Blog do Chico Maia

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Fanatismo, humildade, arrogância, presunção, dúvidas e até futebol. Lições da conquista do River Plate

O jornalista paulista Júlio Gomes twittou:  ‏@juliogomesfilho 

“Duas lições. Nunca dar vida a time grande. E nunca considerar que haja algo na cabeça de torcedores fanáticos”.

RIVER

Pois é!

Todo fanatismo é condenável. Quando um sujeito bate no peito e diz que é “fanático” por algum time ou alguma causa, prefiro distância da figura, que seguramente é uma bomba ambulante, de atos e palavras. A esta altura os “fanáticos” do Boca Juniors, que aprontaram aquela idiotice no jogo da volta na Bombonera devem estar sendo lembrados por todos na Argentina. Tiraram o time que jogava o melhor futebol da Libertadores até então, que decidia a vaga contra o maior rival, que fazia péssima campanha, quase eliminado na fase de grupos.

Aqui, grande parte dos nossos amigos da imprensa, e muitos cruzeirenses, comemoraram, dizendo que contra o Boca seria muito difícil, mas contra o River, “barbada”.

Depois do primeiro jogo, lá, também cheguei a pensar isso. No Mineirão seria “presa fácil”.

river_12

Aí está o River campeão!

Um colega argentino twittou: “IMPARABLE. Gallardo ganó los tres títulos que jugó. – Sudamericana – Recopa – Libertadores”.

GALLARDO

Correto, mas isso merece mais reflexão. O River quase foi eliminado na primeira fase, depois de um empate contra este mesmo mexicano Tigres, e em momento algum jogou um futebol diferente, de encantar a qualquer um. Será que a principal virtude do Gallardo como treinador é a mesma do Felipão, por exemplo? Saber motivar o grupo?

RIV

Porém, o ex-lateral

Juan Pablo Sorin prestou uma homenagem a um ex-craque do próprio River, que se tornou diretor lá em 2013, o uruguaio Enzo Franchescolli: “Fue único, mostro como jugador, fue un gran capitán y líder. Como director deportivo acertó en todo : Enzo Felicitaciones !!!”

DUP

Franchescolli, já ex-jogador do River e Gallardo, iniciando na época como nova estrela do River

Pode ser que o trabalho conjunto do diretor e do treinador tenha sido este diferencial para chegar a essa conquista, na motivação e montagem do grupo de jogadores.

Só vendo de perto pra saber.

O colega mineiro Henrique André lembrou bem:

“Estádio na Argentina: papel picado, sinalizador, foguete, bandeira, faixa…”

mineirao

Aqui essa palhaçada toda de proibir tudo. Até os mascotes estão limitados.

E a velha arrogância verde e amarela não tem fim. No dia 17/06/2014 o site da Fox Sports publicou:

* “Diretor confirma e River Plate entra na briga por Lugano”

Abaixo da notícia que falava na possibilidade do zagueiro uruguaio ir para lá, um torcedor do São Paulo comentou:

“… é o cumulo perder um reforço para o falido River. Se bem que, vindo de uma diretoria herdeira dos principios de JJ, tudo é possivel. Ja vi que ainda vamos sofrer muito com Antonio Carlos e Rodrigo Caio.”

Tempo

Pois é! Aí sou obrigado a recorrer à paródia que fiz um dia para sacanear o Flávio Carvalho no saudoso “Minas Esporte” da Band: “Toda arrogância será castigada”, da original “Toda nudez será castigada”, do sempre atual Nelson Rodrigues.

FESTA

Títulos da Libertadores (por país):

24 – Argentina

17 – Brasil

8 – Uruguai

3 – Paraguai

2 – Colômbia

1 – Chile e Equador


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Comentários:
26
  • Marcão de Varginha disse:

    Afirmando que o River Plate era (sic) “barbada” é uma clara demonstração de arrogância, vaidade, egocentrismo, “características” mais que tradicionais ao lado azul. Mesmo com decepções seguidas, ainda assim subestimam quaisquer adversários, e nunca aprendem!
    – Parabéns aos hermanos do CLUBE ATLÉTICO River Plate!

  • ita disse:

    Sem querer crucificar ninguem, mas nada me tira que o Galo perdeu esse título na atravessada do Marcos Rocha no comeco do jogo contra o Inter. Situação que já vinha avisando que era recorrente o jogador fazer, volta e meia tentava esse passe na frente da lnha da zaga e errava, propiciando um contraataque na cara do gol e vivia discutindo com vários atleticanos que nao aceitam críticas aos ídolos.

    Vida que segue.

  • Pedro Ernesto disse:

    Chico, mudando o rumo da prosa, me preocupa muito a nova formação do Galo. O Pratto não é centroavante, mas joga bastante enfiado e sempre no último toque. O time vai entrar sem o finalizador e os jogadores do meio, nenhum faz esta função. Infelizmente, hoje, o Galo não tem centroavante nem para reserva.

    • ita disse:

      Guilherme é um excelente finalizador e pode inverter posicao durante o jogo pra ajudar na armacao. Nao é ideal mas está longe de ser péssimo. A chave aqui é a real motivação do jogador.

  • Raws. disse:

    Em tempo, o Galo nasceu como um córrego e se tornou um grande rio, porém pelas más administrações e inimigos ocultos, se não fosse o rebaixamento e os 6×1, demoraria muito tempo para produzir a Pororoca.

  • kleber bsb disse:

    esse tal de salci gosta de aparecer. nunca vi uma coisa dessas. só que o timeco dele é principal cliente. é duro

  • Raws disse:

    Por causa de meu saudoso pai, aprendi a gostar do também saudoso, “Noite ilustrada”. De seus sambas, o mais filosofico é o que expressa a frase, “levanta sacode a poeira e dá a volta por cima”. Nessa introdução, quero lembrar como, Corinthians, Galo e River usaram dessa máxima que todos deveriam usar. Os três foram rebaixados e fizeram desse limão, uma verdadeira limonada. Parece que o Vasco não aprendeu.

  • Marcos disse:

    River Plate voltando à rotina de glórias.
    E pensar que há três anos atrás esse time disputava a segundona em seu paía.

  • Fabio Fernandes disse:

    Olá, Chico! Brasil é o país mais hipócrita, conveniente que existe.

  • Márcio Luiz disse:

    Quero saber é do Galo. Lucas Pratto vetado; edema na coxa.
    Como no Atlético jogador que vai para o DM não sai antes de 1 mês, no mínimo, podemos preparar o coração.

  • Ademilson disse:

    Título merecido, mas até os 30 minutos do primeiro tempo o Tigres teve inúmeras chances de não só abrir o marcador mas como ampliar, não fez, tomou. Os argentinos tem esse marca na libertadores, não perdoam quando tem chances, no segundo tempo só deu River, Tigres se perdeu em campo, assim como seu treinador que ficou escondido no bando com medo do barulhento Monumental! E outra coisa, como sabem jogar este tipo de torneio, batem na hora certa e como batem, catimbam e tudo mais. Parabéns River.

  • Julio Avila (mariana) disse:

    Gostaria de ouvir agora que o River é um time horroroso,fraco etc!
    o time joga junto a 3 anos e tem otimos jogadores,inclusive de seleçao!
    pra parar o cruzerao só mesmo o campeao!

    • André Corrêa disse:

      O River se reforçou muito antes da semifinal, quando o regulamento permitiu novas inscrições. O time campeão não é o mesmo que escorraçou o Cruzeiro.

  • DUDU GALOMAIO BH disse:

    O que terá acontecido com o thales rosa, a B.H. do blog?
    Nossas preces foram ouvidas??? rsrs…
    Assim seja!

  • DUDU GALOMAIO BH disse:

    Coisas bem claras:

    Argentinos sabem decidir mata-matas como ninguém.
    Mexicanos são sempre times fortes, mas não conseguem disputar a Libertadores com a mesma gana e raça dos sulamericanos.
    Cruzeiro tem muita dificuldade quando enfrenta um argentino em mata-mata, nos últimos anos: (Boca, Velez-sulamericana, Estudiantes, San Lorenzo e River).

  • dan disse:

    Qual o problema da PMMG?

    Papel picado, bandeirões, sinalizadores, cerveja no estádio só tornam o espetáculo mais bonito e mais atrativo pro torcedor.

    O Governador aprovou a lei da bebida no estádio hoje, mas vetou o artigo 5º : “Art. 5º – Na cessão do espaço da esplanada do Mineirão, será dada preferência aos feirantes que trabalhavam no local em junho de 2010.”

    A esplanada é terreno morto no estádio em dias de jogos. Custou uma fortuna e só serve de acesso. Mataram um espaço de convivência, um patrimônio cultural, que eram as tradicionais barraquinhas.

    É muito triste perceber o legado do Novo Mineirão.

  • Pedro Ernesto disse:

    No início do ano tinha muita gente por aqui falando em Tríplice Canoa… Furada.
    Acho estranho esse negócio de um clube da América do Norte disputar a Libertadores.
    O River foi merecedor.

  • Paulo Cesar disse:

    Chico, desfecho relativamente “normal” e explico as aspas: a Libertadores, é, e sempre falei isto aqui no blog, que frequento desde o início,o torneio mais traiçoeiro que existe.

    Nela, os campeões antecipados são batidos, os que disputam com vantagem o segundo jogo são superados e, invariávelmente a vontade de ganhar e a raça superam a técnica (talvez por isto, os argentinos sejam verdadeiros soberanos no torneio).

    Libertadores ganha-se com um time de razoável para bom, no mínimo, mas mandatoriamente, com um grupo com sangue “nos zóio”. É o torneio onde a inteligência (e a malandragem também) superam muitas vezes o espetáculo. E talvez o charme do torneio resida exatamente aí.

  • Stefano Venuto disse:

    Os invejosos vão dizer que essa foi a Libertadores mais fácil da história. Libertadores sempre foi mais emoção, suor e dedicação do que bom futebol. O River foi o time mais aplicado. Agora eu fico pensando como deve estar se sentindo aquele torcedor do Boca que jogou o gás de pimenta nos jogadores do River.
    Só uma observação a confederação sul americana é bem frouxa com as torcidas de fora, porque me lembro bem da exigências na final do Galo no Mineirão, não podia bandeira, fogos…

    • Alisson Sol disse:

      Libertadores sempre foi mais emoção, suor e dedicação do que bom futebol“.

      Mas o técnico é que vence ou perde a Libertadores, por bem ou por mal. O Autuori conseguiu isto com o Cruzeiro e com o São Paulo, não por coincidência. Faz os experimentos corretos na primeira fase, e depois que o time “excaixa”, joga pelo resultado. O Cruzeiro perdeu a Libertadores em 2009 porque o Adilson foi mexer no time na final, na defesa! E o Marcelo Oliveira parece incorrigível: não sabe armar um time para jogar por um certo resultado, contra outro time específico. É sempre o mesmo esquema tático, achando que os jogadores “vão resolver”. Deste jeito, nem Real Madrid, Barcelona ou Bayer vencem copas, com jogadores muito melhores. A Argentina está dando um banho de formação de técnicos no Brasil.

  • Pedro Vítor disse:

    Muito bacana a festa da torcida do River.

    Ate então tinha comentado, que o Boca primeiro geral da fase de grupos, pegou o adversário mais indigesto, pois em um clássico, as forças acabam se equilibrando, por toda rivalidade que envolve, ainda mais numa competição como a Libertadores, o principal torneio do continente.

    Houve aqueles fatos lamentáveis, que colocaram o River Plate nas quartas, contra o Cruzeiro, que não ameaçava pelo momento de reformulação. Na semifinal o River enfim pegou uma pedreira, mas como muita dedicação tática, passou com confiança.

    A final venceu na força de sua torcida, no preparo emocional em segurar o jogo no México, e na competência de aproveitar bem suas chances!

    Há duas semanas atrás, recebi em minha casa, um amigo brasileiro que mora em Buenos Aires, junto com seu colega, Gaston Savreda, torcedor do River Plate, ele escalou o time do Galo Campeão da Libertadores, com um aproveitamento de 89% de acerto, no quadro da parede da sala. Chegou a ficar na duvida quando lhe ofereci a camisa 13, do centenário do Galo, em troca de uma do River Plate e disse: “eu sou Galo no Brasil”

    Ao Tigres, faltou controlar o jogo, paciência pra chegar ao gol, tanto no México quanto na Argentina, fez uma bela campanha, classificou o River Plate com o time reserva numa vitória inacreditável no Peru por 5 a 4. Trouxe reforços importantes que ajudariam nesta inédita conquista!

    E fiquei pensando naquele gol do Marcos Rocha deu para o Internacional no Independência, acho que se não fosse aquele erro, o Atlético estaria hoje comemorando mais uma Libertadores, pois o time do Levir é tão bem armado quanto River e Tigres!

  • Gilberto Assunção disse:

    Este placar de 3 x 0 é emblemático para o River. Sempre que precisou, ganhou de 3, deixando uma nódoa por aqui.
    Realmente, uma festa bonita da torcida do River, com todos os ingredientes de uma final. Por aqui, as finais estão parecendo “velório”, de tantas proibições.
    O River só jogou desfalcado do Ariel Cabral.
    Chico, vi muitos gols da última rodada da Segundona do Mineiro e tem muito jogador bom escondido. Cadê os famosos olheiros?