Dr. Lásaro Cândido da Cunha o “Capitão” jurídico do Atlético ao lado do Capitão Leonardo Silva. Mas a coluna não fala dessa dupla e sim de Atlético e Cruzeiro.
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* Um leitor pediu que eu manifestasse a minha opinião sobre quem está certo ou errado na disputa extra-campo do momento entre Cruzeiro e Atlético: o jogo da volta no sábado ou no domingo. Qualquer “veredicto” que eu desse desagradaria um e agradaria o outro, desde que eu dissesse que o time do torcedor em questão está certo. Na verdade a minha opinião e a de qualquer outro companheiro de imprensa não tem a menor importância neste caso por um motivo simples: não existe razão quando se trata de uma disputa entre estes dois clubes. Que ninguém espere bom senso de qualquer dirigente deles quando estão disputando qualquer coisa que possa representar um milímetro sequer de vantagem para a sua camisa.
Sempre foi assim desde que se tornaram os maiores rivais do estado. Dão um jeito de não cumprir nem acordos escritos, quanto mais de boca. Há um histórico de mágoa dos dois lados e espírito de revanche e beligerância permanentes. Um sempre se lembrará da furada de olho que o outro deu e terá “motivos concretos” para ir à forra.
Até lado do banco
É ingresso, mando de campo, local ou dia do jogo, arbitragem “comprada”, aliciamento de jogador da base, traição no Clube dos 13, traição no acordo com a TV e por aí vai. Até o lado do banco de reservas foi motivo de “guerra” que durou décadas. E não pensem que esse engalfinhamento é só pelo futebol profissional. Começa entre os “olheiros” que garimpam potenciais craques para testes nas escolinhas e demais categorias da base.
Forças que se equivalem
Ambos são fortíssimos e cada um usa as armas que tem. No frigir dos ovos sobra para algum bode expiatório, o que tiver a voz mais fraca. Que não tiver milhões de torcedores para serem usados como instrumento de pressão ou barganha: o comando da arbitragem, o árbitro ou o bandeirinha, a FMF, CBF, Tribunal e por aí vai. Na atual briga sobrou até para a Globo, mas quem no Brasil pode com ela?
Bola devolvida
A bola voltou para a FMF e Cruzeiro fez tudo que ela queria: apelou ao Tribunal, que deu razão a ela e à Globo. E o Cruzeiro não vai recorrer ao STJD, para não perder tempo e se concentrar no jogo porque precisa arrumar o time. Não me esqueço do ensinamento do Ricardo Raso, brilhante engenheiro e um dos melhores presidentes que a “saudosa” ADEMG já teve: “Quando Atlético e Cruzeiro querem, tudo acontece no futebol mineiro; quando um não quer, nada acontece!”.
Quem agüenta?
Os dois lados têm argumentos fortes e advogados brilhantes. Atenção à frase pronunciada ontem pelo Dr.Lásaro Cândido da Cunha, que vem operando “milagres” a favor do Atlético, desde que aceitou o cargo de diretor jurídico, a convite do Alexandre Kalil em 2009: “Não é que o Atlético não queira jogar no sábado. A Globo já tinha marcado para domingo. O jogo poderia ser alterado, mas o Atlético está no México (onde joga com o Atlas, nesta quarta-feira), são 12 horas de viagem. Eu vou concordar com uma coisa prejudicial ao Atlético? Não tem razão nenhuma. Aliás, se o Cruzeiro entende que o regulamento diz descanso de 60 horas e está sendo descumprido, o que está descumprindo é o jogo de terça-feira, não o de domingo. Portanto, o cumprimento do regulamento da FMF é integral e está sendo cumprido”, frisou.
Quem agüenta um advogado competente? Faz lembrar os anos Perrella, quando o Cruzeiro levava vantagem em tudo. Chegou-se ao absurdo de Zezé Perrella representar o então presidente do Atlético, Paulo Curi, em nome de muita “amizade” em reuniões da CBF e Clube dos 13. Só dava Cruzeiro, dentro e fora de campo.
* Estas e outras notas estarão em minhas colunas de amanhã nos jornais O Tempo e Super Notícia
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