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Oficiais de Justiça recorreram à polícia para encontrar os dirigentes depois de Tricordiano x Cruzeiro

Arena do Jacaré e demais estádios vazios e muitas despesas vão acabando com os clubes do interior

* Na coluna anterior informei que no início do segundo tempo de Tricordiano 0 x 1 Cruzeiro, duas oficiais de justiça se apresentaram nas bilheterias da Arena do Jacaré, visando bloquear o dinheiro da renda, em função de determinação judicial para quitar dívidas trabalhistas de oito ações de ex-jogadores do clube e fornecedores do mandante, Tricordiano. As oficiais chegaram tarde nas bilheterias, quando alguém do clube já tinha ido embora com o dinheiro, porém elas acionaram a Polícia Militar que encontrou o representante do clube ainda em Sete Lagoas. Ele assinou termo de responsabilidade como fiel depositário, garantindo assim a determinação judicial.

Oficial de Justiça em jogos na Arena do Jacaré e demais estádios do interior não é novidade. Os dirigentes do Tricordiano também são acostumados com isso e assim eles tentaram evitar que a grana fosse confiscada em Sete Lagoas. Por essas e outras é que o público pagante e a renda não foram divulgados durante ou depois do jogo. Só depois veio a informação, através da FMF, de que 3.464 torcedores pagaram ingresso.

A situação do Tricordiano é a realidade da maioria absoluta dos clubes do interior. Na primeira divisão mineira apenas a Caldense tem estrutura própria, altamente profissional, e contas em dia. Os demais terceirizam seu futebol para empresários, agentes Fifa ou vivem à base de sobressaltos, devendo muito, instáveis tecnicamente e com a sobrevivência ameaçada.

Enquanto não houver uma revisão geral em nosso futebol a situação tende só a piorar. As despesas são altíssimas, os clubes do interior têm ínfimas fontes de arrecadação e não se mobilizam entre eles para que a situação seja ao menos discutida. Em 2001 a CBF, presidida por Ricardo Teixeira, chamou a Fundação Getúlio Vargas, que promoveu seminários em todos os estados e chegou a conclusões importantes.

Dessa parceria CBF/FGV nasceu o Brasileiro por pontos corridos, as Séries A e B com o mesmo número de participantes, o rebaixamento e acesso de quatro clubes por série e o fim das ações judiciais que periodicamente paralisavam as competições. O nível técnico melhorou e a média de público nos estádios também. Foi um legado positivo do Ricardo Teixeira.

Espero algo parecido da Federação Mineira de Futebol e essa era a minha esperança e crença no Castellar Neto quando foi lançado candidato à presidência. Se a CBF promoveu uma mudança positiva nacional, a FMF pode e deve se mexer nessa Minas gigante territorial, um país à parte, visando regionalizar nosso campeonato, baratear os custos das competições profissionais e de base e mudar para melhor.

* Estas e outras notas estarão em minhas colunas nos jornais O Tempo e Super Notícia, amanhã, nas bancas!


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Comentários:
3
  • Jorge Moreira disse:

    Que maré hem até os adverssarios deste time aquele do benecy lembram-se tem confussão
    que coisa

  • Alisson Sol disse:

    Enquanto os clubes minguam, as federações e seus dirigentes vão bem, as confederações tem sedes lindas e dirigentes viajando o mundo, e a FIFA tem tanto dinheiro que está “diversificando”, e entrando no mercado de imóveis para aluguel (link).

    Nada que uma boa investigação do FBI não possa rastrear…

  • Tondo ( Mineiro ) disse:

    Uma vez vi uma formula em que os times do interior disputavam entre eles como uma classificatoria pra copa, acho que foi vc que postou esta ideia que e muito boa, tenta passar pra eles, quem sabe da certo.