O Internacional acabou rebaixado em 2016, mas Rafael Sobis, então jogador do Cruzeiro, tentou ajuda-lo a não cair
Imaginar que saiu homenageado e ovacionado por quase 60 mil cruzeirenses no Mineirão, na despedida da Série B, contra o Náutico, ano passado. E o Fábio, do jeito que saiu. Sobis era tratado por alguns repórteres que cobriam o dia a dia do Cruzeiro como um “intelectual”, alguém acima da média. Suas falas nunca eram contestadas, mesmo quando acusava a imprensa de ser “exagerada” nas críticas e enxergar problemas onde, segundo ele, não existia. Na saída do gramado do Independência, depois de perder por 1 a 0 para o lanterna e virtualmente rebaixado Oeste/SP, ele “desabafou” nos microfones: “As pessoas não sabem ainda 10% do que está acontecendo. Questionado sobre os outros 90%, disse: “Vocês gostam de polêmica, mas na hora certa vão saber”. Isso fez um ano, dia 13 de janeiro.
Alguns jornalistas estão tratando a infeliz entrevista do agora, oficialmente aposentado jogador, ao jornalista Duda Garbi, como “polêmica”. Para mim, uma indignidade. Profissional, seja qual for a profissão, não pode se desleal, desonesto com a instituição que o acolhe, nem com os colegas de trabalho. Ele não é o primeiro a agir assim. Há muitos casos, mas a maioria fica na base da suspeita, e por mais evidências que haja, se alguém falar, tem que provar. Caso não prove, o que é quase impossível, toma um processo por dano moral e ainda paga uma grana para a figura.
Para quem gosta do futebol e é grato a ele, como eu, que fiz a minha vida profissional nele, uma declaração dessas é como um soco no estômago.
Para os jogadores em atividade, sérios e compromissados, um tiro no pé, uma punhalada nas costas, pois é mais um golpe na imagem do jogador brasileiro, no país e principalmente no exterior. Por essas e outras é que os clubes estrangeiros pagam tão pouco por eles (salvo raras exceções), mesmo sendo considerados os melhores do mundo. Primeiro têm que passar por uma espécie de estágio em algum clube menor de lá, para, depois de testado em todos os aspectos, ser adquirido por um clube da prateleira de cima, que se dispõe a pagar fortunas por eles. Avaliam a bola que o sujeito joga e o caráter. Só depois contratam.
No SuperFC a transcrição da fala dele. Em minha página no facebook, ela está lá, também: https://www.facebook.com/blogdochicomaia
* “Polêmica: Sobis revela ‘ajuda’ ao Inter quando jogava pelo Cruzeiro em 2016”
Ex-atacante aposentou-se com a camisa estrelada; no jogo citado pelo atleta, o Colorado brigava contra a queda
Aposentado do futebol, o ex-jogador Rafael Sóbis foi alvo de polêmica nas redes sociais nesta terça-feira (18). Em entrevista ao jornalista Duda Garbi, ele contou uma história sobre um duelo do Cruzeiro contra o Internacional não pegou nada bem entre vários torcedores celestes.
O duelo em questão aconteceu em 2016, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Colorado brigava contra o rebaixamento à segunda divisão. Jogador do Cruzeiro na ocasião, Sobis citou uma ‘ajuda’ para o ex-clube, cobrando mal um escanteio, que foi parar direto nas mãos do goleiro Danilo Fernandes, além de praticamente não ter entrado na área durante o confronto.
“A gente jogou no Beira Rio, velho, eu não entrei na área, aí teve um escanteio, ai a gente sente o jogo né: “Pô, nós estamos perto de fazer um gol”, cara, eu bati o escanteio no céu cara, eu bati o escanteio assim, que a bola viajou muito, muito. A bola foi na mão do Danilo (goleiro)”, declarou Sobis.
O ex-atacante disse ainda que o técnico Mano Menezes o corrigiu pela displicência na cobrança do escanteio. “Quando eu bati, foi do lado do nosso banco, cara, o Mano Menezes me xingava, ele me xingou um monte, acho que ele percebeu né, nego veio da bola, ele me xingava de um jeito”, contou Rafael Sobis.
Na entrevista, o ex-atacante deu sequência ao assunto apontando que o então presidente do Internacional, Fernando Carvalho, chegou a agradecê-lo, assim como Lisca, que era o técnico colorado na ocasião.
“Mas eu não entrei na área, até o Fernando Carvalho me agradeceu, o Lisca que era o treinador me agradeceu, falou comigo antes do jogo”, destacou o ex-jogador cruzeirense.
Sobis ainda disse que teve ‘medo’ da bola entrar na referida partida quando deu um chute cruzado que passou perto do gol de Danilo.
“Teve uma hora que eu dei um chute cruzado assim que a bola quase entrou, nada a ver, lá do escanteio. Se entra eu estava ferrado, porque tipo assim: “Claro que a culpa não ia ser minha”, são 37 jogos”, concluiu o ex-jogador.
A partida em questão contra o Internacional terminou em vitória colorada por 1 a 0, gol de Valdívia. No primeiro turno, contra o mesmo Internacional, no Mineirão, o Cruzeiro venceu por 4 a 2, com três gols de Sobis e outro de Ábila.
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