Raul Otávio da Silva Pereira disse:

Aparentemente, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mas o que vou relembrar talvez possa explicar alguns fatos em relação à essa notícia do Bernardo. Talvez possa até ficar mais fácil entender (entender, e não aceitar) a irresistível atração do Vasco pela bandidagem, pelos recursos escusos no submundo do futebol.
Agatirno da Silva Gomes, presidente na década de 70 e parte de 80.
Eurico Soares Calçada, final da década de 80 até sei lá, final dos 90.
E depois deles, esse cidadão chamado Eurico Miranda (com o breve e desafortunado – infelizmente – mandato do Roberto Dinamite).
Todos eles, sem exceção, patrocinadores de medidas de exceção que favoreceram, favoreciam, favorecem e tentarão sempre favorecer o Vasco.
Alguém poderá dizer que um presidente torcedor tem que ser assim mesmo (e eu concordo), mas o que não concordo é com os métodos dessas pessoas.
Compraram e venderam resultados, achacaram, pressionaram, intimidaram, ameaçaram – e continuam fazendo isso. Tudo em nome do Vasco.
Passaram por cima de regras e regulamentos; interpretaram o que lhes era favorável da forma mais conveniente. Não vou cometer a leviandade de dizer que roubaram e mataram pelo Vasco, mas não me assustaria se algum dia algo desse tipo vier a tona. Como querem agora que um jogador seja “santinho” ???
Como cruzeirense, não me esquecerei jamais de duas situações:
– O campeonato brasileiro de 1974 que foi roubado de nós, na cara dura, pelo sr. Armando Marques. Alguém duvida que o Agatirno participou disso de alguma forma ?
(Ainda tem o episódio mal explicado, aquele em que o Felício Brandi teria “vendido” o mando de campo que era do Cruzeiro, no Mineirão, para o Maracanã. Ninguém nunca esclareceu isso direito. Quando saberemos ?).
– A Copa João Havelange, salvo engano em 2000 (era o Brasileiro da época), em que o Vasco catimbou, catimbou, conseguiu mudar a data dos jogos e conseguiu um efeito suspensivo para o Edmundo. No final, Vasco campeão.
Desses dois episódios, pelo menos em 1974 (eu vi, ninguém me contou) o título era do Cruzeiro, mole. Talvez em 2000 também fosse (se o Cruzeiro passasse pelo Vasco, ainda teria o São Caetano pela frente).
Relembrados esses fatos, não me admira ver a situação desse jogador Bernardo. Talvez se possa explicar pela irresistível atração que pessoas “do mal” têm entre si.
Concluindo, gostaria de finalizar dizendo que nossa rivalidade aqui em Minas (Cruzeiro x Atlético), em que pese alguns exageros e abusos de ambas as partes, certamente não guardam nem uma parcela pequena da rivalidade entre Cruzeiro x Vasco, e por motivos muito similares aos que citei, entre Atlético x Flamengo.
Portanto, que ambos – Vasco e Flamengo – ardam no fogo do inferno. Série B (que infelizmente o Flamengo nunca visitou) é pouco para esses clubes.
E vamos tocando nossa vida aqui, mineiramente – nos xingando mutuamente “marias”, “lurdinhas”, “cachorrada”, e por aí afora. Sabemos conviver bem com isso, e é isso que nos faz (Cruzeiro e Atlético) grandes e respeitados no Brasil inteiro.
Bola prá frente. Vamos ganhar esse Brasileiro e a Copa do Brasil de novo ! (De preferência o Cruzeiro, claro !!!)