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Como um corno manso, o Fred Melo Paiva segue acreditando. E quase 100% dos atleticanos também

Foto: x.com/Atletico

Hoje tem: Villa Nova x Atlético – 16h30 – Estádio Castor Cifuentes

Falar que o Fred escreve bem demais é chover no molhado. Mas, na coluna de hoje no Estado de Minas, impresso, (sim o jornal em papel, existe e resiste), ele lembrou coisas que até eu não estava nem lembrando mais: que o Atlético terminou o ano quase rebaixado, escapando na última rodada do Brasileiro, de forma dramática.

Foram tantas lambanças dos donos e seus “executivos” incompetentes que só mesmo o gigantismo do Galo e a força permanente da massa pra fazer a gente se esquecer do péssimo fim de ano alvinegro.

E lamentavelmente o “planejamento” da temporada atual foi o pior possível. Todavia, Galo é Galo, e a fé atleticana é inabalável.

E o Fred resume bem demais o sentimento de quase todo atleticano neste momento.

Confira:

Coluna Fred Melo Paiva

Como um corno manso, eu sigo acreditando 

Feliz ano, atleticanada! Bem-vindo, Cuello, bem-vindo, Júnior Santos! Bem-vindo de volta, Bernard, a toda essa galoucura!

Não sei por onde começar. Depois do interregno festivo que incluiu Natal, Réveillon, férias na Bahia e toda espécie de desbunde que o verão por aquelas plagas é capaz de proporcionar, cá estou – e me pergunto se saímos do poço em que nos encontrávamos no crepúsculo de 24, ou se continuamos caindo como a Alice no infinito buraco de 25.

Não sei por onde começar, o que me qualifica a pleitear um cargo na direção do Atlético, por que não? Ali não se sabe por onde começar nem continuar, o que nos permite imaginar onde as coisas irão terminar.

2024 terminou com aquela bola na trave. Se houve a Canhota de Deus, houve também os centímetros sagrados a nos livrar do rebaixamento, a mão invisível a desviar a bola depois do tiro fatal. A casa só não caiu porque se segurou, trôpega, naquele bendito vergalhão. Desgraaaaaaça, diria o Josias, líder da Tropa do Fura Bloqueio, para em seguida evocar a genitália feminina com seu máximo vigor.

Caceta, não passava nem sinal de wi-fi nos fiofós, mas, ao fim e ao cabo, nos mandamos pra Bahia sem precisar, antes, nos suicidarmos todos. Achei que teria férias. Mas não contava com a astúcia dos nossos Chapolins Colorados, especializados em encher o nosso saco como se a gente fosse o Seu Madruga.

Mandaram embora o Milito e, como se fossem governadores a lidar com uma greve na educação, abriram a temporada de caça ao professor. Aquilo foi bastante deprimente, quando não risível – pelo menos no episódio da tentativa (çei) de trazer Artur Jorge, então técnico do Botafogo. Enquanto abundava a vergonha alheia, o tempo ia passando.

Sem o professor pra reclamar, passaram nos cobres o Paulinho. Enquanto o consumidor, digo, torcedor, gozava suas férias, esvaziaram a prateleira dos secos e molhados. E a reposição, bem, essa ficou pra quando chegasse o treinador, a essa altura uma miragem. E a gente, esperando Godot.

Então chegou o Cuca, atrasado como o coelho da Alice, ele e a sua conhecida capivara trazida da Suíça. Como o que está ruim pode sempre piorar, a pré-temporada seria um caça-níquel de qualidade mais do que duvidosa, e sem direito a agregar as contratações que acabavam de chegar. Ou seja, mais do que nula, a tal pré-temporada mais atrapalhava do que ajudava. Jestão, meus senhores, jestão.

O resultado dessa patetada toda são três vitórias nos últimos 24 jogos. O sonho do hexa (desculpe, é só uma piada) vai ficando cada dia mais distante. Eu me sinto ameaçado pela notícia de que tem jogo do Galo. Queria sair dessa relação tóxica, mas infelizmente não existe um AA, os Atleticanos Anônimos, capaz de curar minha doença.

Então, como um corno manso, sigo acreditando. O Galo foi bem contra o América. Fez o melhor jogo dos últimos 24. Júnior Santos fez boa estreia, a nos lembrar da existência do drible, essa instituição sob ataque de vândalos desde Ademir até a bijuteria colombiana, Brahian Casebres.

Hoje (lá vêm vocês com novas ameaças!) vamos ao Alçapão do Bonfim enfrentar o poderoso Villa Nova, sim, todo adversário é poderoso quando você tá no chão tentando se levantar depois daquele jab bem tomado no meio da fuça. Pois bem, a hora é agora, se quisermos arrumar alguma coisa além de rir da furada do Gabi Sem Gol.

Feliz ano, atleticanada! Enquanto uma boa alma não se dedica a fundar o nosso AA, bora se embebedar de Atlético, acreditar sempre, desistir jamais.

Bem-vindo, Cuello, bem-vindo, Júnior Santos! Bem-vindo de volta, Bernard, a toda essa galoucura!

https://www.em.com.br/colunistas/fred-melo-paiva/2025/02/7049442-como-um-corno-manso-eu-sigo-acreditando.html

Imagem: x.com/Atletico


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Comentários:
10
  • Stephen disse:

    Chico, sinceramente, o Alçapão do Bonfim não dá mais…
    Assistindo o jogo, me pegava como podia fazer para melhorar sem perder a tradição.
    Me pegou as vezes, por que cidade rica não consegue ter um estádio digno para jogos profissionais, a estrutura é pior que do Baleiao e da Arena Morro das pedras.
    No melhor cenário, uma reforma e modernização no mesmo lugar, pela arquitetura, não acredito que seja fachada tombada pelo patrimônio histórico.

  • Gilberto Costa - Montes Claros disse:

    O resultado não poderia ser outro, quando empresários ricos que quase nada entendem de futebol, resolvem comandar uma instituição gigantesca, como o Galo. É lambança uma atrás da outra. Vejamos: venda de Savinho à preço de banana; manto da massa de 110 mil camisas no primeiro ano, para cerca de 45 mil, ano passado; estádio com acústica ruim, pontos cegos, gramado péssimo, que obrigou o clube a várias trocas; pré temporada (passeio) na Disney, com ganho financeiro e técnico desprezíveis, entre outras. Pra completar, só falta mesmo ficar de fora da semifinal do mineiro.

    • Roberto Soares disse:

      Até parece que o Atlético estava uma maravilha antes do Menin. E sua memória é bem fraquinha. Esqueceu do Campeonato Brasileiro de 2021? Da Copa do Brasil de 2021? Da Supercopa do Brasil de 2022?

      • Roberto Soares disse:

        Os Menin então foram responsáveis pelo rebaixamento, pelos dois 5×0 seguidos em finais do estadual, pela temporada fracassada do centenário, pela flanelinha em 2009, pelo Afogados e pelo 6×1. Já que as coisas ruins passaram a acontecer depois que viraram donos.

      • Gilberto Costa - Montes Claros disse:

        Em 2021 os Menin não eram os donos do Galo. Apenas credores. O Galo se tornou SAF em novembro de 2023. Aliás, se fossem donos, não teríamos ganho nada em 2021.

        • Roberto Soares disse:

          Eu tenho uma foto no Centro de Referência na construção da Arena MRV tirada em setembro de 2021. Menin tomou conta do Atlético a partir do desastre contra o Afogados. Investiu de cara mais de cem milhões e o time foi terceiro colocado do Brasileiro de 2020.

          • Gilberto Costa - Montes Claros disse:

            Os Menin colocam dinheiro no Galo há muito tempo, antes de Nepomuceno, Sette Câmara, kaliu… Mas não mandavam em nada. Os presidentes tinham total autonomia para contratar, vender, tudo mais. Quando se tornaram donos, aí a coisa desandou. Mas sou Atleticano, agradeço a eles por tudo, mas gerir clube de futebol não é a praia deles.

  • Horacio disse:

    Estou velho demais pra ser corno manso. Quando uma administração ‘profissional’ chegando a 2 finais enche o time de velho, e sem condições de jogo, é porque não se interessa em ganhar.

    E em futebol ganhar é fundamental para vender patrocínio, direitos de imagem, ingressos, o uso da marca, camisas e essa bagulhada inútil que leva a marca do time.

    Certamente o Junior Santos foi comprado por, no mínimo, o dobro do valor que ele tinha sem os títulos. Aprende gente!!

    Não se paga dívida bilionário sem bom futebol e títulos todos os anos. Campeonato mineiro é a alegria que mantém corno manso cheio de esperanças, mas só dá prejuízo.

  • Julio Cesar disse:

    Muito bom ler Fred Paiva.
    Lambança é exatamente o que define a administração do Menin!

  • Jesum Luciano da Silva disse:

    Ação entre amigos nunca dará certo, olha o imbróglio da proposta do Alisson, torcedor não sabe no que acreditar mais, e provável que o time classifique no RURAL, mas se ganhar o que isto acrescentará no campo esportivo, com este time vamo ficar de décimo pra baixo no Brasileirão, deviam vender o time para quem quer ganhar títulos e não ter mais um time pra chamar de seu.