Que as horas do Diego Aguirre estão contadas ninguém tem dúvida. Resta saber quem será o substituto. Não é mal treinador, mas ainda é um aprendiz. Orienta treinos da melhor qualidade mas se perde nas escalações e principalmente substituições. Insistir com um Patric improvisado, quando se tem um Clayton à disposição; testar numa partida como a de ontem um jogador como este Carlos Eduardo, que acabou de chegar . . . Chega!
Depois de seis meses de trabalho e três competições perdidas fica a pergunta: qual é o time do Diego Aguirre? Ou: qual é a cara do time do Atlético? Ou outra: quem é o substituto natural de cada titular? O futebol é esporte coletivo, precisa de entrosamento e com tantas mudanças como criar essa harmonia?
Os maiores treinadores brasileiros e do mundo, na história, diziam e dizem que futebol é “repetição” de treinos, jogadas e times, porque só assim se cria conjunto e regularidade. Ou seja, Aguirre está na contramão e certamente depois de apanhar bastante, como no momento, concluirá que precisa mudar. E dirá, como disse quando saiu do Internacional: “sou muito grato a este clube que me deu a oportunidade de dirigir um dos maiores clubes do futebol brasileiro”. E as torcidas que sofreram com experiências malucas dele continuarão remoendo a sua raiva e a frustração de ter deixado escapar uma conquista que estava à mão.
Assim como o Cruzeiro errou feio a dar o seu milionário elenco e a gigantesca estrutura para o Deivid iniciar o seu aprendizado como técnico, o Atlético errou a acreditar que o Aguirre era um treinador moderno e revolucionário. Trata-se de um Deivid mais velho e assim como o ex-comandante azul, gente boa, bom de papo e convincente em sua fala. Até que os resultados dentro de campo mostrem que ainda falta bastante para se tornar um treinador de verdade.
Mas ele tem virtudes e pode entrar para a galeria dos grandes da profissão. Vejam que ótima análise fez o Francisco Gabriel, a quem agradeço por nos enviar:
* “Chico Maia
Boa Noite. O mais certo é que você vai ler esse email depois do jogo. Meu pressentimento é de que o Galo vai ser eliminado hoje e Aguirre será demitido como já anteciparam em caso de desclassificação da Libertadores. Antes do Aguirre ser demitido eu acho que por uma questão de justiça deveriam pelo menos citar uma coisa: O Galo com Aguirre, conseguiu o melhor desempenho defensivo das quatro Libertadores que disputou consecutivamente, e seu ataque com relação aos anteriores, não deixa a desejar. Na minha opinião e de alguns amigos atleticanos que a gente conversa, o problema do Aguirre foi a campanha do campeonato mineiro que ele montava time sempre descaracterizado e suas dúvidas com relação à escalação de determinado jogadores, principalmente sua insistência em não escalar o Cazares, descacterizando do meio campo para frente já que o Dátolo ficou afastado por contusão. Clayton, Yuri, Carlos, Patric, nenhum desses jogadores reúnem características para funcionar na armação satisfatória para o time, Robinho foi o jogador que mais se aproximou dessa exigência mas o time precisa do Robinho é no ataque junto com o Pratto. Mas mesmo assim, o time teve o segundo melhor ataque das quatro Libertadores. Só foi inferior ao time de 2013 com o Cuca. Nesta Libertadores, a gente pode perceber claramente que o time armado por Aguirre cria dificuldades para os adversários atacar. Bem diferente do Cuca e Levir que priorizava muito mais o ataque e cuidava pouco da defesa. Autuori em 2014 armou time defensivo mas não arranjou o ataque. Foi demitido antes do segundo jogo das oitavas de final quando o Galo precisava vencer para reverter o placar da derrota de 1 a 0.
Os números do Aguirre na Libertadores, com relação às anteriores citadas. – Fase de grupos, fez 12 gols e tomou 4. Nas fases seguinte até agora, fez 2 gols e tomou 2 em 3 jogos.
2015 Levir, fase de grupos, fez 5 tomou 4. Nas oitavas fez 3 e tomou 5.
2014 Autuori, fase de grupos fez 8, tomou 5 nas oitavas, perdeu de 1 a 0 Levir assumiu para o segundo jogo empatou de 1 a 1 e o Galo foi eliminado.
2013 Cuca fase de grupo, fez 16 e tomou 9. Nas fases seguintes fez 13 e tomou 9 em 8 jogos.
Tenho uma pequena esperança. Se o Galo não sentir a pressão para reverter o resultado a seu favor ou se o treinador não escalar o time da melhor maneira, as chances de passar são reais porque o Galo é melhor do que o São Paulo.
Se Passar e na seqüência o Galo for campeão, será com menos sofrimento do que em 2013 por causa da postura defensiva mais equilibrada com a ofensiva do treinador.
Um abraço e obrigado.
* Francisco Gabriel
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