmente dos governos estaduais e prefeituras. Outra exceção é a RBS, tv parceira dela no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Tem postura mais independente, por não ser uma mera repetidora.
Alô África!
Comerciante morto quando saía do trabalho em plena rua Araguari, quase no Centro de Belo Horizonte; estudante de 13 anos morta por bala “perdida” na porta da sua própria escola; crime sem castigo e sem culpado, depois de julgamento em Ouro Preto. Até parece que estamos na África do Sul. Estamos perto!
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