Quem diz que o Cruzeiro foi beneficiado pelo árbitro Sandro Meira Ricci (DF) na vitória sobre o Corinthians não deve ter visto o jogo.
A começar pelo pênalti apitado a favor do time paulista. É o tipo de lance que os árbitros adoram para “interpretar” de acordo com o interesse que têm em favorecer o time que querem favorecer.
Este apitador encheu o saco do Wellington Paulista durante grande parte do jogo, doido para que ele apelasse, para tomar um cartão vermelho.
São situações que ocorrem em quase todo jogo, por incompetência ou safadeza, a favor ou contra time de qualquer Estado, nunca se sabe ao certo. Mas daí a alguém da imprensa dizer que o Cruzeiro é que foi o beneficiado é um absurdo.
Recebi muitos e-mail de torcedores reclamando de vários colegas jornalistas de São Paulo.
Mas isso também é comum na imprensa de todo lugar. Nós aqui temos a compulsão de puxar a brasa para a nossa sardinha e enxergar coisas inexistentes a favor ou contra os nossos times.
Gaúchos, cariocas, goianos, nordestinos, enfim, não escapa ninguém, com mais ou menos intensidade.
Engraçado é observar o comportamento de torcedores de raciocínio curto quando a rivalidade local fala mais alto: de volta e meia recebemos e-mail com textos de companheiros da imprensa de São Paulo ou Rio, detonando com Atlético ou Cruzeiro, acompanhados da frase: “isso é que é imprensa”, que fala as verdades que em Minas não se fala, e bla, bla, bla…
Ontem um sujeito de São Paulo ou Rio, sei lá, detonou com Perrella e Kalil numa rede nacional de rádio, dizendo que eles inventaram que o São Paulo teria sondado Cuca e Luxemburgo.
E o poder nacional da mídia está nas mãos dos grupos paulistas e cariocas de comunicação. Ontem a Globo empurrou Vasco x São Paulo para Belo Horizonte e região metropolitana, mesmo com Cruzeiro x Corínthians jogando a mais de 500 Km de distância.
Outro dia o Atlético jogou pela Copa Sul-americana e a transmissão para Minas foi de um jogo que não tinha nada a ver conosco.
Mas atleticanos e cruzeirenses adoram mandar e-mail gozando uns aos outros quando o time do outro é desprezado pela dona do nosso futebol.
O assunto extrapola o esporte, mas a maioria não está nem aí e só pensa na rivalidade local.
Querem um exemplo?
Vem aí outro debate dos candidatos a governador pela TV; Band, outra rede paulista.
O primeiro só foi visto pela região da grande BH e algumas outras cidades do Estado, porque a Band Minas não alcança todas as regiões.
Nem em Sete Lagoas, a 75 Km da capital, foi possível assistir porque a repetidora lá constantemente fica fora do ar.
Estive em Diamantina alguns dias depois desse debate e lá na região também ninguém viu a disputa dos candidatos mineiros.
Mas Minas Gerais e o Brasil inteiro pode ver os debates do Rio e São Paulo, através da parabólica, cuja programação só tem canais desses Estados.
E imaginar que o mineiro Hélio Costa foi o Ministro das Comunicações até outro dia mesmo!
Ou não!?
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