Blog do Chico Maia

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Sugestão do outro lado do Atlântico

Da Inglaterra, o cruzeirense Alisson Sol enviou um e-mail bem interessante:

“Olá Chico,

Venho sugerir, agora de modo menos sutil e em regime de urgência, a contratação de um psicólogo para o técnico do Cruzeiro. Se a diretoria do clube não atuar agora, pode pagar caro por isto depois. Fico pensando se esta moda de técnicos ranzinzas não é mais uma vez um “efeito Dunga”. Será que Dunga mais uma vez está fazendo mal para o futebol brasileiro: vence torneios secundários e posa como o dono da verdade.

Estou começando a achar que este pode ser o modelo inspirando Adílson. Técnicos como Luxemburgo, Muricy e Autuori podem posar de vencedores e se distanciarem de derrotas: já venceram o suficiente para provar que não foi um acidente. Mas Dunga e Adílson?

Ainda creio que, com um certo aconselhamento, o Adílson será um técnico de sucesso. Mas talvez esteja passando da hora de isto ocorrer no Cruzeiro. Há torcedores sonhadores no Cruzeiro também, falando em Libertadores. Os realistas, estão vendo uma distância bem menor para a zona do rebaixamento. A conta de um bom psicólogo pode ser menor do que o custo de uma troca de técnico. Mas é preciso também se preparar para a segunda hipótese. Qual seria o “Plano B” do Cruzeiro hoje? Em 2002, quando o Cruzeiro trocou de técnico na hora quase certa (demorou um pouco), deu uma arrancada excelente, e se preparou para o ano seguinte. A torcida aceitaria um erro da diretoria na troca de técnico agora, mas não o erro de não atuar no momento certo.

 Um abraço,

 Alisson Sol”


Morre o jornalista Rui Viotti

Rui Viotti foi um dos pioneiros da televisão. Passou por várias emissoras de rádio e televisão desde 1944, quando iniciou a carreira aos 15 anos. Nos últimos anos, seu nome esteve ligado mais ao tênis. Foi ele o responsável por grandes transmissões de torneios do circuito internacional em emissoras como a Record (já na fase IURD), Canal 21 e Manchete. Sobre esta última, o Anderson Diniz Bernardo lembrou no Twitter de um dado interessante: “Rui Viotti foi a primeira pessoa a anunciar o “novo nome” da Rede Manchete, em 1999. Foi numa partida em 1999 que, depois de meses sem nome, foi anunciado o nome “RedeTV!”. Sem exagero, Viotti tinha uma das mais belas vozes da narrações esportivas.

Contudo, o que poucos sabem é de sua forte atuação nos bastidores. Em julho deste ano, ele contou na Rádio Jovem Pan sobre o esquema utlizado pela Record para não deixar Silvio Luiz de fora da cobertura da Copa da Espanha, em 1982. Silvio era o principal astro da emissora ainda na fase Machado de Carvalho. Como a Globo decidiu transmitir o evento com exclusividade, o jeito foi migrar as transmissões para as duas rádios da Record (AM e FM). Houve uma campanha publicitária com um forte apelo: “Olhos na televisão e coração na Rádio Record”. O Sucesso foi incrível.

Notícia extraída do http://www.radiobaseurgente.blogspot.com/


O mineiro Sandro, do Inter para a seleção do Dunga

O gente boa Christiano Jilvan, grande jornalista de Montes Claros, enviou ótimos textos sobre o Sandro, novidade na seleção da Dunga, que muita gente não sabe, mas é mineiro, e tem uma bela histróia de vida. Um dos textos está aqui, mas quem quiser saber mais é só acessar o excelente blog do Christiano: www.devenetaonline.blogspot.com

Sandro: de Riachinho para a Seleção

Revelação do Internacional de Porto Alegre, onde saltou do juvenil direto para o time profissional pelas mãos do técnico Tite (ficou pouco tempo no júnior), o volante Sandro Ranieri Guimarães Cordeiro, 20 anos, é a maior novidade entre os jogadores convocados pelo técnico Dunga para os jogos contra a Argentina, e o Chile, quarta-feira que vem, em Salvador/BA. A vitória na noite de ontem por três a um garantiu de uma vez por todas a vaga brasileira para a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Para muitos, um desconhecido que aparece na seleção com a desconfiança de ser “uma média” de Dunga ao seu time do coração, já que ele foi convocado a partir da contusão de Josué. Mas para quem está mais próximo do futebol, Sandro parece ter demorado a chegar ao elenco principal. Faz até alguns lembrarem de Carpegiani e Falcão, guardadas as devidas proporções.

Afinal, ele já faz parte da seleção Sub-20 do Brasil vai disputar o Mundial do Egito), além dos 48 jogos oficiais – e três gols – com a camisa colorada em pouco mais de um ano, assim como os títulos da Copa Sul-Americana, Copa Suruga e do bicampeonato Gaúcho.

E se os torcedores do Inter estão eufóricos com seu novo camisa 5, os mineiros mais ainda. Sandro nasceu, cresceu e saiu de Riachinho, a cerca de 550 quilômetros de Montes Claros e 370 de Pirapora. Para muitos, ainda faz parte “do Grande Norte de Minas”.

A projeção que o jovem alcançou dentro do futebol já era motivo de orgulho dos moradores da pequena cidade, de pouco mais de 8 mil habitantes, daqueles lugares que ainda mantêm uma das mais marcantes características do interior mineiro: “todo mundo conhece todo mundo”. Até então, o local era conhecido apenas pelos moradores das redondezas, como a vizinha “um pouco mais conhecida” Urucuia, a 39 quilômetros. Hoje, mudou seu nome temporariamente para a “terra do Sandro”.

Menino da roça

A origem de Sandro se confunde com a da maioria dos moradores de Riachinho. Os pais, seu Joaci Soares e dona Rosângela Conceição, são agricultores. E mesmo com o filho encaminhado na vida de jogador profissional, continuam morando na cidade, ou melhor, na zona rural do município. A fazenda da família, herança de um avô, fica a 25 quilômetros da sede urbana. A comunicação a distância é somente por rádio amador, segundo explica dona Nelsa Pereira, que foi professora do menino Sandro nas séries iniciais.

Como todos se conhecem naquela cidade, a vida de Sandro não é nenhum mistério, pelo contrário. Entre os entrevistados, não há quem não saiba como era a infância do jogador. Basta conversar em qualquer escola ou comércio, que a informação é imediata. “O Sandro sempre foi batalhador e com a família dele não tinha vida fácil: trabalhava na enxada; capinava, roçava; foi vaqueiro, tirava leite; enfim, todas as lidas da roça”, conta seu Elizardo Francisco dos Santos, vizinho de fazenda da família do meia. O irmão Simon, outro filho do casal, também ajudava no trabalho braçal.

Seu Elizardo lembra que os primeiros chutes do menino foram os campos da zona rural de Riachinho, sem um time específico. “Depois que o pai dele foi para Brasília, é que o Sandro levou esse negócio de futebol a sério”, acrescenta o vizinho, lembrando que, da capital federal, o meia foi para o Paraná Clube antes de chegar às categorias de base do Internacional.

Com a morte do avô, pai de seu Joaci, a família de Sandro voltou para Riachinho, assumindo a parte da fazenda que a herança lhe reservava. “Olha moço: o Sandro sempre foi um menino bom. Sempre ajudou o pai e, agora, mesmo longe, continua ajudando. E quando ele vem aqui, geralmente no final do ano, nem parece que é gente famosa”, lembra Elizardo, antes de contar que, recentemente, seu Joaci adoeceu e o filho o levou para um tratamento em Porto Alegre, durante três meses.


Fifa ameaça reduzir de 12 para 10 sedes na Copa de 2014

A FIFA e Ricardo Teixeira ameaçam reduzir de 12 para 10 as cidades sedes da Copa de 2014, sob a alegação que os governos dos estados estão atrasados nos processos licitatórios das reformas e construção dos estádios. O prazo para as obras se iniciarem é fevereiro de 2010.

Duvido que passem esse facão. Ameaças desse tipo são, normalmente, apenas para os políticos tirarem as respectivas bundas das cadeiras.

As cidades mais enroladas nesses procedimentos de projetos e revisão de projetos de estádios são: Salvador, Cuiabá, Manaus, Natal e Recife.


Direto de Buenos Aires

  

Alessandro Assis é um rondoniense, de raízes mineiras, que mora em Buenos Aires e adora futebol. Filho do cruzeirense Geraldo Bento, grande advogado, nascido na hospitaleira cidade de Porto Firme, vizinha de Viçosa, e que reside em Porto Velho, em Rondônia.

Alessandro teve o prazer de ver a Argentina se rendendo ao futebol brasileiro sábado, lá, no coração deles, a capital, e nos escreveu, relatando a experiência:

“Meu amigo Chico!

Que prazer foi ver o 3 a 1 em Buenos Aires. Que prazer ver o silencio argentino, o silencio maradônico dos edifícios e das ruas, dos andares e dos corredores durante e depois esse jogo fantástico.

Há tempos o futebol não me deixava tão feliz. Há tempos não sentia esse grito natural surgindo da garganta como que vindo sabe deus de onde! Vimos o jogo com 2 amigos brasileiros, uma colombiana (minha namorada, que também gritou muito com o 2 x 0 contra Equador) e 2 uruguaios.

Maradonna teve que engolir sua arrogância, esse cara tem que sair dali antes que faça mais besteiras. Copa sem Argentina não é a mesma coisa. “Armandito es una bestia como técnico”, escutei de um argentino.

No trabalho, silêncio total. Nenhuma palavra, nenhum comentário. Um email recebi de “felicitaciones, lo merecieron”. Mais nada. Encontrei no blog do Ariel Palacios um texto fantástico da história do futebol, vale a pena dar uma olhada, se é que vc já não conhece essa história: na época que o esporte tinha outros objetivos, outra alegria, outra comunhão. Muito bonito, o link é:

http://blog.estadao.com.br/blog/arielpalacios/?title=percam_rapazes_percam_o_jogo&more=1&c=1&tb=1&pb=1

 

Grande abraço!
Alessandro”


A melhor do fim de semana

Ganhar de 3 x 1 da Argentina foi ótimo, mas ninguém tinha dúvidas que o Brasil estaria na Copa de 2010. Para mim o melhor resultado do esporte brasileiro no fim de semana foi a conquista, pelo basquete masculino, da Copa América, com um ponto a mais que Porto Rico na partida final.

É bom demais ver o nosso basquete ressurgindo das cinzas, e fica a esperança que volte a disputar os Jogos Olímpicos, de 2012, em Londres, depois de quatro edições de ausência.


Acerto de contas

Tudo indica que o Fluminense vai ser rebaixado. Já vai tarde! Chegou a cair para a terceira divisão, voltou à segunda, dentro de campo, mas regressou à primeira por debaixo dos panos, queimando etapas.

Que volte para lá a fim de pagar o que deve ao futebol brasileiro.

Aliás, não tinha como dar certo essa fórmula do tricolor carioca: os jogadores que são patrocinados pela Unimed recebem salários em dia, os que são do clube, só Deus sabe!

Fred foi contratado a peso de ouro, e não jogou nada, além de machucar-se no início do campeonato. Os demais ganham mixaria.

Renato Gaúcho e Valdir Espinoza dividindo o poder, caíram logo, e agora Cuca, dispensado de forma humilhante ano passado, pelos mesmos dirigentes que o contrataram de novo.


Sacanagem com o Dodô

Lembram do atacante Dodô? Pois é! Dia sete de novembro poderá voltar a jogar profissionalmente depois de dois anos de suspensão imposta pela Fifa, por doping.

O caso foi complicado e só ele pagou o pato, apesar do médico, Márcio Cunha, do seu clube na época, Botafogo, e o fisioterapeuta, terem sido os responsáveis pelo medicamento ilegal que ele tomou: capsulas de cafeína, com um componente de nome femproporex.

No primeiro julgamento, do STJD, levou 120 dias, mas recorreu e foi absolvido. A Fifa e a Wada (Agência Mundial Antidoping) não aceitaram e recorreram à Corte de Arbitragem do Esporte – CAS, que aplicou dois anos no jogador, que vem treinando sozinho e espera fazer um bom contrato com algum clube, visando 2010.

Tomou a droga sem saber do que se tratava e foi o único a pagar o pato.

O Botafogo pôs culpa na farmácia de manipulação que forneceu as capsulas.

Dureza!


É só querer, senhor presidente!

O presidente da república andou capitalizando mais votos dos torcedores de futebol ao jogar para a torcida e dizer que quer ver um paradeiro na saída precoce de jogadores do Brasil para o exterior. Se o Lula quisesse mesmo fazer alguma coisa era só mudar a Lei Pelé e criar outros mecanismos legais para acabar com a farra dos empresários e atravessadores de jovens promessas.

A propósito, o Chelsea está impedido de ir às compras até 2011, sob a acusação de aliciar jogador do Lens, da França.

Entenda melhor a situação, através da coluna do Clóvis Rossi, publicada ontem, na página dois, da Folha de São Paulo:

CLÓVIS ROSSI

– Mesmo nestes tempos em que Barack Obama acha Luiz Inácio Lula da Silva “o cara”, não é fácil encontrar nomes de brasileiros nos grandes jornais internacionais. Menos ainda em uma publicação de elite como o “Financial Times”.
Mas ontem, na página 3 do “FT”, lá estavam Pedro Botelho, Rafael da Silva, Fábio da Silva, todos de 19 anos, e Rodrigo Possebon, 20. Só sabe quem são o PVC, que tem a ficha de jogadores até do Santa Cruz, da quarta divisão.
Sim, são todos jogadores brasileiros de futebol, contratados no berço ainda por clubes ingleses (o Manchester United, no caso dos três últimos, e o Arsenal no caso de Pedro Botelho).
Foram parar no “FT” porque o Chelsea acaba de ser proibido de fazer compras no mercado internacional até 2011, por ter supostamente induzido o garoto francês Gaël Kakuta, então com 16 anos, a romper seu contrato com o Lens e atravessar o canal da Mancha.
Sem reforços internacionais, o clube fica prejudicado ante seus grandes rivais.
Mas há um outro lado: a montagem do que o jornal chama de “Brigada Juvenil” com estrangeiros bloqueia o acesso dos meninos britânicos ao objeto de consumo de todos, britânicos ou estrangeiros, que é a Premier League -o multimilionário campeonato inglês. Do lado de cá, aparece o problema inverso, apontado em artigo para “El País” por José Pekerman, que foi técnico da seleção argentina em todas as categorias: a caça aos jovens pelo futebol europeu esvazia o futebol argentino.
“Futebolistas de todo tipo se vão, sem cumprir os requisitos que antes demandava o mercado” (estabilizar-se em um clube grande ou chegar à seleção), escreve Pekerman. É lógico supor que nomes como Pedro, Rafael, Fábio e Rodrigo indicam que o raciocínio vale também para o futebol brasileiro.”

 LONDRES – A jovem diáspora da bola


Academias da enganação

Feriadão hoje! Que beleza hein!?

Uma segunda feira com a cara de domingo. Mas, já que é o “dia da pátria”, falando falar de mazelas do nosso belo país!

Num domingo desses revi uma entrevista do saudoso escritor Fernando Sabino, outro mineiro espetacular, onde ele falava de tudo e todos. Foi na TV Câmara, que apesar de estar a serviço de grande parte dos piores políticos do país, tem ótimos programas, assim como a TV Senado, com a sua banda não apodrecida.

Perguntaram ao Sabino porque ele nunca se interessou em pertencer aos quadros da Academia Brasileira de Letras – e tornar-se um “imortal”. Ele deu uma risada debochada, gozando essa bobajada de “imortal”, e disse que preferia a frase do humorista norte-americano Groucho Marx (Julius Henry Marx), que dizia: “Eu nunca faria parte de um clube que me aceitasse como sócio”.

Imagine! Fernando Sabino junto com um José Sarney, Marco Maciel e tantos outros, inclusive fora da política partidária, mas figuras esquisitas, como o Carlos Heitor Cony, jornalista que entrou no “bolsa ditadura” por ter sido perseguido pela ditadura militar, e contou com amizades de grosso calibre para ver seu processo de indenização andando mais rápido que o normal, furando fila.

Fico imaginando se esse Cony teria o prestígio que tem como jornalista e escritor se não fossem os processos que lhe foram movidos pelos militares! Aliás, militares cujo golpe para derrubar João Goulart foi apoiado pelo próprio jornalista em seus textos da época.

Aliás o Golpe de 1964 é repleto de “Madalenas arrependidas”

A proeza mais recente desse senhor foi defender bravamente José Sarney nos recentes escândalos do Senado. Ele é um dos motivos pelos quais não vou renovar a minha assinatura da Folha de SP, “um jornal a serviço de São Paulo”, diferente do slogan que usa ,”um jornal a serviço do Brasil”.

Voltando à “Academia” Brasileira, há similares de menores proporções em toda parte do país. Dia desses o presidente da república cassado, atual Senador, Fernando Collor de Melo, foi empossado na Academia Alagoana de Letras. E antes que alguém diga que estou sendo preconceituoso contra a belíssima Alagoas, digo logo que Minas Gerais também tem uma dessas, cheia de gente sem a menor condição cultural ou cívica para merecer algum destaque neste sentido.

Vida que segue!

Este texto foi apenas para prestar uma homenagem a um grande mineiro, Fernando Sabino, irmão do, também, grande Gérson Sabino, jornalista com quem tive o prazer de conviver, um dos recordistas do nosso meio em coberturas de Copas do Mundo. Esteve em pelo menos 10!

Uma ótima figura.