Imagem: twitter.com/Cruzeiro
Na coluna do Fernando Rocha, hoje, no Diário do Aço, de Ipatinga, o pensamento dele sobre um dos maiores clássicos do nosso futebol e observações muito interessantes sobre Cuca no comando do Galo:
* “Subiu o sarrafo”
Motivação é o que não falta ao Cruzeiro para o jogo de hoje contra o Botafogo, no Independência, subindo o sarrafo depois da vitória convincente, surpreendente, de 3 x 0 fora de casa, sobre o líder, Coritiba, na rodada passada da Série B.
Em outros tempos, quando figuravam na elite do futebol nacional, Cruzeiro e Botafogo fizeram grandes clássicos, por onde desfilaram craques como Tostão, Dirceu Lopes, Zé Carlos, Piazza e outros pelo lado celeste, enquanto no alvinegro brilhavam estrelas como Jairzinho (que também jogou e foi campeão pelo Cruzeiro), o goleiro Manga, Gerson, Garrincha, Paulo César Caju, Carlos Alberto Tores e por aí vai.
Agora, a realidade é outra e ambas as equipes, com dívidas bilionárias, lutam para retornar à Série A do Campeonato Brasileiro, com mínimas chances para a Raposa, que tem apenas 0,37% de possibilidade de acesso, em 12º lugar, com 38 pontos.
Já o “Fogão” está em alta depois da chegada do ex-técnico estrelado, Enderson Moreira, soma 51 pontos e ocupa a vice-liderança, com grandes chances de voltar à Série A, em 2022.
Sem vacilar
O técnico Cuca disse após a eliminação para o Palmeiras, que era permitido “luto apenas por um dia”, em razão do calendário maluco do futebol brasileiro, que prevê jogos a cada três dias por competições diferentes.
E a vitória de 3 x 1, sem sustos, sobre o Ceará pelo Brasileirão, devolveu a confiança ao time, depois do tropeço com o lanterna Chapecoense.
Hulk fez dois gols e foi outra vez protagonista e nome do jogo, ao lado do atacante Diego Costa, que retornou após contusão e fez um gol bem ao seu estilo, em assistência de Nacho Fernandéz, poupado e que também parece ter recuperado o seu bom futebol.
Agora é pensar no Santos, amanhã, 19hs, no Mineirão, onde terá mais uma oportunidade de manter a boa gordura da liderança isolada do Brasileirão.
Não pode vacilar de jeito nenhum, pois se o Palmeiras já dançou após os últimos tropeços, o Flamengo continua cada vez mais vivo na briga pelo títu7lo e, se deixar o Mengão chegar, já sabe o que acontece.
FIM DE PAPO
- Chega a ser surreal os números do técnico Cuca à frente do Galo na condição de mandante: 100 jogos, 75 vitórias, 20 empates, 5 derrotas, 81,6% de aproveitamento, 225 gols marcados, 72 sofridos. O Atlético é o time com mais variações táticas, sobretudo porque o técnico do Galo tem à disposição um elenco que lhe permite opções variadas de mudanças de acordo com as características do adversário.
- Em algumas decisões estratégicas, Cuca ainda erra muito. Na mais recente falha não viu necessidade em substituir o zagueiro Natan, que tinha cartão amarelo, logo que Vargas fez 1 x 0 no Palmeiras. Em cima de Natan o alviverde marcou o gol de empate e se classificou, um lance fácil para o zagueiro, que aparentemente teve medo de ser expulso e não entrou duro como deveria no atacante Veron, que teve caminho livre para ir à linha de fundo e cruzar para Dudu fazer o gol do empate, que deu a classificação aos palmeirenses.
- Jogo grande esta noite no Independência e outro bom teste para a meninada, que está sendo lançada e ganhando moral no time titular do Cruzeiro com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Sem poder contratar, em razão de estar punido pela Fifa, o técnico que tem no seu currículo vários casos de sucesso ao lançar jovens promessas, se vê à vontade no momento para dar chances aos mais novos.
- Na vitória sobre o Coritiba no time titular estiveram cinco jovens da base: lateral-esquerdo Matheus Pereira, os volantes Adriano e Lucas Ventura, além dos atacantes Vitor Leque e Thiago. Dois gols foram marcados com assistência do garoto Vitor Leque, uma das apostas de Luxemburgo. Em um deles marcado por Adriano, teve a Lucas “Nonoca” Ventura na roubada da bola.
- Saber a hora de parar costuma ser a decisão mais importante na carreira do jogador ou do técnico de futebol. O ex-craque Paulo Roberto Falcão disse que “o jogador de futebol morre duas vezes. Uma delas quando encerra a carreira”. Felipão não soube escolher o momento certo de parar. Uma pena. Que seja feliz agora cuidando de sua família, curtindo os netinhos e toda a riqueza que acumulou à custa de seu trabalho nesses longos anos de carreira. Que os clubes por onde passou e o torcedor brasileiro em geral não sejam ingratos e reconheçam a sua importância na história do nosso futebol. Dizia Leonel Brizola que “os menores seres humanos não são os anões; são os ingratos”.
- Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, rogai por nós!(Fecha o pano!)
- * Por Fernando Rocha – Diário do Aço – Ipatinga
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