Como diz o filósofo Ísio Duffles (ex-presidente do Ginástico), “não existe virgem em puteiro”.
A analogia é muito usada no futebol e baseados nela podemos dizer que o técnico Mano Menezes, começou perder a sua “ingenuidade” terça feira, quando compareceu ao lançamento do vinho com a marca do Galvão Bueno, em São Paulo.
O evento foi marcado como o “reatamento” da comissão técnica da seleção com a Rede Globo, segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
Além dos globais, lá estavam a Nike, Ambev e outros tubarões do mundo endinheirado do futebol.
Confira a reportagem completa, a começar pela foto emblemática do Galvão quase beijando o gaúcho, publicada ontem:
MANO: DUNGA NÃO SE PREPAROU PARA SER TÉCNICO
As pazes estão definitivamente seladas entre o comando técnico da seleção brasileira e a TV Globo, a se considerar a festa realizada ontem por Galvão Bueno, a cara e a voz da emissora no futebol, anteontem, em SP.
Mano Menezes, técnico da seleção, ficou no evento, no clube Dorothy Parker, por quase três horas. Entre um gole e outro do espumante “Bueno Cuveé Prestige”, da linha de vinhos que estava sendo lançada por Galvão, ele foi o centro das atenções. “Eu sempre tive um relacionamento bom com a imprensa. Sempre soube que os jornalistas são um meio para eu dizer o que eu quero para o lado de lá [torcedores]”, dizia ele a Adilson Miguel, diretor da AmBev para a CBF -a cervejaria patrocina a seleção.
“Mas, depois que eu fiz contrato com a Nike, melhorou. A empresa me ofereceu um “media training” [treinamento para falar com jornalistas]. Me treinaram para não ficar nervoso, não ser grosso. Porque, se eu sou mal-educado com o repórter, é com o torcedor que estou sendo grosso.”
A Nike ensinou “várias coisas, detalhes mesmo” a Mano. “Por exemplo, a não olhar pra cima quando tenho alguma dúvida antes de responder. Fica feio [na foto ou na TV]”, dizia o técnico. “Eu nunca fico nervoso. A única coisa que me irrita é sacanagem. E tem muita no futebol. Tem muito repórter que não tem informação e chuta. Ou insinua. Isso me irrita.”
Adilson, da AmBev, interrompe: “Logo no primeiro jogo do Dunga como técnico, na Noruega [em 2006], ele deu uma patada num rapaz. Eu falei: “Dunga, você devia fazer um media training”. Ele dizia: “Adilson, estão armando”. Ele se achava sempre vítima de uma conspiração”.
Mano concorda: “Os treinadores da velha guarda viam conspiração em tudo. E os jogadores deles viraram técnicos [caso de Dunga]. O problema é que o Dunga não se preparou para ser técnico”.
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, recomendava ao diretor da cervejaria que fechasse logo um patrocínio direto a Mano, como foi feito com Dunga. “Deixa ele começar a ganhar primeiro!”, brincava Adilson. “Vai por mim: depois fica caro”, reforçava o corintiano. O executivo da AmBev pegou os cartões da mulher de Mano, Maria Inês, e de Camilla, filha do treinador, que trabalham com ele. “Eu já tive um bar. E o meu sócio falava: “O segredo de qualquer negócio é a despesa. Como e o quanto se gasta'”, dizia Mano.
Vanderlei Luxemburgo, que treinou a seleção entre 1998 e 2000, cochicha com o técnico: “Você ainda está com bastante cabelo. Eu fiz dois implantes depois que saí daquilo lá [seleção]”.
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