Blog do Chico Maia

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Chegou a cavalaria

Não eram sete horas aqui em Copenhague quando um barulho infernal de cirenes acordou a todos os hóspedes do hotel onde estou e possivelmente de todos os moradores da região central da cidade, que fica a 5 km do centro de convenções Bella Center, e a 11 km do aeroporto internacional da capital dinamarquesa.

Nesta manhã gelada e chuvosa, vi pessoas olhando pelas janelas, curiosass em saber o que estava acontecendo, assim como eu. Por um momento esqueci-me do contexto no qual estamos inseridos aqui. Liguei a televisão e compreendi tudo: lá estava ele, Barack Obama, deescendo do One Force One, sendo recebido pelas mais importantes autoridades presentes, sob um esquema de segurança que eu jamais tinha visto de perto. Ontem mesmo ruas é quarteirões já estavam fechados, e até a vizinha Suécia sofria consequências, já que o tráfego de carros, trens, ônibus e barcos foi totalmente alterado.

Alguém já disse que “carisma é quando alguém chega e enche o templo”, pois Obama apareceu e tomou conta de tudo. Na entrada do Bella Center, uma fila indiana o aplaude, junto com a mulher, Michelle. Muitos delegados do COI, que vão votar daqui a pouco, estão na fila, emocionados, boqueabertos por estarem tão perto do homem que está investido do maior poder do mundo na atualidade.

Lembrei-me agora dos filmes da tomada do Oeste pelos norte-americanos, quando os índios estavam prestes a acabar com os “homens brancos”, e a cavalaria chegava.

Se o Rio de Janeiro levar essa, teremos que aplaudir demais, a Lula, Nuzman e cia.


Haja dinheiro para se virar em Copenhague

Olhos da cara

Para os leitores que enviaram e-mail com algumas dúvidas sobre os preços das coisas aqui, andei conferindo algumas notas, como por exemplo, de comes e bebes. Um refrigerante, normal, custa 10 reais. Uma cerveja comum, 600 ml, 15 reais; uma cerveja Premium (bem inferior a uma das nossas mineiras, como Falke Bier, Backer, Krug ou Walls), sai a 21 reais o copo de 600 ml.

Caro também

Bilhete de Metrô para andar 10 estações ou uma hora, 11 reais. Um “PF”, de bandejão, igual ao que peguei hoje, no centro de imprensa, com refri, 37, sem refri, 27 reais. E qualquer “PF” dos nossos dá de 10 x 0 no deles, em sabor e quantidade.

Hotel, duas estrelas, apartamento minúsculo, com um banheiro que mal cabe a pessoa, 195 reais a diária.

Problema de dente ou adoecer, nem pensar! A não ser que você tenha um seguro Assist-Card, como é o meu caso. Felizmente, nunca precisei utilizar, mas dá uma tranqüilidade danada.

Noite

Ao contrário de muitas grandes cidades européias, Copenhague tem uma vida noturna intensa, e muito segura, das mais tranqüilas do mundo. Mas o bolso tem que estar preparado. Só para entrar, numa casa danceteria, razoável, 60 reais, sem direito a nenhuma consumação. E haja roupa de frio, porque na madrugada a temperatura nessa época, considerada ainda quente aqui, beira zero grau.

Melhorou

Os leitores que têm votado através do meu site/blog melhoraram o humor com relação à candidatura do Rio. Quando eu terminava essa coluna, estava 37% a favor dos cariocas, contra 32 de Chicago; 16 Madri e 13% para Tóquio.

Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no jornal Super Notícia, nas bancas!


Jogo é jogado, lambari é pescado!

Festa 

Por volta de 13h30, 14 horas (horário de Brasília) sai o resultado dessa eleição em Copenhague. Em caso de vitória do Rio a festa vai começar logo em seguida no Centro de Convenções, no Hotel St. Peter e em Copacabana, onde tudo já está preparado. Em caso de outra cidade sair vitoriosa a frustração será diretamente proporcional.

No hotel

O presidente Lula voltará para o seu hotel, Nimb, no centro de Copenhague, logo após a sua fala no auditório do Bella Center, que fica a 5 km. Barack Obama,         seguirá direto para o aeroporto, que fica a 6 km do Centro de Convenções, para pegar oavião de volta aos Estados Unidos. Se der Chicago, vitória dele; se não der, fica bem com o seu eleitorado!

Ostentação

Chicago nem usou o espaço destinado às cidades candidatas no Bella Center para deixar seu material promocional. Japão e Madri deixaram boas peças publicitárias, mas nem de longe se aproximaram do que foi feito pelo Rio de Janeiro. Os gringos da imprensa não entenderam o motivo de tamanha ostentação. Resta saber se o efeito será positivo.

Essas e outras notas em minha coluna de amanhã, no jornal O Tempo, nas bancas!


Bem utilizado

A população de Copenhague utiliza bem o Metrô, que tem espaço até para as bicicletas, outro meio de locomoção muito usado aqui


Um Rio de Janeiro diferente

Cada cidade concorrente em Copenhague tem um balcão à disposição para disponibilizar o seu materail de propaganda. O do Rio é, disparado, o melhor de todos, em qualidade gráfica, design, e claro, o mais caro. Chicago nem utilizou este espaço ainda, faltando menos de 24 horas para a decisão. Ao fundo, poster do Michael Phelps, nadador dos EUA, super medalhado ano passado em Pequim.


O que não teremos em 2014

O Metrô de Copenhague deixa as pessoas a cem metros do portão de entrada do Centro de Convenções Bella Center, onde será eleita, amanhã, a cidade sede das Olimpíadas de 2016


Uma cobertura diferente

Esta é uma cobertura totalmente diferente das que estou acostumado. Sem jogos, nem treinos para cobrir, sem atletas para entrevistar e quase nenhum colega brasileiro para conversar e trocar informações.

É uma disputa entre políticos, dirigentes esportivos, e grandes interesses econômicos. De Minas, nenhum outro jornalista. Dos tradicionais companheiros do Rio, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste, de Copas e Olimpíadas, ninguém. Os jornalistas que estão aqui são, na maioria absoluta, os correspondentes que as redes de TV, rádio e os jornais têm na Europa. Como o Pedro Bassan, que mora em Lisboa, Marcos Losekan, Londres (ambos da Globo), e o Carlos Dorneles, da Record, que vive em Londres.

Braço da Globo na TV paga, o Sportv enviou o âncora Marcelo Barreto, a repórter Duda Streb e mais quatro produtores.

Dos grandes portais da internet, estive com o pessoal do Globoesporte.com. As agências internacionais de notícias fornecem material para a maior parte dos demais veículos.

As notícias que saem daqui para o Brasil são enviadas por essas pessoas, além da empresa de assessoria de imprensa contratada pelo Comitê Olímpico Brasileiro – COB -, aliás, muito boa de serviço. Um dos contratados dela é o Gonçalo Gomes, que foi correspondente da Rede Globo até 2007. Reside em Londres há 20 anos.

Resumindo, no fim das contas, é o sistema Globo que quase monopoliza a informação consumida no Brasil. O que ela fala vira verdade e raramente alguém contesta.  


Inutilidade

O presidente Lula chegou e, sem dúvida, é um dos grandes trunfos da candidatura do Rio na eleição de amanhã. Porém, com ele, o presidente da Câmara, Michel Temer; do Banco Central, Henrique Meireles; Ministros Tarso Genro e Luiz Barreto, da Justiça e Turismo. A pergunta é: vieram fazer o quê, além de gastar dinheiro público?

Esta e outras notas em minha coluna de amanhã, no jornal O Tempo, nas bancas!


Violência no Brasil incomoda a estrangeiros

Frio e vento

Apesar de muito bonita, Copenhague é uma cidade onde venta muito, o tempo todo, em função de sua posição geográfica, entre dois mares (do Norte e Báltico). É também uma das regiões mais frias da Europa. Nessa época, já aperta. Às 10 horas da manhã, a temperatura média é de 7 graus.

Afonso

O ex-jogador do Atlético, que fez sucesso na Suécia, e chegou à seleção brasileira com o Dunga, é bastante conhecido aqui. O primeiro clube onde ele chamou a atenção no futebol sueco é daqui de perto, Malmoe, que fica a menos de uma hora de trem de Copenhague. Quando se fala em Brasil e futebol, logo perguntam por ele.

Respeito

A Dinamarca é um dos países onde mais se respeitam os direitos dos portadores de deficiência. Todo restaurante, hotel ou instalações públicas tem rampas ou equipamentos que facilitam o acesso de cadeirantes, que raramente precisam da ajuda de alguém para qualquer coisa. Nos metrôs há elevadores e locais especiais nos vagões.

Violência

Todos os jornalistas estrangeiros com quem conversamos, perguntam a mesma coisa sobre o Brasil: o país é tão violento e perigoso como mostram os noticiários na Europa?

É um dos fatores que prejudicam a candidatura do Rio, e preocupação também para a Copa de 2014.

Não adianta o governo ficar falando que somos um dos 10 países mais ricos do mundo, e a situação interna ser do jeito que é! Né não!?

Essas e outras, em minha coluna do jornal Super Notícia, amanhã, nas bancas!


Pelé acha que Mineirão será palco da abertura da Copa

Como ocorre em todo lugar que ele chega, a confusão é geral. Todo mundo quer um autógrafo ou tirar uma foto ao lado dele. E foi assim também na chegada ao Centro de Convenções Bella Center, em Copenhague. Mas, mesmo com a tietagem dos próprios policiais, o “Rei” teve que se render às rígidas normas de segurança e se despir de parte de sua “majestade”. Pelé, como todos os demais jornalistas, autoridades e convidados, teve de tirar o paletó e telefone celular, e colocá-los dentro de uma cesta, para poder passar pela porta de detectores de metais.

Com a mesma simplicidade de sempre, mesmo sendo o segundo mais badalado pela imprensa na capital dinamarquesa, gentil e solícito com todos. Só perde para Barack Obama em ocupação de espaços nas primeiras páginas de jornais e noticiários das TVs. Nem a chegada esta manhã, de Michelle Obama, a primeira-dama norte-americana, ofuscou a força dele na mídia local.

Tive a satisfação de estar na mesma fila que ele para entrar no Centro de Imprensa, e deu para conversar por alguns minutos, sem correria e ninguém para cortar o papo.

Pelé otimista quanto à candidatura do Rio; acha que, finalmente a América do Sul terá uma Olimpíada e que o Brasil precisa receber um evento como esse, para reafirmar o seu crescimento econômico perante o mundo.

Mas, para nós o que ele disse, de mais interessante, foi sobre a Copa do Mundo de 2014. Esteve em Belo Horizonte no último Brasil x Argentina, pelas eliminatórias e acha que as chances do Mineirão ser palco do jogo de abertura são cada vez maiores.

__Além do bom trabalho de bastidores que Minas Gerais está fazendo, o Morumbi está com muitos problemas – disse.

A fila da segurança andou, chegaram dezenas de repórteres japoneses e espanhóis perto do “Rei” e não deu para perguntar mais nada. Ele entrou numa área reservada aos figurões que estão aqui, dentre eles, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e agora, só em futuras entrevistas coletivas.