Emerson de Almeida Ferreira (centro) e os bandeiras Guilherme Dias Camilo (esquerda) e Marcus Vinícius Gomes. Foto: Bruno Cantini/Atlético
É aquela história: na hora é difícil para o apitador decidir, mas depois, pela TV os erros aparecem. Pelos reprises deu pra ver a agressão do Ariel Cabral foi bem na cara do apitador, bandeira e quarto árbitro, mas eles pipocaram ao invés de expulsar o volante do Cruzeiro.
O Henrique André, do Hoje em Dia, entrevistou o árbitro sobre estes lances polêmicos. As alegações dele:
* “… Não expulsão de Ariel Cabral…
“O Ariel subiu para cabecear. Quando o jogador sobe e cai (com o pé no adversário), o árbitro vê se houve intenção ou não. Fiquei tranquilo porque os dois (Hyuri e Ariel) se entenderam e falaram que a disputa foi normal. Ambos me falaram que não estavam ali para me atrapalhar”.
Pensou em dar o segundo cartão ao Allano?
“Não tive nem dúvida do lance. Falta no meio do campo, que não matou contra ataque. Foi num disputa de bola. Achei o contato físico normal e não pensei em dar o cartão”.
Acordou com medo de ser punido pela Federação?
“Sinceramente, não passou pela minha cabeça ser punido. Tivemos a compreensão e entendimento de todos, que o clássico é um jogo muito difícil e que é preciso um controle diferente que temos em outros jogos. O presidente da Comissão estava no mesmo plano que nós e viu tudo. Sentamos e analisamos juntos. Não temo geladeira. Venho fazendo um campeonato consistente e de forma regular. Porém, se for do entendimento deles que eu fique um pouco de fora, vou compreender”.”
* * *
O Atlético protestou formalmente contra o trio de arbitragem e o chefe do departamento, Giuliano Bozzano, concordou, mas com ressalvas:
* “Presidente da Comissão de Arbitragem da FMF diz que trio errou em ‘lances de TV’”
O presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), Giuliano Bozzano, se pronunciou nesta segunda-feira sobre a atuação do trio de árbitros no clássico entre Atlético e Cruzeiro que terminou com a vitória celeste por 1 a 0, no Independência. Em entrevista à Itatiaia, ele confirmou o recebimento do protesto do clube alvinegro e deu razão às reclamações da diretoria atleticana, mas destacou que os erros foram cometidos nos chamados ‘lances de TV’.
Nesta segunda-feira, o Atlético encaminhou uma reclamação à FMF apontando as falhas de Emerson de Almeida Ferreira, que não teria expulsado dois jogadores do Cruzeiro e não assinalado um pênalti em Lucas Pratto. O clube também incluiu no protesto os auxiliares Guilherme Dias Camilo e Marcus Vinícius Gomes.
“Recebemos o ofício do Atlético. A Comissão analisou o jogo inteiro. Eu estava presente na partida ao lado campo e não tinha notado nenhum equívoco da equipe de arbitragem, somente alguns detalhes mínimos. Com a tecnologia, com as câmeras, foram detectadas algumas situações decisivas que os árbitros acabaram não percebendo durante a partida. A gente chama isso de lances de TV”, destacou Giuliano Bozzano.
“A Comissão de Arbitragem dá razão ao Atlético, mas, claro, reiterando que são lances de televisão. Como falei, eu estava vendo o jogo ao lado do campo e não percebi nada daquilo. Quando faço uma análise dos erros de arbitragem, noto a posição deles, se estavam bem posicionados e se poderiam tomar uma decisão diversa. E alguns dos lances só foram flagrados pela câmera de TV. Isso tem que ser levado em consideração”, acrescentou.
Por conta dos erros, Giuliano Bozzano ressaltou a importância do árbitro de vídeo, que deverá ser implantado pela CBF nos jogos do Campeonato Brasileiro deste ano. “Por isso os assessores de vídeo estão vindo para exatamente corrigir esses tipos de situações, de pênalti e expulsões não vistos. Isso foi detectado pelas câmeras”, observou.
Apesar de admitir as falhas do árbitro e dos auxiliares, principalmente no lance do pênalti, o presidente da Comissão de Arbitragem da FMF defendeu o trio das acusações do Atlético que considerou a atuação como ‘desastrosa’. “Passa longe de ser uma arbitragem catastrófica, apesar de ter um lance penal que poderia mudar o jogo”, minimizou Bozzano, frisando que uma atitude será tomada.
“Lógico que os equívocos ocorreram e a Comissão vai ter que tomar uma posição. Mas isso (erros só flagrados pela TV) também tem que ser relevado”, finalizou.
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