Blog do Chico Maia

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Propaganda enganosa

Confiei na notícia que me foi passada pela assessoria do PFC e acabei ajudando em propaganda enganosa. Confira:

“Caro Chico Maia,

ontem estava lendo a sua coluna no Super e você escreveu que o PFC (canal 123) estava fazendo uma gracinha para os assinantes da NET, SKY etc. e iria liberar o canal até o dia 27. Fiquei feliz, pois pensei que iria ver os jogos do Mineirão ao vivo em casa o do Palmeiras x Cruzeiro e o do Galo x Santos. Não é que eles estão liberando mesmo o canal, mas está passando videotaipe de jogos do Campeonato Brasileiro. Na hora do jogo do Pameiras x Cruzeiro passou Atlético x Náutico e hoje estava passando Atlético x Cruzeiro do campeonato mineiro do ano passado. Quando a esmola é tanta, pode desconfiar que tem m…. na jogada.”

É verdade, e peço desculpas ao Marcelo e demais leitores por ter confiado na informação que recebi.


Eles sabem como ganhar dinheiro

Agora entendi o porquê de um país como a Dinamarca, sem grande tradição nos esportes, especialmente olímpicos, patrocinar um evento como este: eleição da cidade sede dos Jogos de 2016, durante um Congresso de nove dias do Comitê Olímpico Internacional. Como diria Jaimes Carville, o célebre consultor da campanha presidencial de Bill Clinton, em 1992, “é a economia, estúpido!”.

Claro, a Dinamarca foi potência econômica e política até o início dos anos 1800, e depois disso teve de se virar com outras formas de manutenção da sua força econômica e qualidade de vida da sua população. Hoje vive basicamente da exportação agrária (equipamentos, produtos químicos, carne, leite e derivados) e do turismo.

Eventos como este geram marketing, atraem a atenção do mundo, além de muito dinheiro obviamente. Só o comitê organizador Rio’2016, composto pelo COB, governos do estado e da prefeitura do Rio de Janeiro, e governo federal, está gastando em um único hotel em Copenhague, mais de R$ 1 milhão.

É o hotel SKT Peter, onde ficarão os quase 300 convidados do Co-Rio’2016, cuja diária mais barata custa em torno de 250 euros. Mas a “nata” verde e amarela não fica lá, e sim no Marriot (Nuzman e Pelé), e no Nimb, onde ficará o presidente Lula, Ministro Orlando Silva Jr., governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes.

No foco

Os dinamarqueses acertaram em cheio ao apostar exatamente neste Congresso do COI. Qual evento atrai quatro chefes de governo de países dos mais importantes do mundo? Além de Obama, Lula e Luiz Zapatero, da Espanha, também o primeiro ministro do Japão, Yukio Hatoyama, confirmou presença, além do príncipe japonês e do Rei espanhol. 

Diferença 

Alguém imagina um presidente da república de algum país ficar hospedado em frente a rodoviária ou estação de Belo Horizonte? Pois em Copenhague isso é possível, e vai acontecer: o hotel Nimb, onde ficará o presidente Lula, é exatamente em frente a estação de trem da capital dinamarquesa, porém, um dos mais luxuosos da cidade.


Os olhos da cara

Esta é realmente uma cidade cara, onde você paga R$ 18,00 por uma corrida de táxi de um quilômetro e meio. Um chope, em taça de 600 ml, R$ 21,00. Um chip de telefone R$ 38,00, um almoço, bem mais fraco que um “PF” nosso, por volta de R$ 30,00 e por aí vai. Copenhague não é fácil, mas a vida é assim. Dia desses eu estava na África do Sul, onde tudo é barato, mas não dá para sair às ruas direito porque você corre o risco de ser assaltado o tempo todo.

A população aqui não está nem sabendo que haverá nove dias de congresso do Comitê Olímpico Internacional, que decidirá qual cidade será a sede dos Jogos de 2016. A imprensa pouco fala do assunto, que perde, em interesse, para a conferência do clima, que será realizada aqui no dia sete de dezembro, reunindo os chefes de governo dos países que mais poluem o mundo.

Nada no balaio

Quem lê os jornais e vê os noticiários das TVs aqui, tem a impressão que a América do Sul não existe. Não se fala nada de nada sobre o que acontece no Brasil e nenhum país. Só quando falam do Manuel Zelaya, presidente golpeado de Honduras, que está refugiado na embaixada brasileira em Tegucigalpa. Vi um pôster do Maradona, de 1986, num restaurante da estação, e vinhos chilenos e argentinos em um supermercado e uma loja especializada. Mais chilenos.

Pet, o “Rambo”

O taxista que me levou ao Centro de Convenções Bella Center, onde será realizado o congresso, é de naturalidade sérvia e ao saber que eu era brasileiro, perguntou pelo Petkovic, chamado por eles de “Rambo”. O sujeito é fã do Pet, sabe até que ele jogou no “Mineiro”, que está agora no “Framenco” e que fez um gol de falta numa das últimas rodadas do brasileiro.

Mistura

A população da Dinamarca é predominantemente loira, mas a mistura de raças é enorme, com gente de todos os cantos do mundo, principalmente do leste europeu, Ásia e Oriente Médio. Sérvios, croatas, turcos, iranianos, iraquianos, libaneses (muitos bares e restaurantes) e em menor quantidade, africanos.

Estas e outras notas em minha coluna de amanhã, no Super Notícia, nas bancas!


Será coisa de atleticano ou o time está bom mesmo?

Não se fala nada do futebol brasileiro aqui na Dinamarca, em noticiário nenhum.

Não vi o jogo do Atlético ontem, mas ouvi a narração do Caixa, pela Itatiaia na internet, cuja conexão não estava lá essas coisas e de vez em quando caía.

Mas recebi e-mail de atleticanos empolgados com o time. Aí fui conferir o blog do Zanga, que é um alvinegro crítico, desses que sempre acham que está faltando alguma coisa, ou que tudo está muito ruim.

O endereço está do lado direito do meu blog para quem quiser acessar, mas já adianto aqui o que ele escreveu:

Galo 3×1 Santos. Poc Poc Poc…

Galo venceu e me convenceu.

Me convenceu que o grupo está forte.

Me convenceu que o time pode melhorar mais ainda.

Me convenceu que a zaga estabilizou e que temos um bom goleiro.

Me convenceu que temos o melhor grupo de atacantes do campeonato.

Me convenceu que o Correa joga muito, assim como o Marcio Araujo.

Não sei o que o Celso vai fazer pois o Coelho está fora e está dificil entrar. Feltri e Carlinhos jogando muito.

O mesmo digo do zagueiro Benitez que ainda não estreou.

Aranha já está a disposição.

Serginho e Welton Felipe voltando.

Ricardinho vai ter de ralar pra ficar no time. Digo fisicamente, é claro.

Até o questionado Evandro jogou muito, creio que em função da sombra de tantos no banco.

Pensar que Junior, Renan Oliveira(o craque do ano passado), Pedro Paulo, Pedro Oldoni,

Alessandro, Marques e outros nem no banco estão ficando.

La vai o cavalito, 

Poc Poc Poc….”

 Será?


Gastança brasileira impressiona

O partido da Dona Angela Merkel venceu as eleições na Alemanha e ela permanecerá no poder. É o grande destaque dos jornais da Dinamarca hoje.

Recebi e-mail do Alisson Sol, da Inglaterra, dizendo o seguinte: “Enquanto os gastos com as Olimpíadas na Inglaterra em 2012 continuam crescendo, o partido, do governo vai perdendo popularidade. A se confirmarem as pesquisas, o “Partido dos Trabalhadores” daqui deve perder o controle do parlamento nas eleições do próximo ano. Talvez seja um alerta para os governos que já estão gastando o dinheiro público que prometiam nunca gastar com Copas e Olimpíadas.”

É verdade, e o que está sendo torrado aqui, em promoções e lobby, só esta semana, é impressionante. Dinheiro dos impostos que nós pagamos. E quantos impostos!!!

E ainda somos chamados de “contribuintes”. Achacados, é o que somos!


Um bolo danado

O brasileiro fica mais embolado a cada rodada, e o Palmeiras deu uma esticada por causa da ajuda da arbitragem contra o Cruzeiro. Tanto no topo, como no meio e na parte de baixo da tabela de classificação, tudo pode acontecer. Um dos melhores campeonatos da era dos pontos corridos, exatamente por causa desse equilíbrio.

Daqui de Copenhague, onde o tempo neste momento (10h05) é chuvoso, cinza, parecendo São Paulo, cumprimento o gente boa Marcelo Prates, um dos grandes fotógrafos do nosso jornalismo, que está lançado hoje, aí em BH, o seu livro de fotografias, “Pássaros da Liberdade”, a partir da 20:00 horas, na Biblioteca Pública Estadual, na praça da Liberdade, 21.


Reviravolta

Não é só no futebol que o Brasil tem a mania do “já ganhou”. Nesta eleição da cidade sede das Olimpíadas, os experts verde-amarelos davam como certa a vitória do Rio. Duas notícias diminuíram este ímpeto: a garantia da liberação de verba por parte do governo de Chicago, e a possível vinda do presidente norte-americano.

 Fartura

 Enquanto atletas de quase todas as modalidades olímpicas do Brasil enfrentam as piores condições de treinamentos possíveis, dinheiro é o que não falta para a defesa da candidatura do Rio’2016. Só para gastar esta semana aqui, a prefeitura do Rio liberou, sem licitação, R$ 3,5 milhões. De hoje a sexta a ordem é agitar Copenhague.

 Mais fartura

 Para este dia “D”, que será sexta feira, o governo federal já havia liberado R$ 53 milhões, a iniciativa privada, patrocínios estatais e o minerador Eike Batista entraram com R$ 37 milhões, e prefeitura e governo do Rio de Janeiro, mais R$ 8,6 milhões. O voto de um desses 160 delegados do COI vai representar um bom dinheiro.

Estas e outras notas estarão em minha coluna de amanhã, no jornal O Tempo, nas bancas!


Sem a maquiagem da Copa de 2006

Ontem caminhei quase o dia todo em Berlim. A cidade vive em permanente reforma e reconstrução. Em 2006, a região do centro histórico, dos grandes museus, do parlamento, do portão de Brandenburgo era outra, totalmente preparada para a Copa do Mundo e os eventos paralelos que a movimentam.

Havia arquibancadas com telões, os espaços reservados às “Fans Fest”, ruas e quarteirões fechados para que o público local e visitantes pudessem conviver bem, sem atropelos e preocupações.

Hoje, estes mesmos locais são quase que irreconhecíveis, já que com o fim da “maquiagem” a realidade voltou à tona. Mas, diferente de países pobres e subdesenvolvidos, a realidade aqui é tão bela ou até mais que a maquiagem. Os berlinenses estão restaurando antigas construções, demarcando ruínas, transformando tudo o que podem em museus e memoriais a céu aberto.

Uma cidade belíssima, bem servida por todo tipo de transporte público de qualidade, porém caminhar ou andar de bicicleta em suas ruas planas é facílimo e prazeroso, já que a sinalização não deixa ninguém se perder.

À noite fui a uma festa de apresentação de um novo motor para barcos da BMW, num enorme bar à beira de um lago, a uns cinco quilômetros do centro da capital alemã, com direito a fogos de artifício. A convite do gente boa Tobias Frey, jovem advogado alemão, amigo da minha sobrinha Bruna. Estudaram juntos na Universidade de Bolonha, em 2007.


Mineiro que perde trem

Às 6h15 saí do hotel com destino à estação FriedriechStrass, para pegar o trem para Copenhague, que partiria às 7h13. Andei um quarteirão até a estação Charloteburg, onde pegaria uma “carona” até lá. Percurso que fiz ontem, com duração de nove minutos. Mas, não sabia que ele passaria às 6h24, e por um minuto, até subir as escadarias corretas, o perdi. Tive de pegar um taxi, pagar 15 euros, achando que cheguei com a devida antecedência à estação. No maior sossego, na certeza de estar no horário, fui a um balcão de informações saber onde era o portão 7. O gentil senhor pediu para ver meu bilhete e deu um riso maroto, dizendo: “Para Copenhague, você deve tomar o trem na estação Hauphtbanhof”.

Vixe! “Tô ferrado!”, pensei. Mas o mesmo senhor, imediatamente, me disse que era só subir as escadas, porque dentro de dois minutos passaria um trem que me deixaria na tal estação, que é a principal de Berlim, de onde partem os trens de longa distância.

Olhei o relógio, eram 6h57. Às 7 passou o trem, que me deixou às 7h03 na Hauphtbanhof. Às 7h10 eu estava dentro do trem, que partiu, como sempre no horário, às 7h13. Ufa!!!

Passado o sufoco, lembrei-me do Eugênio Sávio, um dos grandes fotógrafos do jornalismo brasileiro, meu companheiro de tantas coberturas, que infelizmente não está nessa. Ele sempre fica incomodado com a minha calma em relação a horários e a mania de chegar em cima da hora. Ano passado perdemos o trem de Pequim para Cheniang, durante as Olimpíadas. Calculei tudo certo, só que eu não contava com o engarrafamento monstro da capital chinesa naquele horário. Ainda bem que pegamos o trem seguinte, do meio dia. “Só” três horas de chá de estação em Pequim. Não levei uma porrada porque o Eugênio é da paz.


Tem também

A viagem até Copenhague é agradável e dura quase oito horas. Saída de Berlim às 7h13, chegada a Hamburgo às 8h52, de lá sai às 9h28 com destino a Nikoebing, já na Dinamarca, chegando às 12h29. Nunca pensei que iria parar numa cidade com um nome esquisito desses. De lá o trem saiu às 12h47 e às 14h46, finalmente cheguei à Copenhague!

Num curto tempo em Hamburgo deu para dar uma volta perto da estação, enorme, quase do tamanho da principal de Berlim, que é muito maior por exemplo, que o nosso aeroporto de Confins. E tão confortável quanto, porém com bem mais opções de lojas, bares e restaurantes. Essas estações européias são danadas!

Na calçada um mendigo dormia tranquilamente, bem enrolado em cobertores, papéis e sacolas, para suportar os 12 graus de temperatura. Morador de rua não é privilégio brasileiro, apesar de que os daqui são quase sempre estrangeiros, mais do Leste europeu e África.

Hoje é dia de eleições parlamentares na Alemanha e Hamburgo parece ter mais cartazes e placas que em Berlim.

O eleitor vota duas vezes: uma no candidato da sua preferência e outra numa lista apresentada pelos partidos. São eleitos 299 de cada categoria, ou seja: um direto e outro da lista fechada. O partido da dona Angela Merkel, atual primeira-ministra, é o CDU, que está passando aperto, mas deve manter-se no poder.

Um outro partido famoso aqui é o FDP. No Brasil esta sigla tem outro significado e serve como referência de incontáveis políticos, né não!?

O trem passa em Lubeca. Lembram desse nome? O deputado goiano, Ronaldo Caiado, fez uma denúncia contra o PT certa vez, muitos anos atrás, e disse que apresentaria o “Dossiê Lubeca”, mas não apresentou nada.

Depois de Lubeca vem a divisa com a Dinamarca e o trem entra num “Ferry Boat”, um barco gigante que navega uma hora e alguns minutos, deixando-nos já na terra dos Wickings.